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O monge, o executivo e a Administração |
Escrito por Luiz Eduardo da Silva Amaro |
Qua, 02 de Junho de 2010 15:32 |
Dentre os assuntos campeões de audiência na área da Administração, tem-se certamente a liderança. Junto com motivação, vendas e estratégia, liderança forma um quarteto campeão de faturamento, envolvendo cursos, palestras, consultorias e livros que movimentam bilhões de dólares ao redor do mundo todos os anos. Vários estudiosos dizem que esses quatro assuntos são os mais demandados justamente porque pouco pode ser afirmado sobre eles de maneira categórica. Ou seja, prestam-se a todo tipo de picaretagem.
O livro do momento, no Brasil, quando o assunto é liderança, chama-se O Monge e o Executivo, uma obra de pouco mais de 130 páginas que se lê em um dia e que figura na lista da revista Veja há cinco anos, tendo vendido cerca de três milhões de exemplares, 15 vezes mais do que nos Estados Unidos! Apesar de custar apenas 19,90 nas livrarias, seu autor, o consultor americano James Hunter, diante do sucesso em terra brasilis, tem-nos visitado regularmente, cobrando 400 reais de quem quiser ouvi-lo falar sobre um tema que admite poucas verdades.
Usando a hierarquia das necessidades de Maslow, Hunter defende a ideia de que só chegaremos à auto-realização como líderes e, por extensão, como seres humanos, se formos servos de nossos liderados, fazendo o bem sem olhar a quem. Valendo-se de um truque manjado, mas que sempre funciona – invocar figuras excepcionais para ilustrar receitas fáceis no papel, mas dificílimas na prática -, o autor recomenda seguir os ensinamentos e exemplos dados por Jesus, Gandhi e Luther King. Serve-se, assim, para benefício próprio e sem a menor cerimônia, de homens que refundaram, para os mais diferentes povos, a noção de solidariedade humana. Hunter apenas se esquece de frisar um detalhe: os três foram assassinados, pagando o preço de seus atos com suas próprias vidas, coisa que ninguém iria querer para si, muito menos um presidente ou executivo de empresa, por mais altos que fossem os bônus de final de ano.
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