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Edições Anteriores 199 Concepções freireanas no contexto da educação tecnológica
Concepções freireanas no contexto da educação tecnológica PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Nilton Bruno Tomelin   
Qua, 05 de Agosto de 2009 14:33

O uso das tecnologias no contexto educacional é um tema amplamente debatido uma vez que implica na inserção de novas práticas no contexto educativo. Na elaboração deste debate é imprescindível sustentar-se num referencial teórico que possibilite fazer da tecnologia, mais do que um simples aparato educativo. As concepções libertárias de educação provenientes das reflexões de Paulo Freire nos permite assumir essa postura. A escolha de Paulo Freire como tal referencial imprime na discussão um compromisso com valores essencialmente humanos, (trans)formadores.

 

 

Esta inserção de valores, portanto, exige uma ruptura com modelos convencionais de percepção do uso de tecnologias no contexto educacional. Torna-se necessária, uma nova proposta de educação, através da qual se promova a liberdade dos oprimidos, o fim da miséria e a consolidação incondicional da dignidade dos seres humanos. A tecnologia, neste contexto assume um papel de promotora da universalização e direitos, sendo garantida a todos os partícipes.

 

Mas se ao contrário, a tecnologia puder ser acessada por uma minoria, ela pode representar mais uma barreira a ser transposta, tornando-se causa de opressão, miséria e indignidade. Programas educacionais que inserem tecnologias necessitam ser constantemente avaliados para seus propósitos não se inverterem. Assim, não basta oferecer equipamentos aos educandos e educadores, mas é preciso que se estabeleça um vínculo entre os propósitos da tecnologia aplicada ao contexto educacional e as necessidades da comunidade em que está inserida a instituição de ensino.

 

Mas esta contextualização não se dá apenas pela proximidade entre os conceitos e a realidade do educando. Contextualização consiste em estabelecer vínculo e significado àquilo que se aprende, oportunizando um acréscimo ao contexto vivido pelo aprendente. Uma das formas de estabelecer este acréscimo é estimulo à curiosidade, que se constitui num processo dialético de sucessivos questionamentos. Paulo Freire afirma que a educação da resposta não ajuda em nada a curiosidade indispensável ao processo cognitivo. Ao contrário, ela enfatiza a memorização mecânica dos conteúdos.

 

Esta perspectiva demanda também uma nova conduta profissional do educador. Neste sentido Freire (1996, p. 25) afirma que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Parte desta produção ou construção deriva da necessidade que o sujeito demanda em seu contexto. As tecnologias são por sua vez instrumentos presentes no cotidiano humano com a finalidade de sanar necessidades. Portanto é possível estabelecer uma estreita relação entre a tecnologia e os conhecimentos produzidos e construídos, inclusive com seu processo de produção e construção.

 

Dada esta relação é imprescindível discutir a eminente necessidade de universalizar o acesso às tecnologias para que a produção e construção do conhecimento seja um direito igualmente universal. Do contrário a tecnologia torna-se um meio de marginalizar seres humanos, afastando-os da condição de iguais na diferença.

 

Este é um desafio não apenas para o presente, mas especialmente direcionado ao futuro, ao que está por vir. Assim, Freire (2000, p. 56) lembra que “o futuro não nos faz. Nós é que nos refazemos na luta para fazê-lo”. O educador, ao se refazer, assume sua condição de profissional e cidadão do mundo, para o mundo e no mundo, não admitindo que seres humanos sejam limitados pelo absoluto desrespeito a condição de ser (verbo) humano.

 

Além disso é compromisso afetivo que o educador e educadora assumem na condição de edificadores de um contexto flexível, humano.  Porém tal contexto também será vigoroso e intransigente em relação à explicita necessidade de se estabelecer a universalidade de direitos de uso e proveito.

 

Desta forma discutir a inserção das tecnologias no contexto educacional é também criar ambientes de debate político, pedagógico e social. Trata-se de promover educação de qualidade como direito universal, tratando a todos de forma igual. Tal igualdade resulta também do absoluto respeito à diferença, sendo esta concebida como fator de garantia que todo o ser humano terá o direito de sê-lo, sem qualquer restrição.

 

As concepções de Paulo Freire, contribuem nos complexos debates que envolvem a educação contemporânea e nela está inserida utilização das tecnologias na (trans)formação humana derivada da produção e construção do conhecimento. O propósito desta inovação é estabelecer uma educação qualificada e humana através da qual seja possível promover a redenção de todos os seres humanos, tornando-os sujeitos atores e autores de sua própria existência.

 

 

Referencias Bibliográficas

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15ª edição. São Paulo, SP: Paz e Terra. 1996. (Coleção Leitura)

 

 

Prof. Ms. Nilton Bruno Tomelin

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