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Escrito por Nelson Kafrun   
Qua, 12 de Maio de 2010 11:47

Pós-graduação, mestrado e doutorado – Referências. A utilização de paradigmas nas universidades tem prejudicado a criatividade, tanto de alunos como de professores. Estes para comprovar sua erudição, aqueles por receio da confrontação. Um dos grandes problemas está na cultura dos paradigmas, nem sempre baseados em estudos e muito menos em verdades comprováveis. Todo ensino foi muito prejudicado pela falásia que a memória era sinônimo de inteligência. A matemática era ensinada através da memória da taboada. Quem conseguia decorá-la (tinha memória) era inteligente, quem não conseguia era burro! Nas demais matérias letivas não era diferente, aluno que não decorasse os famosos verbos irregulares ingleses também era taxado de pouco inteligente. Não sabia qual o lago formador do Nilo, sinto muito.

Memória como sinônimo de inteligência. Quanto estrago na educação e na formação de milhares de pessoas. Paradigma!! Qual o paradigma que maior prejuizo causou ao desenvolvimento do ser humano?
Simples!  “A mulher é um ser inferior”. Durante séculos e séculos este pensamento dominou a humanidade. Ela era excluida de qualquer atividade mais intelectualizada. Até hoje algumas civilizações a discriminam.  Pessoas também, até algumas mulheres se julgam inferiores de tanto ouvirem dizer. Quanto prejuizo sofremos por não darmos às mulheres o lugar que sempre mereceram. Sua habilidade multifocal faz dela o funcionário e o pesquisador do futuro. A sociedade não quer mais pessoas que só saibam fazer uma coisa de cada vez – característica do homem - porque isso sai caro. Quantos de nós conhecemos aqueles funcionários de banco que há vinte anos são caixas. Entraram como caixa e se aposentam como caixa. É isso que sabem fazer. Dificilmente isso aconteceria com as mulheres, ela sempre querem saber o que estão fazendo aquilo? Porque? De onde veio? Para onde vai? Em pouco tempo dominam toda metodologia do setor que trabalham. Elas estão dominando os cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado no mundo todo.

A polivalência da mulher fará com que em menos de 30 anos elas estejam dominando a maioria das posições chave no mundo. Política, economia, ciências médicas, pesquisa, etc.  Mas o paradigma ainda persiste! Precisamos nos livrar mais rapidamente de alguns paradigmas. Eles são úteis mas não podem ser guias. O que é passado passado está. Mesmo que represente um modelo a ser seguido, mas por quanto tempo? Teorias existem em todos os campos do saber, mas quantas resistem um análise critica mais apurada. Estamos vivendo o século da mudança. Tudo muda cada vez mais rapidamente.

Exigir que que os alunos se concentrem em livros escritos por autores cuja prática real é meramente especulativa. Grandes sumidades americanas que apesar de ter uma economia rica seguidamente quebram suas empresas e colocam o país em crises frequentes. Não podemos esquecer que os EUA além de terem um solo privilegiado receberam um legado industrial europeu  enorme. Tendo um agricultura fértil e um rebanho saudável a poupança interna estimulou todo e qualquer investimento industrial. Independente de teorias e grandes lances mercadológicos. Um pais com riqueza de solo, população rica, indústria testada e uma grande poupança interna beneficia qualquer tipo de empresa.

Foi só aparecer uma concorrência mais acirrada com japoneses, tigres asiáticos, China e um Europa mais competitiva para aparecerem os problemas e as crises. Esta história de nos basearmos exageradamente em escolas e autores americanos tem prejudicado a criatividade do profissional brasileiro. A reegenharia, o downsizing, a terceirização, o benchmarking, etc. São repetições de teses para vender livros e render dólares em palestras mirabolantes que os mais desavisados pagam embevecidos. Já assistimos palestras de gurus americanos com custo de 500 doláres na qual ele apenas repetiu o conteúdo de seu último livro de 20 dólares. E houve gente que achou maravilhosa. Assim não há quem aguente!

Paradigmas! Hoje nossos doutores  são julgados pela quantidade de termos em inglês que colocam em suas palestras. Não se dão sequer o trabalho de fazer uma adaptação mais próxima da realidade brasileira. Vou comparar o universitário brasileiro com um cantor ou com um compositor? O cantor é um mero interprete da obra de  outro, pode ser bom ou ruim mas tem que se ater ao texto,  melodia e letra.

O compositor cria. Utiliza as ferramentas básicas, notas musicais, instrumentos, vozes, etc. mas faz algo novo. Pode até seguir uma tendência, ritmo, gênero ou estilo, mas o resultado final é um criação sua.   Os nossos alunos são induzidos a serem meros intérpretes das teorias, conceitos, fórmulas e práticas de autores que, cada vez mais, são desmistificados por aqueles que não se acomodam. Paradigmas   absurdos que dificultam o desenvolvimento do homem. Necessitamos de pessoas que criem, pensem, inovem.

É claro  que estudar o passado, ler autores inteligentes, discutir teses e exercitar a dialética é muito importante. Necessitamos apreender a perceber o mundo integralmente. Visão, audição, tato, olfato e paladar são as formas mais úteis de aprendizado. Precisamos estimular mais nossos sentidos. São a nossa forma de contato com o mundo.

Porém, valorizar exageradamente o que está nos livros é viver o passado. Que alunos não podem ter idéias próprias tão brilhantes quanto seus referenciais, é absurdo. Não haveria evolução. Tudo seria passado.
O magnífico filósofo inglês George Bernard Shaw já dizia: “O desenvolvimento só acontece através da mudança, e quem não consegue mudar a si mesmo, não muda coisa alguma”. Vivemos da mudança. A cada dia recebemos milhares de estímulos novos. Precisamos saber utilizá-los.  O passado ajuda como o espelho retrovisor dos automóveis. Tudo que está escrito é útil, mas se não olharmos para frente seremos atropelados pelo futuro.

 
Autor deste artigo: Nelson Kafrun

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