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Verdade ou mentira! |
Escrito por Everaldo da Silva |
Dom, 05 de Setembro de 2010 14:18 |
Ninguém antes de Hannah Arendt, havia escrito algo sobre a boa fé das virtudes políticas. O ato de mentir sempre foi considerado como um instrumento necessário e legal, não apenas na profissão de político ou de demagogo, mas inclusive na do homem de estado. Se buscarmos a ação política em termos de meios e de fins, podemos concluir, paradoxalmente, que a mentira pode muito bem servir para instalar ou salvaguardar as condições da procura da verdade, ou como e assinalou Hobbes, que "nunca notou que toda a procura da verdade se destruiria ela própria se as suas condições só podem ser garantidas através de mentiras deliberadas". Então, certamente, toda gente poderia revelar-se mentiroso. Nesse sentido, as mentiras são utilizadas como substitutos, e também podemos considerá-las como inofensivas em relação ao arsenal da ação política. Na passagem da história, aqueles que dizem a verdade e os investigadores sempre estiveram conscientes do risco que corriam, e até que não se misturavam nos negócios do mundo eram tachados de ridículos. Aqueles que procuram livrar os seus concidadãos da falsidade e da ilusão se arriscam com a própria vida: “Se lhe fosse possível pôr a mão num tal homem... matá-lo-iam”, diz Platão na última frase da alegoria da caverna. Isso ocorre também no mundo moderno, geralmente aqueles que tentam dizer a verdade, são ridicularizados ou excluídos da sociedade e do cenário político, tendo que pagar muitas vezes com a sua própria vida. |