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Edições Anteriores 263 Plágio: crimes - falsidade ideológica e formação de quadrilha
Plágio: crimes - falsidade ideológica e formação de quadrilha PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Luiz Carlos dos Santos   
Sex, 11 de Março de 2011 00:00

Bastante relevante e oportuna a matéria da jornalista Tássia Correia, publicada no Jornal A Tarde, edição de 16/02/2011, caderno A4, sob o título “EDUCAÇÃO: fraudadores são facilmente encontrados em sites na internet e prometem rapidez na entrega e exclusividade”. Este assunto vem sendo abordado no meu sítio eletrônico (www.lcsantos.pro.br), desde 24/04/2006, quando disponibilizei o texto de opinião denominado “Plágio: considerações gerais”, produzido a partir de pesquisa na Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) de 1988 – art. 5º, incisos XXVII, XXVIII e XXIX; na Lei Federal 9.610/1992; e, em muitos escritos de autores sobre Metodologia da Pesquisa Científica, a exemplo de Dionísio Carmo Neto.



No meu cotidiano acadêmico, na condição de professor da disciplina “Metodologia da Pesquisa Científica” - quer na graduação, quer na pós-graduação (em nível de especialização), e até mesmo, em mestrado (mais precisamente, nas atividades -“Seminário de Pesquisa I” e Seminário de Pesquisa II”, bem assim na orientação de “Trabalhos de Conclusão de Curso” – TCCs), venho constatando a falta de conscientização, por parte dos estudantes, com raríssimas exceções, sobre os crimes que o alunado pratica quando recorrem à utilização do plágio.

A ocorrência em análise está diretamente vinculada à péssima qualidade do ensino em níveis antecedentes (ensino médio e graduação), bem assim à falta de ética na pesquisa. O despreparo dos ingressantes em cursos de graduação e de pós-graduação é algo impressionante – vai da falta de riqueza do vocabulário, impossibilitando, por exemplo, a elaboração de um resumo crítico ou resenha ao desconhecimento da legislação que proíbe a prática do plágio.

Se por um lado, credita-se à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), por meio da internet e outras espécies de mídia o avanço da apropriação do conhecimento; por outro, a facilidade da TIC, aliada à “Lei do Menor Esforço” propicia aos estudantes aéticos à reprodução/compilação de trabalhos de outrem. Muitas vezes, obras que levaram anos para que seus autores as concluíssem, um simples manuseio “ctrl c + ctrl v” transfere a autoria de um trabalho a um “trapaceiro”; e, na maioria das vezes, se quer esse criminoso arrola a obra apropriada nas “Referências” (elemento pós-textual).

Pergunta-se: quem são os culpados? Infere-se, em tese, que a resposta perpassa uma teia de irresponsáveis – os estudantes fraudadores; os inescrupulosos proprietários/diretores/sócios de escritórios de “consultoria/assessoria”, que vendem artigos técnico-científicos, monografias, dissertações, teses, entre outros tipos de trabalhos acadêmicos; os professores “dadeiros de aula”, sem tempo para avaliar os trabalhos, a fim de verificar, de fato, se não foram simples cópias/transcrição, sem nenhum crédito acadêmico; os Coordenadores de Colegiados de Curso; os Núcleos Docentes Estruturantes (NDEs); as Instituições de Ensino Superior (IES), no seu conjunto; o Conselho Nacional de Educação (CNE); e, o Ministério da Educação (MEC), a quem cabe a regulação e fiscalização do ensino no país.

A constatação da prática do plágio e do baixo nível do alunado podem ser verificados logo no início da ministração da disciplina Metodologia da Pesquisa Científica, ocasião em que o docente solicita dos discentes a elaboração, por exemplo, de resenhas, a partir de textos, capítulos de livros ou livros completos. O resultado é uma lástima: não há poder de síntese; o texto resumido é, praticamente, uma transladação do original, sem aspas duplas (plágio); pobreza vocabular; erros de sintaxe; inexistência do posicionamento crítico do estudante ante o teor do texto; falta de concatenação das idéias, entres outros despautérios. Em suma, o estudante não consegue extrair do material as ideias-chave, de forma a reduzí-las, mantendo-se fiel ao autor, porém com o seu próprio vocabulário para, ao final do resumo, acrescentar sua inferência acerca do que leu.

Concluo este escrito recomendando àqueles que têm dificuldades na elaboração de trabalhos acadêmicos, o seguinte: não cometam o plágio; reservem, diariamente, um tempo para a leitura (seletiva, analítica e interpretativa); passem a ler, diariamente (jornais, revistas de conhecimentos gerais; periódicos da área a qual pretende atuar); adquiriram dicionários (língua portuguesa e sinônimos e antônimos); tenham em mãos as NBRs da Associação Brasileira de Normas Técnicas, especialmente de números 6023/2002 (referências) e 10520/2002 (citações); enfim, concebam a educação como algo permanente (participação em cursos de atualização/reciclagem ou em níveis mais avançados - aperfeiçoamento, MBA, especialização, mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado). 

Referências: CORREIA, Tássia. Educação: fraudadores são facilmente encontrados em sites na internet e prometem rapidez na entrega e exclusividade. In: A Tarde. Salvador, A4, 16 jan. 2010; SANTOS, Luiz Carlos dos. Plágio: considerações gerais. Disponível em: . Acesso em: 16 jan. 2010; BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: DOU, 1988; BRASIL. Senado Federal. Lei Federal Nº 9.610/1992. Brasília: DOU, 1992. CARMO-NETO, Dionísio. Como evitar o plágio. In: Metodologia da pesquisa científica para principiantes. Salvador: ACBEU, 1992.

 
Comentários (1)
1 Seg, 14 de Março de 2011 11:30
Maria Cecília Ferreira
Importante artigo. Parabéns! Apenas uma observação: a Lei n° 9.610 é de 1998 e não de 1992. Att. Maria Cecília Ferreira
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