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Edições Anteriores 51 Crianças: iniciando as atividades extra-escolares
Crianças: iniciando as atividades extra-escolares PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Cecília Galvão   
Qua, 06 de Abril de 2005 21:00

Após um período de férias, em que não faltaram festas natalinas, viagens, passeios e até o Carnaval, finalmente as famílias estão de volta à rotina.
As crianças por vezes reclamam, pois querem continuar praticando esportes, encontrar seus amiguinhos, ter uma ocupação além da escola.

A validade de colocar o filho em uma atividade extra-escolar depende muitas vezes do colégio onde o pequeno estuda, pois, se este proporciona oportunidades de a criança praticar esportes, aprender artes, ser iniciada em uma língua estrangeira, a princípio, não se julga indispensável essa postura de "queimar a agenda" da criança com várias atividades extras, mesmo porque, acabam pesando no orçamento...

As mães, via de regra, concordam, já que é quase um hábito entre nós as crianças freqüentarem atividades extracurriculares. Se é para manter os pequenos ocupados e longe dos excessos televisivos ou se é uma necessidade real de oferecer um lazer ou ainda um novo aprendizado às crianças, as dúvidas começam: qual a melhor atividade para meu filho? Optamos primeiro por esportes, música, idiomas ou computação? E quantas atividades semanais é possível fazer, sem prejudicar o aproveitamento escolar? E quando a criança deve começar?

Partindo-se do interesse da criança, das suas necessidades naquele momento e das possibilidades materiais envolvidas (custos, distância, horário), os pais devem procurar priorizar aquela atividade que melhor atenda à faixa etária e às necessidades do filho.

Uma vez definida a atividade, parte-se para outro problema: como escolher a escola mais adequada?
Os pais devam visitar duas ou mais escolas que ofereçam o mesmo tipo de atividade e fazer todas as observações e perguntas que acharem necessário. Avaliar a seriedade do curso e dos profissionais envolvidos, procurando saber sobre sua qualificação e experiência profissional, também é importantíssimo.
Indagar se há algum pré-requisito em relação à idade para começar determinado esporte por exemplo, pode evitar uma grande frustração da criança, caso não consiga um desempenho adequado, por não ter ainda alcançado a maturidade (física ou mental, a destreza motora, o equilíbrio, etc) necessária para a execução e aprendizado.

Para os pais de "primeira viagem", é sempre interessante lembrar que, até por volta dos seis anos de idade, as crianças precisam de muita movimentação física. Por isso, aulas que envolvam iniciação aos esportes, como dança, futebol e natação, são excelentes para o desenvolvimento motor e o equilíbrio. Assim, os pequenos se preparam para em seguida freqüentarem aulas e cursos dessas modalidades ou excluí-las de suas aspirações, por gostarem mais de uma do que de outra.E não há como evitar: as crianças precisam "provar" várias experiências para depois escolherem aquela que tem mais a ver com sua personalidade e habilidade.
As aulas de iniciação musical, em que se trabalha o ritmo, tão necessário à aprendizagem da leitura e da matemática, também são importantes na época que antecede à alfabetização.

Tenho também percebido que algumas crianças têm muita necessidade de lidar com elementos como o barro, as tintas, mesmo após os seis anos de idade, e as escolas de artes têm bons programas para elas.

Muitos pais procuram para saber como organizar a agenda dos filhos para que os cursos extras não atrapalhem o desempenho da criança na escola. Esse também é um fator individual. Há crianças inteligentes e capazes que se desorganizam se tiverem muitas atividades extras, pois não têm tempo para estudar e nem para brincar. Acredito que duas atividades extras distintas sejam apropriadas e, mesmo assim, somente se a criança continuar tendo bom rendimento escolar e tiver tempo livre para sua atividade mais importante: brincar.

Por outro lado, uma vida enfadonha sem uma atividade que permita um relacionamento social rico, em que a criança acompanhe os coleguinhas e amiguinhos em novas descobertas, vai deixá-la frustrada e esta acabará por usar seu tempo disponível e sua imaginação para atividades que não são desejáveis, ou desenvolver comportamentos inadequados.

Em educação, o que vale é o bom senso. De modo geral, as modalidades é que variam de acordo com as características da criança e seu grau de amadurecimento. Por isso, o melhor é ir observando o gosto e a aptidão de seu filho para selecionar um esporte, uma atividade artística (música, pintura, modelagem ) ou uma língua estrangeira.
Não havendo uma indicação por um problema de saúde, psicológico ou educacional, as atividades extras são como diz o nome, extras! Assim, podem ser suprimidas ou aumentadas conforme a necessidade. Além disso, quando não prescritas especificamente por profissionais, muitas dessas aulas, apesar de interessantes, são apenas tipos de lazer supervisionado, não tendo por isso um papel determinante na formação da criança. Os pais não devem se sentir culpados por não poderem oferecer esses momentos aos filhos, pois podem compensar levando a criança a outros tipos de ambientes nos finais de semana, que lhes permita tomar sol, nadar, correr, praticar um esporte, aprender a tocar um instrumento e formar mais um núcleo social de trocas de experiências .

Para cada criança uma mesma aula pode ser vantajosa e desvantajosa. Se ela não consegue, por exemplo, boas notas por falta de tempo para de fato estudar, é hora de dar uma pausa e ensinar a criança quais as prioridades do momento. Assim, a vantagem de estar quase indo ao campeonato de natação, se dilui muito se, por conta disso, seu ano letivo estiver em vias de ser perdido!
Essas dúvidas todas tendem a diminuir ao longo dos anos, pois as preferências pessoais vão começando a se delinear e orientam as futuras escolhas dos nossos filhos.

Um último lembrete: não se pode adivinhar um "Ronaldinho" no berço. É preciso observar constantemente a criança brincar e procurar descobrir suas tendências pessoais durante o período em que experimenta uma ou outra atividade. Mas se seu filho não corresponder aos anseios familiares de ser um campeão, nada de passar a ele a frustração que esse fato pode eventualmente trazer aos pais ou avós!


* Maria Irene Maluf é Presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia Nacional.

 

Autor deste artigo: Cecília Galvão - participante desde Qui, 24 de Março de 2005.

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