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Edições Anteriores 268 Liderança na coodenação de cursos de graduação: limites e caminhos para a superação (parte 5)
Liderança na coodenação de cursos de graduação: limites e caminhos para a superação (parte 5) PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Antonio Almeira Rodrigues da Silva   
Qua, 13 de Abril de 2011 00:00

Vivemos num momento definido por muitos teóricos, dentre eles, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, de Pós-moderno. Uma realidade relativa e ambígua, dentre outras características. Em Ética Pós-moderna Bauman ressalta que “com a minuciosa divisão do trabalho, habilidades e funções, pela qual nossos tempos são notórios, quase todo empreendimento envolve pessoas, cada uma das quais realiza apenas uma pequena parte da tarefa global”. Com efeito, é tão enorme a quantidade de pessoas envolvidas que ninguém pode razoável e convincentemente pretender a autoria do resultado final. A Pós-modernidade, portanto, caracteriza-se, sobretudo, pela invasão da tecnologia, a revolução da comunicação e a informática. Nas últimas décadas, como sugere Roberto Loureiro, no seu artigo: Mudança, empregabilidade e felicidade, várias abordagens “bombardearam” o cenário mundial, tais como:



tecnologias milagrosas de gestão, teorias acadêmicas de última geração, “perfumarias” de toda a espécie transitaram livremente pelas livrarias nos convidando a uma leitura, no mínimo, obrigatória. Temos, com isso, a superação de vários postulados que durante muito tempo perduraram como verdades absolutas no campo gerencial. As mudanças bruscas dos dias atuais não permitem fixarmo-nos em projetos eternos, mas o profissional, dentre eles o coordenador de curso, deve gerenciar as variáveis decorrentes desse novo cenário.

Desta forma, um dos principais desafios do coordenador de curso de graduação será, justamente, gerenciar as variáveis decorrentes desses novos cenários, já que, para Loureiro as transformações estão ocorrendo em várias frentes. Alterações significativas são vistas, por exemplo, nos meios social, educacional, político, econômico, empresarial.  Essas mudanças possuem caracteres e resultados irreversíveis, em muitos casos. Nesta perspectiva, dentre os vários limites enfrentados por um coordenador de curso, destaco alguns, e traço, concomitantemente, alguns possíveis caminhos para superação de entraves que atrapalham no bom desenvolvimento de suas atividades.

Bem, em primeiro lugar, o coordenador, além de coordenar o curso deve manter a coesão do seu grupo, pois estes precisam de motivação para exercer suas potencialidades. Caso o grupo não esteja motivado dificilmente o objetivo da eficiência será alcançado. A motivação é um fator indispensável, pois é ela que faz com que as pessoas desempenhem suas atividades com determinação e ânimo. Angel Pino em A produção imaginária e a formação do sentido estético: reflexões úteis para uma educação humana destaca que em Marx o termo “trabalho” tem dois sentidos opostos e contraditórios. O Primeiro sentido decorre das análises que ele faz das sociedades que vivem historicamente sob o regime da propriedade privada dos meios de produção. Nestas condições, o trabalho tem um significado negativo, enquanto atividade alienante do trabalhador.

O outro sentido de trabalho, apresentado por Marx, seria aquele que valoriza atividade criadora dos homens (imaginária, virtual, simbólica, etc.) em que esses componentes estejam presentes. A atividade criadora produz uma espécie de cumplicidade entre a natureza humana e a Natureza objeto da sua ação para criar o “mundo do Humano”. O segundo sentido, na realidade, é um resgate de uma visão de trabalho mais humana, que foge a instrumentalização do trabalhador. Tal instrumentalização está bem presente também no âmbito da educação. Um caminho para superar essa visão, talvez seja o resgate do trabalho enquanto atividade criadora. Contrariando a visão instrumental Benjamim Zender, no vídeo sobre liderança, nos ensina que o bom líder é aquele que tira o melhor dos seus liderados, o trabalho visto como prazer e não como um tormento.

De acordo com Muriel, no artigo A construção de uma realidade compartilhada em Instituições Educacionais emergentes: “uma IES, a exemplo de qualquer outra organização, significa a união de um grupo de pessoas para desempenhar um conjunto de atividades no tempo. Quanto mais aproximada for à visão de realidade de seus membros, mais coesa e vencedora será a organização”. Então passa a ser competência do coordenador criar o ambiente coeso, buscando estratégias dirigidas para tal finalidade. Outro desafio do coordenador de curso é busca constante da qualidade da educação. Num mundo marcado pela competitividade e pelo intenso crescimento de instituições de ensino superior particulares, característica do sistema Capitalista, nem sempre há uma preocupação com o ensino eficiente, pois o que se visa, em grande medida, é o lucro e, com isso, a IES perde a sua característica de desenvolver uma educação com qualidade.

A profissionalização do coordenador é também outro ponto que deve ser destacado, já que, o coordenador é visto cada vez mais com um perfil de gestor, como nos lembra Luiz Fernando Gomes Guimarães em seu artigo Gestor ou coordenador de curso? Não basta somente ser um bom professor, deve ter formação adequada para assumir as inúmeras responsabilidades que lhe acabe enquanto coordenador e que são cobradas pela instituição, pelo mercado e pela sociedade. Uma das soluções para tal questão seria investir na qualificação dos profissionais que prestam serviço pela IES. Os resultados, neste ponto, seriam muito maiores. Mas devemos lembrar, como nos ensina Peter Drucker, em Integridade na liderança que a postura líder perante seus autodirigidos deve ser sempre de sinceridade e seriedade que se reflete no respeito pelas pessoas. Portanto, como diz Meirijane González, no seu artigo: Impactos da liderança sobre o potencial criativo dos coordenadores de curso em IES:

“É fundamental que uma instituição de ensino superior invista nas pessoas, focando o desenvolvimento de processos criativos para solucionar os problemas existentes. Em outras palavras, em um cenário marcado por uma diversidade acadêmica e diversidade de interesses que o coordenador tem que administrar tais como mudanças curriculares, inadimplência estudantil, evasão, verifica-se nas IES a relevância do desenvolvimento de habilidades que possam contribuir para a sua adaptação à realidade. Líderes transformam as pessoas, e no caso dos coordenadores de IES devem ser mais construtivos que normativos, se desejarem estimular o potencial criativo das pessoas. O maior de todos os desafios de um líder eficaz é viabilizar o potencial de sinergia dos colaboradores, e para isso, deverá estar atento às necessidades de cada pessoa e valorizar as características individuais.” Como dito, os desafios para os coordenadores de curso são muitos, mas temos alguns lampejos para superação dos respectivos limites.

Prof. Wille Muriel

 

Autor deste artigo: Antonio Almeira Rodrigues da Silva - participante desde Ter, 05 de Abril de 2011.

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