Login

Sugestões

Faça o login e visualize as sugestões

Usuários on line

Nós temos 3297 webespectadores online

Revista

Gestão Universitária

Edições Anteriores 183 Sobrevivência das Organizações
Sobrevivência das Organizações PDF Imprimir E-mail
Avaliação do Usuário: / 2
PiorMelhor 
Escrito por Janaína Mara Soares Ferreira   
Qua, 18 de Fevereiro de 2009 14:32

Antes de iniciarmos a análise de alguns pontos positivos e negativos que hoje se tornaram cruciais para a sobrevivência das organizações, temos que entender que um mesmo ponto pode ter significados e pesos diferentes para cada instituição, assim como um mesmo evento pode ter significados diferentes para culturas diferentes. Por isso escolhi não trabalhar exemplificando teorias, escolas ou conceitos, pois uma mesma instituição pode trabalhar com vários conceitos diferentes dependendo da sua estrutura e da forma como é administrada.

 

De um modo geral podemos dizer que é negativo hoje na maioria das instituições há dificuldade do gestor liderar com delegação; dificuldade de mão-de-obra qualificada para desenvolvimento lucrativo da empresa; dificuldades dos alunos entenderem e aplicarem a teoria na prática depois de se formarem; estrutura organizacional rígida e complexa na maioria das instituições; dificuldade da equipe saber trabalhar as informações de gestão de negócio e administração, dentre outras. Entretanto, podemos afirmar que é positivo trabalhar com pesquisa e extensão.

 

Os pontos acima relacionados não serão analisados isoladamente, pois um acaba influenciando ou mesmo determinando o outro. Comecemos a falar um pouco da importância do líder, visto que o mesmo influencia o andamento da empresa. O papel do líder em uma instituição é essencial e determinante para caracterizar a cultura de um grupo, já que nesse caso a cultura gira e se propaga em torno desse símbolo. O que ocorre é que ainda existem dificuldades em encontrar líderes que consigam delegar poderes e responsabilidades. A maioria foi educada para chefia, autoridade única1, e não liderança.

 

A figura do líder é tão determinante que se torna difícil apagar e mudar os hábitos deixados por ele. Maquiavel, na obra “O Príncipe”, dizia que não se deveria destruir as construções e nem o povo, deveria ser destruído todo sangue do príncipe, pois só assim se destrói o príncipe anterior e se consegue governar de sua maneira. Numa instituição cujo corpo técnico já tenha sido influenciado por uma determinada liderança, bem como foram incorporados os hábitos da mesma, devido à impossibilidade de se demitir todos os funcionários para contratarem-se outros, é necessário escolher, com muita cautela, o novo líder, alçando-o a um cargo de destaque, a fim de que ele tenha representatividade e possibilite o início de um novo ciclo.

 

Frisamos bem a importância do líder2, mas ele não é o único necessário para o bom andamento de uma instituição. É necessária mão-de-obra qualificada e pessoas capacitadas para trabalharem gestão de negócio e administração. A instituição, representada pelo corpo técnico, tem que compreender qual é o seu negócio e ser preparada para isso. Os trabalhadores precisam participar da construção do conhecimento3 e se adaptarem desde a estrutura física até seu ápice no organograma, para se auto-abastecer e encontrar a forma adequada de evitar o desgaste.

 

Primeiro é necessário investir em capacitação funcional. Não adianta fazer uso da mais valia (Karl Marx) utilizando a mão-de-obra do trabalhador o tempo inteiro, mesmo quando o líder não está presente, usando o discurso de que dessa forma ele será capacitado e preparado. A empresa tem que investir financeiramente em seus trabalhadores com o objetivo de obter retorno positivo. Tem que prepará-los também para que saibam filtrar informações pertinentes, uma vez que, atualmente, nas organizações trabalha-se com um excesso de informações disponíveis.

 

Segundo, se a melhor forma de agradar o cliente é satisfazê-lo em suas necessidades, há um grande problema nesse sentido. Os alunos têm dificuldades de entenderem e aplicarem a teoria na prática depois de sua formação, pois na maioria das vezes as instituições não estão preparadas a voltar sua capacidade para atender os alunos em outra instância que não seja a graduação. Elas poderiam usar o capital intelectual e oferecer trabalhos para empresas e clientes retornando o lucro para a instituição, além de preparar também o novo profissional para  atuar depois de sua formação acadêmica. Mesmo as instituições que têm capital disponível para investirem em pesquisa e extensão, que pode ser considerado bem positivo se for bem aproveitado, ainda falham muito na conduta e no objetivo.

 

Outro ponto importante para o bom funcionamento da organização diz respeito ao seu organograma, que deve ser flexível e ágil, para ser mudado de acordo com as exigências dos clientes e do mercado. Se for muito vertical e complexo, até chegar ao ápice corre o risco de perder a clientela e estar ultrapassado para o mercado, devido à velocidade das mudanças hoje.

 

Vários aspectos da administração universitária não foram ainda abordados, uma vez que, neste texto, optei por mencionar apenas alguns, elencados como mais relevantes. Entretanto, é importante lembrar que as organizações já obtiveram substancial avanço, embora haja ainda várias lacunas na estrutura e constituição das mesmas. Outro ponto não abordado neste artigo diz respeito às diferenças e particularidades existentes entre as organizações particulares e públicas. Vários aspectos que se aplicam especificamente à empresa particular não se aplicam à pública; o que muitas vezes se aplica a uma faculdade, não se aplica à universidade; o que se aplica a cursos de licenciaturas, não se aplica a bacharelados; o que se aplica à empresa com muitos anos de mercado, pode não se aplicar a que está se iniciando e assim por diante.

 

Por isso, podemos dizer que existem muitos pontos a serem trabalhados para um bom andamento da empresa que foram constituídos ao longo dos tempos, mas que foram e são de grande importância hoje. Como vimos em sala de aula, independente da época, assim como os grandes feitos da humanidade, a divisão do trabalho e de tarefas das civilizações antigas, idade média, contemporânea, moderna e atual, só foram possíveis por ter havido lideranças, trabalho em equipe, estratégia, planejamento e objetivo, ou não seria possível estarmos discutindo hoje, Gestão.

 

____________

1 - Escola Clássica

 ____________

2 - Podemos dizer que tivemos um grande avanço e muito positivo se pensarmos na hierarquia de autoridade com a influência da igreja. Saímos de uma unidade de comando rígido e caminhamos para uma que tem a liberdade de ter um líder que compartilha e repassa suas idéias (se houver bom líder).

3 - O conhecimento sem uso é só informação. O difícil é quebrar o paradigma e fazer diferente com aquilo que já temos.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

MACHIAVELLI, Niccolò, O Príncipe. 34ª ed.. RJ: Ediouro, 2001.

MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. SP: Martin Claret, 2001.

 

OUTROS

Aula  expositiva

Anotações

Material do Professor: Marcos Roberto

 

 

Autor deste artigo: Janaína Mara Soares Ferreira - participante desde Qua, 18 de Fevereiro de 2009.

Veja outros artigos deste autor:

Please register or login to add your comments to this article.

Copyright © 2013 REDEMEBOX - Todos os direitos reservados

eXTReMe Tracker