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Edições Anteriores 263 Universalização do acesso e da qualidade do processo educativo no ensino fundamental
Universalização do acesso e da qualidade do processo educativo no ensino fundamental PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Nilton Bruno Tomelin   
Sex, 11 de Março de 2011 00:00

Um dos grandes desafios do século XXI é garantir o acesso à educação a todos os cidadãos. Esta garantia não se resume apenas a gestão, mas principalmente ao que diz respeito ao planejamento estratégico e metodológico do processo educativo. Se em tempos idos o grande desafio era universalizar o acesso físico de crianças e adolescentes ao ensino fundamental este é o momento de se refletir e agir em favor da universalização da qualidade do ato educativo.



Se crianças e adolescentes possuem vaga garantida em salas de aula, este é o momento de se questionar o impacto social, humano, ecológico e econômico deste avanço. Se a prerrogativa da quantidade está praticamente garantida, agora é preciso estender esta garantia à qualidade. Inúmeras discussões lançam-se ao desafio de conceituar epistemologicamente o termo “qualidade de ensino” a fim de propor uma prática educativa comprometida em transformar estatísticas em dignidade, qualidade de vida e bem-estar social.

Esta transformação em que quantidade e qualidade tornam-se parceiros indissociáveis de um complexo processo de intensa sensibilidade exige uma postura ética de todo o conjunto da sociedade, especialmente de educadores e gestores. O primeiro passo para aliar qualidade e quantidade em favor de uma nova proposta estratégica e metodológica de ensino, é romper com a indiferença gerada por números e estatísticas.

O simples aumento em índices avaliativos como o IDEB não reflete a desejada evolução qualitativa, que permanece à margem das grandes preocupações quando se discute políticas públicas de ensino. Ostentar índices e alardear números sem a devida atenção à qualidade é postura antiética e desumana, mascarando um processo de degradação da essência do ato educativo. Esta essência está em oferecer esperança e instrumentos de (trans)formação para a vida daqueles a quem é negado o direito de partilhar e contribuir na construção da riqueza do país.

O elevando índice de pessoas egressas do ensino fundamental incapazes de interpretar um texto ou desenvolver um raciocínio lógico elementar, evidenciam a gravidade da preocupação com a qualidade do ato educativo. A indiferença em relação aos chamados analfabetos funcionais, é uma atitude de desumanidade, visto que mascarra uma grave carência humana, que impede a idealização de sonhos e projetos de vida.

Estes sonhos e projetos de vida, por sua vez necessitam de uma “alfabetização planetária”, através da qual sejam inseridos numa perspectiva de formação de sujeitos auto-críticos, sensíveis, éticos e comprometidos com tudo o que existe e vive sobre o planeta. Ler e escrever passam a ser atos menos mecânico e previsível, para se transformar em momentos de (re)construção e dinamicidade. Mais do que interpretar códigos e executar processos repetitivos, saber ler e escrever significa inserir o sujeito num qualificado projeto de autoria, garantido-lhe a possibilidade de trilhar seu caminho e estabelecer suas próprias perspectivas.

Esta (trans)formação não será alcançada por decretos, mas por um comprometimento de educadores, gestores e famílias no sentido de oferecer uma formação capaz de intervir na vida das pessoas. Esta intervenção será estruturada a partir da compreensão da realidade temporal e do contexto em que o processo educativo ocorre. É esta relação que determinará qualidade ao processo educativo, fazendo-o significativo e relevante.

 
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