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Edições Anteriores 228 Quando a comunicação se torna difícil
Quando a comunicação se torna difícil PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Laudelino José Sardá   
Qua, 16 de Junho de 2010 00:00

Você já olhou para um (a) colega (a) e sentiu o seu sorriso amargo, insosso, querendo desviar o olhar? Com certeza a sua reação foi escapar-se de fininho. E logo ao se esbarrar com outro alguém da sua confiança não perdeu tempo:

- O que deve estar acontecendo com o fulano, hein? - indaga você com o jeitinho de lançar um balão de ensaio. E complementa com um torpedo insultuoso:

- Parece que estava chorando.

Esse alguém encontrou outro colega e emendou:

- Poxa, o fulano estava chorando. Aconteceu alguma coisa de grave.

Esse terceiro alguém se depara com uma amiga e estica:
- Acho que o fulano brigou ou terminou com a namorada; estava chorando aos prantos.

As línguas ferinas do passadiço dos fuxiquentos, a essa altura, já deve ter depositado dois pares de galho na cabeça do fulano, que deve ter mergulhado em profunda depressão, segundo as más línguas. Isto parece exagero, mas é comum!

Infelizmente, é nessa linha em que se agigantam as informações imprecisas. E não quer dizer que isto só ocorre apenas em clima organizacional ruim. Não. A fofoca é da natureza humana; é como uma erva daninha que brota e se espalha. E o adubo é o curioso, que se torna ávido por coisas trágicas, inusitadas, exóticas, etc.

Agora, se você saiu de fininho diante da prostração do amigo é porque preferiu contar para outros o que viu, ao invés de aproximar-se dele, do amigo, e oferecer ajuda. Não há dúvida de que a ansiedade por uma fofoca empurra a gente para uma deslealdade, como essa.

Imagine se um de seus ouvintes assume a dor do colega e lhe conta tudo e mais alguma coisa, que você andou insinuando coisas comprometedoras? Aí, sai de perto, pegue um atestado porque a cobra vai fumar palha seca.

Bem, isso é apenas um exemplo dos episódios aborrecedores do relacionamento humano dentro de uma organização. E como se não bastasse, há os que preferem fazer carreira subindo nos ombros de colegas. E sabem como isto é feito? Uma das formas é sempre mostrar ao chefe que você é eficiente, ativo etc... O segundo é sonegar informações aos colegas, para sobrepor-se com a estampa do “sabe tudo”. Nas duas circunstâncias, quem perde é a organização. O egoísmo, revestido de insegurança de um funcionário, sedentariza a organização, porque as informações acabam numa lentidão que compromete todos os resultados, afasta clientes e debilita a estrutura funcional. O risco de se exibir está na capacidade do chefe de aturar. Não há paciência que não se esgote diante de um funcionário exibido, semostradeiro.

Para sentir-se seguro em qualquer organização, a pessoa precisa, independente de qualquer circunstância, agir com simplicidade e sempre estar disposta a aprender. Nunca se acanhe em pedir explicação a alguém. A virtude de uma pessoa em perguntar está na sua capacidade de querer crescer com dignidade e ética. Toda a organização que investe em clima organizacional precisa trabalhar seu pessoal nesse sentido, fazendo-o sentir o ambiente, acreditar na sinergia, no todo.

O processo comunicacional dentro de uma organização precisa ser proporcional à capacidade de produção de sua estrutura. Não se trata somente da comunicação técnica, a que responde pela engrenagem de funcionamento e produção. A comunicação informal também necessita ser bem trabalhada, dimensionada, para evitar tanto as intervenções perturbadoras quanto a distração. Mas isso é assunto para um próximo artigo.

 
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