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Edições Anteriores 195 A Reforma do Ensino Médio
A Reforma do Ensino Médio PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Jorge da Silva   
Qua, 01 de Julho de 2009 00:00
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Depois de propor que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passe a ser único instrumento a ser utilizado para nos vestibulares das universidades e ainda sob o impacto dos maus resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os resultados do Enem são suficientes para ressaltar a necessidade de algum tipo de alteração, pois demonstram um desempenho sofrível, na média, tanto das instituições públicas como das particulares de maneira geral.

 

O governo federal finalmente resolveu reagir para tentar conter a evasão nas escolas públicas do país. Para isso o Ministério da Educação (MEC) anuncia a intenção de promover uma ampla mudança na organização curricular do ensino médio.

 

Pesquisa apresentada pela Fundação Getúlio Vargas recentemente mostrou que o principal motivo que leva o aluno a abandonar os estudos é a falta de interesse pela escola. O estudo revelou que 40% desses alunos de 15 a 17 anos que se evadem, isto é  deixam de estudar  simplesmente porque acham  a escola é desinteressante.

 

Outra pesquisa, divulgada recentemente, aponta como principal alegação para a desistência dos estudos entre jovens o fato de o conteúdo das aulas pouco acrescentar em suas vidas práticas. Para provocar mais entusiasmo nos estudantes e  despertar mais interesse entre os jovens à escola precisa levar em conta o interesse nesta faixa etária pelas novas tecnologias e por uma aplicabilidade do conteúdo ao seu cotidiano.

 

O MEC divulgou recentemente a 1ª Pesquisa Nacional de Egressos dos Cursos Técnicos da Rede Federal. Nesta pesquisa, segundo o MEC foram entrevistados 2.657 egressos de 130 instituições, formados entre 2003 e 2007. O levantamento mostra que 72% dos ex-alunos estão colocados no mercado de trabalho, 65% na área em que estudaram. . A pesquisa mostra de forma detalhada como  a formação técnica de nível médio ofertada pelas instituições da rede federal produz  um  impacto   nas diversas regiões do país, no que diz respeito a empregabilidade, continuidade de estudos e adequação da formação profissional. Fica evidente a importância da formação técnica de nível médio ofertada aos jovens , na perspectiva da inserção no mercado do trabalho e nas condições  mais favoráveis de permanência ou mobilidade no trabalho. Esta inserção é garantida pela continuidade dos estudos, especialmente na área tecnológica na qual esses adolescentes sempre tiveram interesse em atuar. Estas condicionantes contribuíram para o elevado grau de satisfação em relação à atuação profissional e a avaliação da formação técnica de nível médio recebida.

 

Sabemos que  a rede privada de ensino atende à maioria dos alunos da educação profissional no País: 53,1% das pessoas de 10 anos ou mais que frequentavam em 2007, ou havia frequentado anteriormente, cursos profissionalizantes de nível médio  cursaram instituições particulares. Cerca de 10% das pessoas que frequentaram cursos profissionalizantes não chegaram a concluí-lo. A maioria alegou  dificuldade financeira, mencionada por 25,5% dos 2,4 milhões de pessoas que se inscreveram, mas não concluíram esses. O curso de qualificação profissional mais procurado, em 2007, era o de informática, seguido por comércio e gestão.  A saúde era a área com a maior procura dentre os 5,4 milhões de pessoas que frequentaram anteriormente curso técnico de nível médio (20,2%), seguida da área de indústria (19,0%), gestão (18,0%) e informática (8,9%). Dentre os que frequentavam ou frequentaram anteriormente curso técnico de nível médio, 55,4% fizeram este curso após a conclusão do ensino médio e 42,4% ao mesmo tempo em que o ensino médio, segundo dados obtidos pelo Pnad / 2007  divulgados pelo IBGE..

 

Portanto, para manter essa geração em sala de aula e motivá-la a estudar é preciso tornar a proposta pedagógica interessante e as salas de aulas atrativas, o que não acontece na maioria das escolas públicas do Brasil e em algumas privadas. Com cerca de 8,4 milhões de alunos, segundo dados do MEC,  o ensino médio tem um currículo que os especialistas consideram desvinculado do mercado de trabalho.

 

Pelo que se tem ouvido o ministro falar, a intenção do MEC é aproximar esta etapa do  ensino básico, das vivências dos alunos entre 15 e 18 anos de idade, o que seria buscado com um agrupamento das disciplinas em quatro grandes grupos, o que ao nosso ver provocaria ainda mais prejuízos, pois mais uma vez estaríamos fazendo uma reformulação no Ensino Médio, de forma elitista, visto que continuaríamos com educando afastado do mercado de trabalho até os 18 anos, com conteúdo que pouco acrescentaria as suas vidas práticas e ao seu cotidiano, isto sem lembrar que: E os professores como ficam? A maior dificuldade será a adaptação dos professores, eles são formados para disciplinas específicas,  Humanas, Exatas e Biológicas. As Diretrizes Curriculares preconizam a formação de docentes para disciplina e não para áreas.

 

Recentemente o Prof. Mozart Neves, membro do CNE  muito entusiasticamente dizia que  “ a análise de uma folha de árvore, por exemplo, pode envolver conhecimentos de biologia, química e física”, como se na sua formação acadêmica os docentes estudassem  dessa maneira.

