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Edições Anteriores 196 O ENEM e a Escola Pública
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Escrito por Jorge da Silva   
Qua, 08 de Julho de 2009 11:31

Conhecendo bem o Enem, avaliando suas questões fica claro que é um instrumento de avaliação muito bom, contudo os seus resultados não estão sendo bem interpretados pelas autoridades educacionais e por alguns membros da comunidade acadêmica de educação.

Senão vejamos:

 

 

 

  • Dizer que o resultado ruim é porque o aluno da escola pública de ensino médio não tem interesse na escola por isso vai mal no ENEM, é nuvem passageira, isto é aquela que encobre momentaneamente a visão para esconder a má gestão do ensino público nas escolas estaduais no país.

  • Esta má gestão começa com a falta de planejamento administrativo – pedagógico – financeiro na secretaria de educação estadual, onde faltam professores o ano inteiro das disciplinas importantes do currículo por não contratação por concurso. Para tentar solucionar o problema o governo do estado, tenta cadastrar e convocar professor temporário, mais também não consegue, pois se já pagam um salário indecente de R$ 600,00 ao professor de Ensino Médio que necessita de estar sempre atualizado, ao temporário a oferta é menor.

  • Em alguns estados ou se não na maioria não existe a equipe técnico-predagógica como função docente, onde seus membros são concursados, qualificados e bem remunerados para planejar, gerir e administrar pedagogicamente as unidades escolares do Estado, o que existe são afilhados de deputados e senadores ou indicados da campanha do governador na equipe técnica pedagógica, porque ou não quer ficar em sala de aula ou quer ganhar uma gratificação, porém conhecimento, competência, compromisso com a função, com o ensino, com o aluno, com a educação, enfim com a sociedade não tem.

  • Nesta escola pública estadual normalmente falta material de consumo, material pedagógico e suas instalações são precárias, principalmente nas regiões de baixada ou interior, onde, por exemplo, as obras para climatização das salas de aulas levam seis meses para ficarem prontas, cerca de 15 a 20 salas.

  • Escolas onde muitas vezes o professor não tem compromisso com o ensino, com a qualidade do mesmo, pois muitas vezes ele docente não tem essa qualidade, chegando a dizer que quer ganhar o seu dinheiro e olhe lá. Mas, a culpa disso esta no salário pago aos docentes de Ensino Médio nas escolas públicas estaduais, que faz com que aqueles possuidores de maior desenvolvimento cognitivo não ingressem nas universidades nos cursos de licenciatura e os poucos que o fazem pensando na pesquisa ou no ensino superior ou ainda quando adquirem maior capacidade profissional e intelectual abandone o Ensino Médio.

  • Portanto, o treinamento em serviço, a capacitação a formação em nível superior melhora alguma coisa, mas não resolve, porque falta o principal que compromisso, competência e capacidade intelectual para ser professor, isto é, falta conteúdo.
  • Há quarenta anos atrás o ensino público tinha qualidade, porque o aluno respeitava o professor. Respeitava porque o docente sabia (tinha conteúdo). Sabendo o professor poderia exigir do aluno que estudasse para aprender e se não conseguisse aprender ficava reprovado. Hoje, porém, como reprovar o aluno se o professor só sabe ministrar aulas com o livro do aluno. Na hora de elaborar uma prova, faz “pegadinha” para o aluno.

  • Além de tudo que inumeramos, a escola pública de Ensino Médio, que teoricamente deveria atender os jovens de 15 aos 18 anos, é chata porque não oferece opção de estudo voltada para o seu cotidiano que é pobre, cotidiano este que falta tudo ou quase tudo e onde o dinheiro é a maior solução, mas também o maior problema, pois necessita de trabalho, mas a escola pública estadual responsável pelo Ensino Médio não oferece nada ligado ao mercado de trabalho.

  • Daí você vê uma reportagem como eu vi em que o repórter estava impressionado, colocando inclusive como título o seguinte: “POBRE EM ESCOLA PRIVADA VAI MELHOR NO ENEM”. Claro na escola privada não existe falta de professores, tem equipe tecnico-pedagógica e o aluno foi para lá por escolha, logo o seu rendimento será melhor. Proporcione ao aluno da escola pública estadual fazer um ensino médio acadêmico por área ou cursar um ensino médio profissionalizante, contrate professores e uma equipe técnica para gerir a escola, como os executivos fazem nas empresas e verão se o aluno pobre da escola pública também não irá melhor no Enchem. O que não podemos mais aceitar é que o aluno permaneça na escola pública de Ensino Médio só porque é pobre.

  • Outra visão completamente distorcida da realidade existente entre o currículo do Ensino Médio e o resultado do enchem. O currículo tem haver sim com tornar agradável o curso do Ensino Médio. Tem haver sim com a funcionabilidade do curso, pois existem muitos pormenores que para determinados alunos toram-se enfadonhos, pelo curso universitário que pretendem realizar. Veja qual a importância de estudar biologia, se o aluno pretende cursar Direito. Outra forma de melhorar a satisfação do educando com a escola é ele encontrar o que busca , como ligação com o trabalho, pois nem todos aspiram fazer um curso superior para se sentir feliz. Isto a escola pública de Emsino Médio resolve criando o ENSINO MÉDIO PROFISSIONALIZANTE, para estes alunos.

  • Currículo escolar são todas as atividades que o aluno desenvolve na escola, em sala de aula tradicional ou fora dela desde que orientada por um docente, isto está na Lei nº 9.394 / 96. Portanto já li alguma coisa vindo do MEC sobre o aumento da carga horária de 2400 horas para 3000 horas e extinção das 12 disciplinas por quatro grandes áreas: línguas, matemática, ciências humanas e ciências exatas e biológicas como forma de combater o elevado nível de desistência no ensino médio, devido grande parte dos educando acharem o curso desinteressante. Bravos se com menos horas não te agrada e aumento , aí você vai ficar. Tem 12 disciplinas , eu então reduzo para 4 grandes áreas, está bom assim? Por favor, em que curso de Pedagogia isto foi ensinado? Porque isso eu não aprendi.

  • Vamos criar uma grande área, por exemplo, ciências humanas, lá dentro estarão os conteúdos de História, Geografia. Sociologia Filosofia, Artes. Os docentes foram formados para trabalhar com disciplina, com certeza com a experiência que possuo de quarenta anos de magistério e vinte três de coordenação pedagógica os professores irão trabalhar esses conteúdos como disciplina. Lembro que em educação os resultados só aparecem no mínimo em cinco anos. Por isso eu pergunto: a reformulação do currículo é para oferecer mais qualidade para o aluno ou para melhorar as notas do enchem das escolas publicas estaduais no país ou ainda é para evitar a evasão? Se a resposta for o primeiro questionamento, meus parabéns. Bastará acertar a prova com o novo curso de ensino médio, mas se for uma das perguntas posteriores ou as duas, lamento porque mais uma vez vão errar.

 

PROF. Ms. JORGE DA SILVA

 
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