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Gestão Universitária

Edições Anteriores 275 O que significa "introdução" em um artigo técnico-científico, monografia, dissertação ou tese?
O que significa "introdução" em um artigo técnico-científico, monografia, dissertação ou tese? PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Luiz Carlos dos Santos   
Qua, 01 de Junho de 2011 00:00

Na edição nº 268, da Revista Gestão Universitária - ISSN 1984-3057 abordou-se a questão dos capítulos ou seções em trabalhos acadêmicos, nas  modalidades constantes do título deste artigo, quando se enfatizou que a fundamentação teórica vai muito além de um simples leque de citações, de expoentes do objeto sob investigação.

De igual modo, na edição nº 271 da citada revista, explicitou-se a necessidade do rigor técnico-científico na seção “Conclusão” dos trabalhos acadêmicos. Convém lembrar que os dois artigos também estão disponibilizados no sítio eletrônico do autor (www.lcsantos.pro.br). Contudo, ficou faltando um texto sobre a “Introdução”, considerando que o tripé - introdução, corpo do trabalho (desenvolvimento) e conclusão compõe a parte textual de uma produção científica - artigo técnico-científico, monografia, dissertação ou tese. Frise-se, entretanto, que em sendo pesquisa de cunho teórico-empírico, há, ainda, a seção intitulada “Análise e Interpretação dos Resultados”, decorrente da pesquisa de campo.


Na condição de orientador de investigações científicas, quer na graduação, quer na pós-graduação lato sensu, ou até mesmo em mestrados e doutorados, venho constatando que os estudantes ou pesquisadores têm dificuldade de elaborar o texto da introdução, considerado importantissimo em uma produção técnico-científica.

A introdução é a abertura do resultado de uma pesquisa científica. Nela, a Banca Examinadora e os leitores terão o primeiro contato com o objeto investigado; seu texto além de bem redigido, deverá constituir-se em um convite para a continuidade da leitura da obra. Se bem construída, torna-se instigante e prazerosa, deixando de ser algo compulsório, principalmente para aqueles que têm a missão de avaliá-la, com a finalidade de emitir parecer.

Qual seria, então, a trajetória para a elaboração da introdução de uma produção técnico-científica? A partir dos estudos empreendidos em livros de metodologia da pesquisa científica e na experiência acumulada nesses quase 30 (trinta) anos dedicados à docência superior, a introdução deverá ter início com, aproximadamente 5 (cinco) laudas, a fim de que o autor da obra traga para o texto uma visão panorâmica da temática investigada. Frise-se que nesse momento não deve haver mais do que duas ou três citações (diretas ou indiretas), nem tampouco que se adentre, de forma detalhada, no tema sob análise. Afinal, o assunto/temática será desdobrado no desenvolvimento do trabalho, ou seja, nos capítulos ou seções.

Elaborada a visão geral da matéria, entra-se com um gancho textual para a colocação dos pressupostos investigativos, iniciando com a problemática da pesquisa nas suas duas dimensões: contextualização e enunciado do problema (ou vice-versa). Aconselha-se que no caso do enunciado seja este assentado, preferencialmente, de forma interrogativa.

Continuando o texto dissertativo da introdução, com parágrafos curtos, de maneira concisa e objetiva, concatenadamente, agora é a vez do assentamento da (s) hipótese (es) de pesquisa, ou se preferir, caso a investigação verse sobre objeto das áreas das Ciências Humanas ou das Ciências Sociais Aplicadas, de se registrar as questões norteadoras/orientadoras, derivativas da indagação central.

Dando prosseguimento à redação da seção em epígrafe, cabe explicitar o porquê do estudo: a justificativa nas suas acepções pessoal, social e científica. Urge ressaltar no aspecto social a relevância, pertinência, viabilidade e a contribuição do trabalho. Se a justificativa relaciona-se com a pergunta “por que” da investigação, os objetivos (geral e específicos) decorrem da indagação “para que”. Nesse momento, o estudante ou pesquisador deve iniciar a redação com o verbo no infinitivo, usando sempre uma ação impactante, a exemplo de: o objetivo desta pesquisa consistiu em evidenciar a [...]; analisar [...]; avaliar [...], entre outras ações, em perfeita harmonia com a problemática explorada. No que concerne aos objetivos específicos, sugere-se que estes também iniciem com o verbo no infinitivo - da operação menos para a mais complexa, de maneira que o somatório das ações específicas propicie o alcance do objetivo geral do estudo.

Arrolados os pressupostos da pesquisa, a redação do texto da introdução tem continuidade com a explicitação da metodologia adotada, ou seja, o percurso trilhado, abrangendo método (s), técnica (s) e procedimentos que possibilitaram a elucidação do problema da pesquisa. É facultado ao autor extrair esta parte da introdução, constituindo-se em um capítulo ou seção independente, principalmente se a investigação for de cunho teórico-empírico, na qual o pesquisador foi a campo e aplicou técnicas ou instrumentos de coleta de dados (questionário, formulário, entrevista, observação, dentre outras). Reafirme-se, contudo, que a metodologia mesmo em trabalhos teórico-empíricos pode ser explicitada na INTRODUÇÃO.

Convém salientar que a descrição da metodologia, necessariamente, deve conter citações de expoentes da área e os consequentes comentários e inferências do autor da pesquisa. Enfim, se do tipo exploratória, qual a âncora (expoente/citação) e o link com a tipicidade (o objeto desnudado)? De igual modo, deve-se proceder relativamente ao (s) método (s) escolhido (s); ao (s) tipo (s) de abordagem (ns) empreendido (s)/utilizado (s), entre outros aspectos.

Finalizando o texto da INTRODUÇÃO, o autor deve encerrá-lo com uma sinopse dos capítulos ou seções que constarão do corpo do trabalho (desenvolvimento). Portanto, a dissertação da introdução é composta de: visão panorâmica da temática; pressupostos investigativos; metodologia adotada; e, sinopse capitular.

Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724 - informação e documentação - trabalhos acadêmicos - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas; tradução Heloísa Monteiro e Francisco Settineri. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte: EdUFMG, 1999.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11. ed. São Paulo: Hucitec, 2008.
SANTOS, Luiz Carlos dos. Tópicos sobre educação, metodologia da pesquisa científica [...]. Salvador: Quarteto, 2007.

 
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