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A proatividade como via de superação profissional e transformação no processo educativo |
Escrito por Edione Teixeira de Carvalho |
Qua, 27 de Julho de 2011 00:00 |
1. Introdução A proatividade é um conceito incipiente no mundo das corporações e trabalho. Acredita-se que as pessoas proativas têm maiores possibilidades de conseguirem resultados e de serem capazes de superarem enfrentamentos do cotidiano. Assim, espera-se através deste artigo, uma reflexão que contribua para uma nova postura e uma leitura do ambiente de trabalho, bem como relacionar a proatividade e sucesso profissional no processo educativo em uma sociedade globalizada. A maneira como se reage a um problema pode determinar os resultados e o ambiente de trabalho. Essa interpretação já é muito comentada e estudada no mercado de trabalho, porém no âmbito empresarial, comercial, sem uma preocupação e investigação mais precisa no ambiente escolar. Desta forma, torna-se pertinente essa reflexão, haja vista o caótico contexto da educação brasileira, onde o profissional cada vez mais enfrenta as mazelas de um modelo de sociedade incipiente, que prioriza as relações profissionais em detrimento das relações familiares e educacionais. Urge a necessidade de repensar sobre os posicionamentos e enfrentamentos desta profissão, numa perspectiva otimista, que contribua para um processo de superação profissional e pessoal. Assim, as investigações e difusões de ações proativas constituem-se, efetivamente, em uma via possível de construção de um estilo de vida pautado em perspectivas fundamentadas em sentimentos de esperança e de crenças que sobrepõem os entraves que contribuem para a avalanche de desânimo e descrédito que assolam os profissionais da educação, bem como uma grande leva de educandos. O termo proatividade está sendo bastante empregado pelas das empresas. Prega-se que os diretores e gerentes devem ser proativos e também que as empresas construam seus resultados pautados nesta perspectiva, mesmo que nem todos coincidem em uma forma de definir proatividade. Porém, apesar de extremamente necessário na postura dos educadores e educadoras, essa reflexão ainda é pouco socializada no meio educacional. Este conceito tem diversos sentidos, como acontece com tantos outros termos que recentemente estão sendo introduzidos no vocabulário do mundo empresarial, mas que não se encontram no dicionário. Vejamos algumas destas definições. Covey (2009) argumenta que a capacidade de liderar sua própria vida é a essência marcante do proativo, que à margem do que passe a seu redor, a pessoa proativa usa do seu poder único de decisão diante dos estímulos e concentra seus esforços em seu círculo de influência, ou seja, se dedica àquelas coisas com relação as quais se pode fazer algo. Para ele a proatividade não significa apenas ter a iniciativa, mas assumir a responsabilidade de fazer com que as coisas aconteçam; decidir em cada momento o que se quer fazer e como vamos fazer. Ralf Schwarzer (1999) acredita que o fato de uma pessoa se comportar proativamente é reflexo de sua crença em seu potencial para benefício próprio, de possibilidades de enfrentamento e superação do seu contexto. As pessoas que se orientam por esse comportamento antecipam ou detectam possíveis situações de stress e atuam para evitá-los. Desta forma, pode-se pensar que a proatividade está diretamente relacionada à sensação de controle e auto-eficácia. As pessoas que se consideram eficazes, que pensam que podem controlar a situação e solucionar seus problemas, têm mais facilidade para empreender a ação. Bateman e Crant, (1993), defendem que o comportamento proativo implica criar mudanças, não apenas antecipá-las. Segundo estes autores, ser proativo não consiste unicamente em ter flexibilidade e condição de adaptação com um futuro incerto, mas que é preciso tomar a iniciativa para melhorar o contexto. Todos esses antecessores do pensamento proativo coincidem que o comportamento movido por sentimentos positivos, ousados, motivados, remete a um comportamento capaz de submeter os sentimentos aos valores e princípios; que ser proativo é ser responsável, sobretudo, por si mesmo, e que os comportamentos tornam-se resultados de decisões tomadas, e não das condições externas, ou seja, ser proativo é ter iniciativa e responsabilidade suficiente para fazer as coisas acontecerem conforme sua própria decisão e vontade. Portanto, essa condição é extremamente necessária no contexto educacional, haja vista a grande necessidade de reverter um quadro altamente desfavorável, sobretudo quando se refere ao estado emocional, tanto dos educadores e educadoras, quanto dos discentes. 2. Os reflexos da Proatividade no contexto pedagógico Analisando vários trabalhos publicados sobre proatividade e sucesso profissional, de Bateman e Crant, percebe-se que os distintos estudos em que analisam o comportamento proativo, apresentam como resultado da ação, várias medidas exitosas, liderança, rendimento e resultados de carreira. Estes pesquisadores investigaram um número significativo de banqueiros, vendedores, estudantes de MBA, empreendedores, presidentes de empresas, entre outros, e afirmam que o comportamento proativo tem conseqüências positivas demonstráveis tanto para os empregados quanto para as organizações. Diante deste contexto, torna-se pertinente as investigações que se propõe a pesquisar sobre a proatividade desde a perspectiva pedagógica. Stephen Covey (2009) defende que todos devem se reeducarem e reinventarem a si próprios constantemente, e que a maneira como vemos o problema é que constitui o problema de muitos. Rubem Alves (1994) sempre defendeu a ideia da grande necessidade de se educar, antes de tudo, os olhos. A visão deve ser a primeira a ser educada, para que, através do olhar de esperança, da pureza e da “boniteza”, como diz Moacir Gadotti (2002), tanto os alunos como os professores sentirão maior prazer no ato de aprender e ensinar. Analisando o contexto educacional brasileiro, o qual apresenta um relevante quadro de professores “doentes” psicológica e emocionalmente; alunos desinteressados, violência no ambiente escolar, enfim, uma série de problemas que marcam o cenário educacional, justifica a possibilidade de encontrar nas ações orientada pela proatividade uma via possível de minimizar ou quiçá resolver estes problemas. De acordo com estudos publicados por Bateman e Crant, as características que marcam uma pessoa proativa são as seguintes:
Um profissional da educação que assume estas características em sua missão de educador, com certeza fará a diferença no sentido de motivar para a transformação esperada através do processo ensino aprendizagem. Desta forma, pode-se entender que, assim como indica todos estes estudos, parece que o comportamento proativo é um fator determinante para a sobrevivência e a superação em um ambiente em constante transformação e que apresenta as complexidades e dificuldades como o atual. A educação necessita de pessoas flexíveis, que se adaptem ao inesperado e às mudanças, que saiba questionar as incertezas e, sobretudo, ousem se permitir a experimentar um estilo de trabalho que implica a responsabilidade de gerar novas ações para alterar sua situação e conseguir os resultados que desejam. |