 

É preciso que as autoridades educacionais vejam o que fingem não ver ou não querem ver, que a escola pública no Brasil tem de 70 a 85% de sua clientela formada por parte da população que não pode arcar com o ônus da Educação. É preciso que  se entenda que não basta criar cota para ingresso na universidade pública, se o curso que ele gostaria de fazer não é oferecido à noite, se for, normalmente é uma licenciatura que mesmo com uma bolsa oferecida para ele se manter no curso é insuficiente.

 

As autoridades educacionais precisam entender que a maioria dos jovens brasileiros na faixa dos 15 aos 18 anos está cursando um ensino médio que não vai lhe oferecer a oportunidade de ter uma profissão que seja de auxiliar,  assistente ou técnico. Aos dezoito anos não vindo de uma família com boa situação econômica capaz de lhe garantir a posse ou ganho dos objetos, roupas e coisas mais elementares, este jovem não pode esperar mais três anos no mínimo para ter uma profissão.

 

Portanto, oferecer um ensino médio mais próximo das vivências dos alunos seria oferecer a estes jovens nas escolas públicas e nas privadas que se interessassem à oportunidade de escolher o tipo de ENSINO MÉDIO  que gostariam de cursar:

 

1 – Ensino Médio Acadêmico  - Os alunos no 2º ano do ensino médio terão  de optar por uma área específica (humanas, exatas ou biológicas). Neste novo sistema, os alunos que optarem por humanas não terão aulas de biologia, física e química nos dois últimos anos do Ensino Médio. Os alunos que optarem pela área de exatas e biológicas não terão mais aulas de geografia, história e língua estrangeira.

2 – Ensino Médio Profissionalizante – Os alunos terão o ensino das disciplinas profissionalizantes  desenvolvida em articulação com o Ensino Médio nas suas diferentes modalidades, em estabelecimentos de educação básica públicos ou privada. O aluno escolherá alem do curso técnico profissional, também a área específica que deseja cursar.

Entretanto,  apesar da existência para os alunos da opção por uma  das três áreas,  o  currículo deverá ser integralizado por atividades práticas  de  Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia.

 

Não será com propostas de valorização da leitura como chave para o novo ensino médio, que vamos criar motivação para o aluno na sala de aula , nem muito menos tornar a escola atraente, papel este que a Filosofia e a Sociologia no Ensino Médio propõe ler mais para aprender a pensar, porém isto não ocorre.

 

O MEC pretende realizar oficinas em escolas públicas para discutir como será na prática o ensino do conteúdo do ensino médio sem a divisão das disciplinas.Que coisa horrenda a legislação vigente sobre a formação de docentes para Educação Básica acrescidas das Diretrizes Curriculares  estabelecem a normatização do conteúdo e da prática de ensino com a divisão das disciplinas na  formação dos docentes em todas as instituições de ensino superior que ministrem tal formação

 

Sejamos pragmatistas, positivistas menos românticos, pois a situação é grave. Não é preciso jogar a culpa dos maus resultados das escolas públicas nos docentes, se já querem até formá-lo de uma maneira para trabalhar de outra. A quarenta e quatro anos atrás eu tive um professor que dizia: “ Não adianta eu querer ensinar se vocês não querem aprender” nossos jovens precisam de algo realmente novo para eles e não de retórica e discursos.

 

Alardeia-se um piso nacional de salário para os professores de R$900, 00, no entanto alguns Estados e alguns Municípios dizem que não podem pagar, e fica por isso mesmo. Onde está o FUNDEB?  Por que a União não paga os salários dos professores das escolas publicas municipais e estaduais que alegam não poder faze-lo e desconta no fundo de participação? A união propõe o pagamento do salário e os estados ficam responsáveis pela construção e manutenção das escolas e da merenda escolar.

 

No momento em que o salário do professor de uma escola de quaisquer um dos Estados que compõem a Federação for uma remuneração decente, capaz de despertar o interesse de jovens com  maior potencial  cognitivo a ingressar na carreira do magistério estadual e nela seguir até a aposentadoria como doutor, com certeza a história do Ensino Médio será outra, talvez da Educação no Brasil.

 

 

 

 

FICHA CATALOGRÁFICA

 

PROF.Ms. JORGE DA SILVA

  • Avaliador do SINAES,   MEC/INEP

·         Mestrado em Política e Administração da Educação – UERJ

·         Pedagogia  - Habilitação docência para o Ensino Normal – FEBF/ UERJ

·         Pedagogia com habilitação em Administração e Supervisão Escolar - Unisuam

·         Ex- Prof. de Sistema de Educação no Centro Universitário da Cidade – UniverCidade

·         Supervisor Educacional – Secretaria Municipal de Educação – D. de Caxias

·         Membro do Conselho Municipal de Educação de Duque de Caxias – 2000 / 2002

·         Ex- Professor de Legislação de Ensino na UFRJ e UERJ

·         Ex- Diretor do Instituto Superior de Educação da UCAM

·         Ex- Diretor do Colégio Arte e Instrução

·         Ex- Professor de Administração Escolar da Universidade  Iguaçu - UNIG

 

 

 

 

 
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