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Escrito por Cosme D. B. Massi   
Qua, 04 de Agosto de 2004 21:00

Chamaremos de ensino estruturado aquele cujas aulas são previamente planejadas, ou estruturadas, e colocadas à disposição dos alunos.

Ao estruturar as aulas, o professor antecipa, de forma organizada, todas as etapas do trabalho escolar: identifica os objetivos que pretende atingir; indica os conteúdos que serão desenvolvidos, assim como os respectivos textos para a leitura antecipada do aluno; seleciona os procedimentos que utilizará como estratégias de ação (dinâmicas, debates, estudo dirigido, trabalho em grupo, estudo de casos, etc.); e prevê quais instrumentos empregará para avaliar o progresso do aluno (exercícios de fixação, produção de texto, prova escrita, participação em aula, entre outros).

Em uma aula estruturada, é apresentada uma seqüência sistematizada de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo e com todos os detalhes, como os objetivos imediatos a serem alcançados (conhecimentos, competências e habilidades), os itens e subitens do conteúdo, os textos que serão lidos, os exercícios que vão ser feitos, os melhores exemplos, os procedimentos de ensino e as atividades.

Ao receberem antecipadamente a aula sistematizada, os alunos chegarão à sala de aula mais bem preparados, terão lido os textos que tratam dos conteúdos a serem abordados, feito as tarefas ou exercícios propostos, refletido sobre a situação-problema ou questão problematizadora para a qual deveriam encontrar (individualmente ou em grupos) uma explicação ou solução, estudado os exemplos que contextualizam os conteúdos, discutido a aula com os colegas e anotado suas dúvidas para resolvê-las com o professor, estarão preparados para as atividades que serão realizadas em sala e conhecerão os objetivos que deverão ser atingidos.
Enfim, chegarão à sala mais aptos a verificar, por si mesmos, seus pontos fortes e fracos, seus avanços e dificuldades, os aspectos em que apresentaram bom desempenho e aqueles em que precisam melhorar ainda mais.

A estruturação da aula consiste na organização e apresentação antecipada das situações de ensino-aprendizagem, visando a ajudar o estudante no processo de construção do conhecimento. Como ensinar é orientar o aprendizado, pode-se dizer que essa sistematização é uma orientação antecipada da aprendizagem com o objetivo de auxiliar o aluno a estruturar o conhecimento.

Mas não se deve confundir o respeito à individualidade e à criatividade com uma situação em que os alunos são deixados entregues à própria sorte, abandonados na sala de aula sem orientação, sem rumo previamente traçado, sem objetivo a atingir.

O estudante freqüenta a escola para aprender e construir seu conhecimento, e cabe ao professor ajudá-lo nesse processo. E o conhecimento deve ser coletivamente construído pelos alunos e pelo professor, mas sob a orientação deste. Com base nessa perspectiva, percebe-se que a estruturação das aulas é fundamental sim, e muito. A educação é um processo diretivo por natureza, pois sempre visa a alcançar certos objetivos. Cabe ao professor prever, organizar e apresentar aos alunos situações didaticamente planejadas a fim de ajudá-los a descobrir, generalizar e sistematizar o conhecimento. Portanto, a estruturação é necessária como forma de organizar e proporcionar, antecipadamente, atividades de ensino-aprendizagem.

Muito se tem a ganhar com a estruturação das aulas, pois:

1) o professor tende a se sentir mais seguro, uma vez que pode controlar mais facilmente os improvisos e contratempos, adaptando-se aos interesses manifestados pela classe em dado momento, de forma a satisfazer às reais necessidades de aprendizagem dos alunos;

2) os estudantes participam mais ativamente das aulas, contribuindo com sugestões que resultaram das reflexões acerca de suas dúvidas;

3) conhecendo antecipadamente os objetivos a serem atingidos, ou seja, o que se pretende alcançar com a aprendizagem de determinado conteúdo ou com a realização de certa atividade, os alunos tendem a manifestar mais interesse pelo trabalho e a se esforçarem para alcançar esses objetivos;

4) o educador tem mais tempo para adotar uma atitude dialógica em sua prática docente a fim de facilitar a construção coletiva do conhecimento por parte dos alunos. A comunicação é fundamental para que ambos possam construir juntos o saber. Para desencadear o diálogo, o professor pode tomar por base a situação-problema, aproveitando as informações adquiridas previamente pelos estudantes em textos e outros materiais;

5) cresce a participação ativa dos educandos na situação de aprendizagem quando são propostas, antecipadamente, atividades desafiadoras que acionem e mobilizem os esquemas operativos de cognição deles. Para que isso aconteça, o educador deve proporcionar situações problematizadoras nas quais a turma tenha de observar, descrever, relatar, dialogar, ler, escrever, comparar, identificar, diferenciar, classificar, ordenar, fazer operações numéricas e estimativas, localizar no tempo e no espaço, explicar, analisar, sintetizar, conceituar, deduzir, concluir, interpretar, escolher e justificar essas escolhas, julgar, avaliar, propor e comprovar hipóteses;

6) quando o professor introduz um conteúdo novo, consegue mais facilmente verificar o que os alunos já sabem a respeito desse assunto, aproveitar experiências e conhecimentos prévios destes sobre o assunto estudado, valer-se de situações significativas ligadas à realidade vivida pelos alunos e proporcionar atividades que façam os estudantes aplicarem e sistematizarem o que aprenderam;

7) os educandos estarão sempre em constante atividade. Para isso, o professor deve planejar e propiciar a eles atividades, individuais e em grupos, de ensino-aprendizagem interessantes e bem dosadas. Além disso, é preciso que ele explique, antecipadamente, o que deve ser feito em cada atividade, dando instruções claras e objetivas;

8) facilita ao educador observar os avanços de seus alunos no processo de construção do conhecimento e avaliar continuamente o progresso deles nos estudos, fornecendo-lhes, como retorno, o resultado das avaliações;

9) possibilita aos alunos avaliarem o próprio trabalho, praticando a auto-avaliação. O estudante, quando for bem orientado, saberá dizer quais são seus pontos fortes, o que aprendeu e o que precisa melhorar. Se pretendemos fazer com que nossos alunos desenvolvam a noção de responsabilidade e uma atitude crítica, é preciso criar oportunidades para que eles pratiquem a auto-avaliação - começando pela análise de si mesmos e de seus erros e acertos -, e assumam a responsabilidade por seus atos;

10) permite ao professor distribuir funções e dividir tarefas de modo a permitir que os alunos participem mais ativamente da dinâmica da sala de aula e cooperem nas atividades desenvolvidas;

11) possibilita ao estudante planejar sua agenda pessoal tendo em vista a programação antecipada de provas, tarefas, visitas, trabalhos e demais atividades de avaliação e aprendizagem;

11) permite ao aluno, quando este faltar a uma aula, recuperá-la com facilidade, pois ele terá seu conteúdo à disposição e poderá estudá-lo e esclarecer suas dúvidas com o professor;

12) possibilita ao coordenador ou dirigente do curso fazer um acompanhamento do que está sendo feito em sala de aula, podendo assim avaliar a coerência das aulas com o projeto pedagógico do curso;

13) permite à direção da instituição realizar um planejamento antecipado da carência de livros, materiais, laboratórios e equipamentos de forma a garantir a infra-estrutura necessária ao bom funcionamento do curso.


 

Autor deste artigo: Cosme D. B. Massi - participante desde Ter, 03 de Agosto de 2004.

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