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A sociedade do conhecimento & o conhecimento da sociedade |
Escrito por Sebastião Fernandes Sardinha |
Qua, 10 de Março de 2010 09:31 |
“Deus revelou-se, isto é, permitiu-nos compreender aquilo que ele é; daí não ser mais uma existência oculta ou secreta”. Hegel
A Sociologia do Conhecimento objetiva uma compreensão sistemática das relações entre a existência social e o pensamento. Jacob (J.). Lumier prefacia que na história intelectual do século XX, a sociologia do conhecimento é uma disciplina diferencial que passou e provavelmente atravessa ainda um dilema de “ser ou não ser”. Quer dizer, seria de esperar, de maneira análoga, que a maior importância do conhecimento e da educação para a estrutura das nossas sociedades em regime de capitalismo organizado, sobretudo a partir dos anos de 1960, servisse de estímulo aos sociólogos para fazer avançar a sociologia doconhecimento como disciplina especial. Norbert Elias defende uma nova interpretação da Sociologia do Conhecimento para a sociedade contemporânea. Sua preocupação central é que na sociedade contemporânea é difícil superar o sentimento de encarar os seres humanos como se fossem meros objetos e, o que é mais agravante, como estáticos. Explica que estes sentidos de separação vêm sendo reforçados por conceitos correntes na linguagem acadêmica – científica. Pois, passou a ser usual afirmar que a sociedade é a coisa que os sociólogos estudam. Esclarece que muitas das descobertas das estruturas químicas e físicas passaram para o stok de conceitos e palavras usados no quotidiano da sociedade européia. JACOB (J.) LUMIER , sustenta que sem dúvida, o peso do conhecimento na vida social e sua importância para as pessoas sendo maiores nas sociedades modernas e nas nossas sociedades atuais, constituem um aspecto não negligenciável da experiência e da criação coletiva na teoria dos papéis sociais. A obtusidade social faz o homem atual, imaginar-se superior aos seus antepassados ou ao outro, pertencente a culturas diametrais (ocidente x oriente). De Decca, arremata: Primeiro, porque nada seríamos sem a presença oculta de nossos antepassados. Assim, o processo cumulativo de conhecimentos não distingue uma cultura como superior à outra, mas define o padrão de interdependência do presente em relação ao passado. Segundo, é bom lembrar quer também não estamos no fim da cadeia evolutiva e, muito provavelmente, no futuro também os nossos descendentes estranharão nossos hábitos e comportamentos. É importante ressaltar, que o que difere as sociedades mais ou menos atrasadas cientificamente, não é somente a bagagem de conhecimentos, mas as formas de percepção, capacidade de transformação na estrutura do conhecimento diante das variáveis ambientais (sociais, econômicas, políticas, etc..). A cultura dominante que pretende inculcar nos ocupados seu modus vivendi, acabará inevitavelmente sendo influenciada pelos segundos, se estes forem constituídos de forte caldo cultural tradicionalmente impingido por seus antepassados. No entanto, Mosca, citado por C. Whight Mills , afirma que uma “maioria organizada” é impossível porque isso significaria apenas que novos líderes, novas elites, estariam no comando dessas organizações majoritárias, e que imediatamente acolheria esses líderes em sua “Classe Dominante”. A reciprocidade resultará na garantia de aglutinação do sistema comunitário. A simetria e a centralidade vão de encontro, na metade do caminho, às necessidades da reciprocidade e da redistribuição; os padrões institucionais e os princípios de comportamento se ajustam mutuamente. Assim, na parábola de Polanyi, enquanto a organização social segue a sua rotina normal, não há razão para a interferência de qualquer motivação econômica individual; não é preciso temer qualquer evasão do esforço pessoal; a divisão do trabalho fica assegurada automaticamente; as obrigações econômicas serão devidamente desempenhadas e, acima de tudo, estão assegurados os meios materiais para uma exibição exuberante de abundância em todos os festivais públicos. A compreensão de uma Sociedade perpassa pela investigação de suas raízes culturais, sua identidade, sua história: compreendendo suas catástrofes, derrotas e conquistas. Luis Carlos Fridman mencionando, Lyotard (1998) destaca: assim como Jürgen Habermas em uma obra extensa já reparavam profundas modificações na sociedade em vista da importância do conhecimento como principal fator de produção. No limite, a tese de Habermas é a de que a fonte primordial de mais-valia está fora da relação direta entre operários não-qualificados e capitalistas, transferindo-se para o sistema como um todo. Esta idéia sacode a tese da exploração econômica, mas afirma a "latência da luta de classes", que não se resolve nesse campo do agir instrumental. O sistema como um todo vive mais do potencial cognitivo acumulado e de investimentos estratégicos nos campos da ciência e da tecnologia do que do trabalho dos operários nas fábricas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAGMAR-Hunger,pag.01 HTtp://www.fef.unicamp.br/sipc/anais7/Trabalhos%5CxA%20Sociologia%20do%20conhecimento%20em%20Mannheim%20e%20Elias%20.pdf; Idem pág. ,pag.5, DE DECCA, Edgar Salvadori, ENVOLVIMENTO E DISTÂNCIA NA OBRA DE NORBERT ELIAS- Introdução à Sociologia da Cultura-, pág.78-Avercamp-editora- São Paulo, 2005 FRIDMAN, Luis Carlos, – Departamento de Sociologia da Universidade Federal Fluminense. bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/anpocs00/gt20/00gt2031.doc HABERMAS, Jürgen 1980 Técnica e ciência enquanto "ideologia". São Paulo, Abril Cultural. Os Pensadores. LYOTARD, Jean-François 1998 A condição pós-moderna. Rio de Janeiro, José Olympio. LUMIER, Jacob, LEITURA DA TEORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DESDE O PONTO DE VISTA DA SOCIOLOGIA DO CONHECIMENTO. tp://www.oei.es/salactsi/lumniertexto.pdf MILLS, Charles Whight , SOBRE O ARTESANATO INTELECTUAL E OUTROS ENSAIOS, pag.30. POLANYI, Karl, A GRANDE TRANSFORMAÇÃO, As origens de nossa época, pag.63-Edit. CAMPUS LTDA.
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