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Desestabilizando certezas |
Escrito por Jacqueline Oliveira Lima |
Qua, 10 de Novembro de 2004 21:00 |
A maior parte dos educadores, quando pensam nos objetivos do seu ensino, da sua prática docente, direcionam-na para uma coisa prática. Uma Universidade, por exemplo, educa para determinadas profissões: Forma-se o Engenheiro Eletricista, o Engenheiro da Computação, o Engenheiro Civil, o Inspetor Veicular, o Médico, o Dentista, o Advogado, entre outros. Porém, mais importante do que acreditar que se está formando profissionais, é pensar que esse profissional antes de qualquer coisa é um ser humano que foi se construindo a partir das emoções que a sua história criou. A obrigação não é formar um profissional, mas um bom profissional, humano, ético, consciente, inovador. O educador não tem verdadeiramente consciência do poder que tem. Minimiza este poder para o universo de sua aula, através dos instrumentos que utiliza para a verificação da aprendizagem. No entanto, a força de que dispõe de transformação de modelos, conceitos e paradigmas é infinito. E claro, desestabilizador de certezas. Quando um educador se propõe a analisar o seu papel, percebe o quão pode ser livre na sua atuação, e na formação da consciência crÃtica de seus alunos. Se ao contrário, não se torna co-responsável disso, torna-se manipulador, controlador até mesmo chantageador de um processo que pensa poder "controlar". O conhecimento, algo nada pronto e portanto em constante transformação, não pode ser tratado como algo definitivo, certo, imutável. Sendo assim, a certeza não pode existir no processo ensino-aprendizagem. É na incerteza da busca que produzimos novas idéias, explorando o desconhecido sem o medo de falhar e tentar outra vez. Nada adianta construirmos novos ambientes de aprendizagem, novas técnicas de ensino, novos recursos didático-pedagógicos, se no nosso inconsciente a maneira de encarar a educação e o papel docente, não mudar. A primeira mudança deve partir do querer agir diferentemente, com mais emoção, com mais pensar. Não estamos nos atendo a educação amorosa, protecionista e ingênua, mas a educação que acredita no ser humano como agente da própria história, construtor de novos caminhos. Como diz um professor de filosofia, "como sermos pensantes que somos e não passantes (...)" é que podemos gerenciar nosso trabalho para a formação participativa. Se o educador conseguir sair detrás de seu giz, de sua transparência, do seu recurso multimÃdia e mostrar o ser humano que é, com uma história recheada de sonhos e frustrações, estaremos sim desestabilizando as certezas do conhecimento, educando para a paz, para a felicidade, para uma melhor qualidade de vida. Gerar jovens "lógicos", capazes de lidar com números e máquinas é fácil. DifÃcil é ensinar a lidar com a vida. As máquinas mudam, o conhecimento se aprimora, a tecnologia inova a cada dia. O que se acredita hoje pode não ser o mesmo de amanhã. Ao invés de "dominar" a máquina, que tal dominar a própria vida? -------------------------------------------------------------------- * A base deste texto se remota ao livro de Augusto Cury, Pais Brilhantes, Professores Fascinantes da Editora Sextante, 2003. |
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