As vezes, o “cansaço”  e/ou o fator “tempo” podem ser a razão que levam à conclusão de um trabalho sem o rigor científico exigido. Nessa perspectiva, pergunta-se, então: de que vale o esforço na elaboração da “introdução” e do “desenvolvimento do estudo” ou corpo do trabalho, se a conclusão da pesquisa não está elaborada de forma plena? No cotidiano acadêmico, orientadores deparam-se com essa realidade, ao receberem dos orientandos - artigos técnico-científicos, monografias, dissertações, teses ou outras modalidades congêneres. É relevante deixar patenteado que o trabalho acadêmico-científico é resultado de um conjunto de componentes, os quais devem estar concatenados:

desde os pressupostos da investigação (o problema, as hipóteses de pesquisa, quando couberem, justificativa, nas suas acepções pessoal, social e científica; e, objetivos (geral e específicos); a trilha ou procedimentos metodológicos, também têm importância capital, pois a metodologia é responsável pelo correto caminho a percorrer, rumo à elucidação do fenômeno, fato ou ocorrência.

Em relação ao corpo do trabalho, as categorias, subcategorias, eixos e subeixos que perpassam a temática sob investigação devem alicerçar o estudo, de maneira que este tenha consistente fundamentação teórica. Em outras palavras, o texto deve apresentar indiscutível lastro epistemológico para cobrir o conteúdo, objeto da pesquisa. O pesquisador vale-se da literatura na área proveniente de fontes bibliográficas, documentais e eletrônicas; se o estudo for de ordem teórico-empírica, há, ainda, a necessidade de se levar em consideração a análise e interpretação dos resultados, obtida por meio de questionários, roteiro de entrevista, guia de observação, dentre outros tipos de abordagens quantitativas e/ou qualitativas.

Ah! A ética na pesquisa é um aspecto importantíssimo a ser perquirido; isso brange desde a ausência de plágio à inserção dos contrapontos. Tudo construído dentro dos requisitos da língua culta, sempre buscando os expoentes da área, objeto do estudo, porém, com os comentários e inferências do pesquisador. Aliás, não basta um leque de citações sem a necessária reflexão crítica de quem está produzindo o estudo.

Mas, então, o que vem a ser a conclusão? Talvez um dos componentes mais importantes, porque é a conclusão que encerra o trabalho; se não estiver bem elaborada “nadou-se e morreu-se na praia”. O texto da conclusão deve, na primeira parte, resgatar os pontos-chave de cada capítulo ou seção - uma retrospectiva bem construída, composta por parágrafos curtos para, em seguida, trazer à baila a explicitação da desnudação ou elucidação da problemática da pesquisa, a comprovação e/ou refutação das hipóteses da investigação; caso não se tenha trabalhado com hipóteses, as questões norteadoras, assentadas na introdução do trabalho, devem estar com argumentação lógica e precisa.

Ah! O alcance dos objetivos da pesquisa requer, na conclusão, uma construção textual insofismável, para não deixar dúvida quanto à pertinência do que se pesquisou. Antecedendo, às recomendações, caso necessárias, o autor deve deixar assentado/registrado o seu posicionamento crítico, de forma macro, sobre o tema pesquisado, ainda que, ao longo do corpo do trabalho, suas inferências estejam esboçadas nos capítulos ou seções da investigação.

Finalmente, o Relatório da Pesquisa deve ser apresentado obedecendo fielmente as NBRs da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em vigor, além de rigorosa revisão do vernáculo, antes do depósito do trabalho, no Colegiado do Curso da Instituição de Ensino.

Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e elaboração - trabalhos acadêmicos - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
SANTOS, Luiz Carlos dos. Artigos Técnico-Científicos: por que elaborá-los? Salvador: EDUNEB, 2004.
______. Tópicos sobre educação, metodologia da pesquisa científica [...]. Salvador: Quarteto, 2007.