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Edilma Cotrim da Silva
Poesia contata pela memória oral de Elvira Ana da Silva
Ter, 31 de Maio de 2011 15:20
 
Edilma Cotrim da Silva
A Louca de Albânia

- Anda cá, meu filho, escuta: És amigo de sua mãe?

- Oh, minha mãe, que pergunta?

- Basta, meu Paulo, pois bem.

Vai ver a velha Vicenza o amor que o filho tem.

Faz hoje 20 anos que teu pai morreu

A golpe deste ferro, para meu mal e eu,

a vir vingá-lo, fiz uma jura fatal...

- Uma jura? Mãe santíssima!

Oh, minha mãe, o que jurou?

- Eu jurei por este sangue, que em ferrugem se tornou,

que tu meu Paulo matarias, quem teu pai matou.

- E matas, meu filho?

- Mato.

- Matas, seja quem for?

- Mato.

- Ainda que esta vingança lhe roube do seio o amor?

Tome este ferro, é Ricardo o matador.

- Ricardo, o pai de Maria? Oh, minha mãe, perdoai...

- Pela amante o pai esquece, filho ingrato, parte e vai,

cumpre a jura ou sê maldito se não vingas a teu pai.

Nesta noite, tinto em sangue, com os cabelos no ar,

o assassino de Ricardo, foi aos pés da mãe lançar

o punhal com que jurara, do pai a morte vingar.

Riu-se a velha de contente e abraçou o vingador,

Quando de súbito aparece qual bela estátua de dor:

- Paulo, meu Paulo, perdi meu pai não vês?

As lágrimas que aqui derramo assistiram ao triste fim.

Quis falar-me e já não pode, com os olhos fixos em mim,

expirou... "Vingança eterna". Tu vingas, meu Paulo, sim?

- Vingo, Maria, sossega, eu sei quem teu pai matou,

vai morrer com o mesmo ferro ainda a pouco o transpassou.

E assim dizendo, a punhalada no próprio peito cravou...

Foge a moça espavorida, deixa Albânia e sem parar,

chega a Roma n’outro dia, por toda parte a gritar:

- "Quem me mata por piedade, quem me que também matar?"

Assim vagou três dias, e no quarto enlouqueceu,

E ainda hoje o viajante que passar no Coliseu,

ver da pobre as gargalhadas, vingança pedindo aos céus...
Ter, 31 de Maio de 2011 15:19
 
Célia Aparecida dos Santos
Minimamente Feliz

A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor
em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha
acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas
não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida.

Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa
felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente
colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio
da minha trajetória de vida), tive certeza de
que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e
os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.

Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em
conta-gotas. Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café
recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos
faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos
empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e
médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.

'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', sou adepta da felicidade
homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a
fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu
esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada
segundo.

Alguns crescem esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa
do plural: 'Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que
me amava e me levando pra lugares mágicos Agora, se descobre que dá pra
ser feliz no singular:
'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um
momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar
indescritível'.
Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e
rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com
quem ela estava conversando: 'Comigo mesma', respondeu. 'Adoro conversar
com pessoas inteligentes'.

Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos
filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais
simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos
mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um
fato mágico nos faça felizes.

Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz
parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra
'quando'.
Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar',
'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um
emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem que me mereça', tudo isso
serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje.
Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido?
Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os
príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida
do que a Victoria Beckham?
Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem
for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas
felicidades.

Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias
é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digaMelhor ser minimamente feliz várias vezes por dia, do que viver
eternamente em compasso de espera.

Leila Ferreira, jornalista

Ter, 31 de Maio de 2011 10:18
 
Neide Romani Covre
Compassion for animals is intimately connected with goodness of character;
and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a
good man. (Arthur Schopenhauer)
Seg, 23 de Maio de 2011 00:09
 
Claiton Muriel Cardoso

Onde estão os Mestres ?

Há muito tempo em um país distante as crianças ainda estudavam filosofia.
Quando o professor entrava na sala, elas se levantavam em sinal de respeito.
Lembro-me ainda, como num sonho: às vezes, em visita à casa de alguns deles, eu os encontrava envoltos em livros, cercados por intermináveis prateleiras, onde se acumulavam tratados e enciclopédias.

Eram pessoas admiráveis, e eu passava horas ouvindo-os falar sobre as ciências naturais, sobre os movimentos tectônicos que formaram os vales e as montanhas, sobre a escalada do gelo em eras glaciais, sobre o céu, as estrelas e o interminável fogo do centro da Terra.

Para os olhos de uma criança eles pareciam mesmo seres sobrenaturais. Não existiam os computadores e nem as multimídias. E sem poder ver imagens em animação, eu as animava em minha mente, livres de sua forma real, mas construídas em sonho - estes, assim como o tempo um multiplicador de espaços, onde sempre navegavam as lembranças dos mestres.

Hoje eu me pergunto: Onde estarão estes mestres ? O que fizemos com eles ? Onde estão as bibliotecas, o respeito, o encantamento, a filosofia ?
O pensar parece esquecido. Tudo vem aos nossos olhos de forma concreta, mesmo que virtual, um mundo terminado, sem interferência do cérebro, este órgão já cansado e preconceituoso, cheio de formas definidas e sem encantamento.

Pouco a pouco nos foi tirada a liberdade de pensar, de imaginar, de criar, livres de angústias e sobressaltos. Em estrondosa velocidade, acumularam-se informações, que não conseguimos mais transformar em conhecimento.
Somos seres do adjetivo. Não sabemos mais o valor real das coisas, vivendo numa sociedade consumista, somos obrigados a providências que não nos satisfazem e somos mesmo consumidos por uma espécie de cultura universal, já sem dono e sem controle.

É preciso resgatar os mestres, trazer-lhes de novo a dignidade, dar-lhes oportunidades, livres das interferências do dia a dia, para que possam ser serenos porque só eles podem trazer de novo a esperança de um futuro melhor. E, então, mostrar às nossas crianças o mundo real, se puderem ter a chance de nortear olhares distantes, no brilho das pupilas, na sensação de um afago, nos códigos de giz dos quadros, da vida possível, do amor do mestre em um cumprimento, logo na entrada: que sejam bem-vindos, que sejam felizes, que continuem sonhando.

Isto realmente faria a diferença.

Depois de ver o vídeo da Professor Amanda Gurgel eu resolvi publicar aqui essa pequena homenagem

Dom, 22 de Maio de 2011 14:26
 

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