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Edições Anteriores 33 Escrever e reescrever: atos que aprimoram o nosso raciocínio
Escrever e reescrever: atos que aprimoram o nosso raciocínio PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Ana Luiza de Quadros   
Qua, 06 de Outubro de 2004 21:00

Escrever é uma das formas mais livres e soltas de expressarmos os nossos pensamentos. Pensamentos sobre nós, pensamentos sobre os outros, pensamentos sobre a vida em geral. É dar asas à imaginação...

E para iniciar-se no mundo da escrita faz-se necessário escrever o que vier à mente, tendo um ponto de partida sem, no entanto, nos preocuparmos, inicialmente, em chegar a algum lugar. Esta é uma das melhores maneiras de se dar início a um determinado assunto. No entanto, o tema sobre o qual pretendemos escrever deve despertar em nós grande interesse. Dessa forma, estaremos predispostos a pesquisar e trabalhar no mesmo, de forma entusiasmada.

Porém, nem sempre se encontra facilidade no ato de escrever. Para que as palavras fluam livremente é preciso ter conhecimento do tema sobre o qual se pretende discorrer. E, para isso, é necessária muita leitura para sustentar nossos argumentos. Isso pode ser feito através de consultas a várias fontes bibliográficas sem, no entanto, se valer de informações prontas de outros autores. Devemos escrever de forma que nossa escrita ganhe vida, pois quanto mais se tem conhecimento sobre determinado tema, mais fácil se torna falar sobre ele.

Escrever é um ato laborioso e demanda tempo. Por isso devemos fazer deste um aliado, aproveitando todos os momentos possíveis para escrever e pensar, pensar sobre o que se escreveu. Marques (1999) nos diz que "escreve-se para pensar e não o contrário" . Como tempo é uma questão de prioridade, iremos nos dedicar ao ato de escrever apenas quando este nos for algo prazeroso, fascinante e produtivo.

Além da pouca busca de conhecimento através da leitura, um outro fator predominante que bloqueia o ato de escrever e angustia, de forma lenta e constante, são os rigores das normas impostas para a elaboração de um texto que segue um modelo clássico. Estas podem levar a pessoa que está escrevendo ao desânimo e até mesmo à desistência de seus objetivos. Por isso, devemos nos preocupar primeiro com as idéias a serem desenvolvidas, deixando para depois a normatização exigida nos textos acadêmicos. Além disso, sabe-se que todo escrito requer precisão na escolha e adequação dos vocábulos, a correção da grafia, o cuidado com a pontuação, a disposição dos termos na frase e suas implicações de sentido, frases claras e concisas. Estes cuidados fazem do texto um atrativo para aqueles que terão contato com ele, proporcionando grande prazer durante a leitura do mesmo que é, no final, nosso grande objetivo ao redigir sobre um assunto.

Não existe uma receita ou uma fórmula de como escrever bem. O ato de escrever requer prática e aperfeiçoamento constante. Precisamos aprender a explorar as vantagens de poder reler e reescrever o texto quantas vezes forem necessárias.
Precisamos, também, desenvolver o nosso senso crítico para percebermos as próprias falhas e poder corrigi-las. Cada um deve desenvolver seu próprio estilo.

Para isto, deve-se escrever até a exaustão, dando vida ao texto, a ponto de vê-lo como uma obra de arte pronta para ser admirada por todos que o conhecerem. No entanto, não devemos tirar a oportunidade da recriação da leitura. Deste ponto de vista o texto nunca será considerado como acabado, tendo sempre algo novo a ser acrescentado pelo leitor. Do contrário, será apenas um amontoado de palavras, frases, períodos que não conseguirão dizer nada a quem porventura se aproximar dele.

A Escrita e a Pesquisa
Quando se trata da pesquisa, o escrever se torna mais consistente. Assim sendo, a busca do tema se torna prioridade, devido à necessidade de se saber sobre o que escrever. O caminho deve ser perseguido até se encontrar o objeto desejado. Este deve ser atraente, desafiador e conciso. E, a partir dele, desenvolver o texto, ligando sempre as idéias entre si e estas com outros tópicos dando, assim, unidade ao texto.

Não restam dúvidas de que, com o surgimento das universidades, cresceu a necessidade de historiar os novos saberes que eram produzidos. Desta maneira, o conhecimento foi sendo transmitido ao longo dos séculos. Na Universidade, o escrever é de fundamental importância, pois é a partir daí que novos temas são estudados, ampliados e compartilhados com outras pessoas. Apenas apresentações orais não são suficientes para manter vivas as idéias. É preciso registrá-las e, desta forma, são levadas a lugares os mais distantes possíveis, tornando-as conhecidas.
E para se discutir as idéias de outros autores podemos lançar mão de citações. Dessa forma estaremos reforçando nossos argumentos ou confrontando criticamente informações que, de qualquer maneira, irão enriquecer o tema discutido e mostrar diferentes arestas e opiniões do assunto abordado.

Uma outra forma de se conseguir argumentos é através de conversas com pessoas de áreas diferentes, que também tenham certo conhecimento sobre o assunto.
Assim, teremos subsídios para que, durante a caminhada, se possa também fazer uma leitura do mundo como um todo, analisando idéias já conhecidas e exploradas e transformando-as em outros projetos promissores. Neste sentido, o escrever se torna próprio, único do escritor que busca a originalidade, o seu próprio caminho a fim de poder compartilhá-lo com os demais caminhantes da longa jornada que é o escrever.

Tanto pessoas do meio acadêmico quanto outras, sentem a necessidade de expressar e registrar suas experiências de vida, seus conhecimentos e sua forma de perceber o mundo. E quanto mais apropriada e rica de informações for esta expressão, mais fácil e melhor serão as condições de registros dessas idéias. Desta forma, podemos dizer que o escrever é uma dádiva que todos, sem exceção, podem e devem exercer.

É com a escrita que podemos instigar o nosso "pensar" no tema em questão. Escrevemos, então, para pensar. Nisto se constitui a beleza, a criatividade e o aprimoramento da escrita. Depois de pensar, re-escrevemos, então. E como já nos disse o saudoso Mário Osório Marques, na frase que foi título de seu livro "Escrever é preciso".

Referência bibliográfica: 1 - Marques, M. O. Escrever é preciso: o princípio da pesquisa. Ijuí : Ed. Unijuí, 1999.

 

Autor deste artigo: Ana Luiza de Quadros - participante desde Qui, 30 de Setembro de 2004.

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