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Edições Anteriores 285 RESPONSABILIDADE SOCIAL: a organização integrada nas dimensões econômicas, sociais e ambientais
RESPONSABILIDADE SOCIAL: a organização integrada nas dimensões econômicas, sociais e ambientais PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Luiz Carlos dos Santos   
Qui, 01 de Setembro de 2011 00:00

De acordo com o conceito da ISO 26000, da Organização Internacional de Padronização ou Normalização (ISO), Responsabilidade Social (RS) de uma organização está relacionada com os impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, mediante comportamento transparente e ético, visando:

contribuir para o desenvolvimento sustentável, inclusive saúde e bem-estar da sociedade, atender as expectativas das partes interessadas, obedecer as leis aplicáveis e consistentes com as normas internacionais de comportamento e integrar a instituição de forma holística e de interdependência.

É de capital importância o reconhecimento, por parte da organização, da sua responsabilidade social; conhecer sua extensão. Nessa perspectiva os impactos econômicos, sociais e ambientais das atividades diretas e indiretas da Instituição devem ser a principal tônica. Frise-se que leis, regulamentos, contratos e outras formas de expressão da vontade coletiva são fontes para conhecer as exigências e expectativas da sociedade.

De pronto, cabe salientar que o termo Responsabilidade Social não é sinônimo de filantropia, por exemplo: fazer doações, apoiar creches, dentre outros. RS é uma relação ética perante a sociedade, a qual inclui respeito aos direitos humanos, compromisso com as minorias, combate à discriminação e à corrupção e governança organizacional.

Em suma, uma organização responsável socialmente deve trilhar o percurso da integração, compreensão, comunicação, credibilidade, aperfeiçoamento, com o auxílio de ferramentas de orientação quanto à identificação, seleção e adoção de iniciativas voluntárias promovidas por diferentes agentes, para a disseminação da responsabilidade social.

Na visão holística da instituição com interdependência, a RS deve levar em conta: governança organizacional, direitos humanos, práticas de trabalho, meio ambiente, legislação e normas de operação, questões do consumidor e envolvimento comunitário e desenvolvimento.

A RS na percepção da professora doutora Tânia Fischer (2011, cad. 4), publicada no Jornal A Tarde, edição de 14/12/2011, é o compromisso com educação profissional estruturante, que possa garantir um espaço digno para as pessoas no mercado de trabalho. Assevera a citada docente: “[...] É um processo que não vai ser fácil, mas que é fundamental para o Brasil. A responsabilidade social tem que se traduzir no desenvolvimento social do seu território e na elevação da qualidade de vida das pessoas. Se não for dessa Forma, não pode ser classificada como responsabilidade social”.

Convém registrar que a ISO 26000 é uma guia orientador internacional sobre RS. Na sua concepção e elaboração houve a participação de integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e de um expressivo número de organizações não governamentais, a exemplo da WWF (World Wildlife Fundi), para definir as práticas da gestão social ambientalmente responsáveis.

Em relação ao Brasil, participaram a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (este último atuou por intermédio de duas entidades regionais - o Fórum Empresa e a Rede Interamericana de Responsabilidade Social Empresarial). A adesão das empresas à ISO 26000 é espontânea, assim como as outras normas da ISO. Assim, não estabelece requisitos a serem cumpridos, apenas faz recomendações que podem ser incorporadas ao sistema de gestão existente, sugerindo formas de integrar a Responsabilidade Social às atividades usuais da organização.

Também é oportuno registrar que a ISO já publicou quase 19 mil normas desde a sua fundação, conforme matéria referenciada neste artigo. Desde que foi criada, em 1946, a Organização Internacional da Padronização ou Normalização (ISO) - cuja raiz grega significa igual - são várias normas de recomendações na agricultura e construção, passando por engenharia mecânica, artefatos médicos, até o meio ambiente, responsabilidade social e a recente norma sobre tecnologia da informação.

Reafirme-se que a ISO foi formada com a união de duas organizações - a International Federation of National Standardizing Associations (ISA), estabelecida em Nova Iorque, no ano de 1926 e a United Nations Standards Coordinating Committee (UNSCC) - criada em 1944. Conforme se extraem dos estudos para elaboração deste escrito, em outubro de 1946, delegados de 25 Nações encontraram-se no Instituto de Engenheiros Civis, em Londres e criaram a organização em tela com o objetivo de facilitar a coordenação internacional e unificar as normas industriais. A ISO começou a operar, oficialmente, em 23 de fevereiro de 1947, em Genebra.

Segundo a gerente do grupo técnico do Departamento de Normalização da ISO - Sophie Clivio (2011), a mais famosa normalização da organização em foco, a ISO 9000, foi criada em 1979, por meio do Comitê Técnico. Atualmente, 80 países participam da Instituição, além de 21 observadores.

Já Jorge Cajazeira (2011), PhD em Sustentabilidade pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), de São Paulo, sugere que os consumidores, ou seja, a população deve exercer papel relevante na promoção do desenvolvimento sustentável. Segundo o referido doutor, os consumidores devem adotar práticas socialmente responsáveis pessoalmente e em seu ambiente familiar, por exemplo, pagando impostos em dia, não utilizando softwares ilegais e produtos piratas, combatendo a violência que se apresenta sob diversas formas. Enfim, ser um consumidor consciente - aquele que procura pressionar as organizações para que os orientem e possibilitem a todos comprar e consumir de maneira esclarecida e sustentável. Afinal, o consumidor tem o direito de saber a procedência dos produtos para que faça a melhor opção.

Urge, porém, patentear que a temática é bastante vasta e não foi intenção deste autor esgotá-la nessa breve incursão. Todavia, espera-se cada vez mais que as organizações sejam capazes de reconhecer seus impactos ambientais, econômicos e sociais; e, a partir desse pano de fundo, construam relacionamentos de valor com os seus diferentes públicos de interesse, os chamados stakeholders - público interno, fornecedores, clientes, comunidades, governo e sociedade, meio ambiente, dentre outros.


Referências:
ANDRADE, José de Carvalho Souza. Responsabilidade Social das Organizações. Porto Alegre: Alhures, 2009.
CAJAZEIRA, Jorge. ISO 26000. Jornal A Tarde. Salvador, caderno especial, 4, 13 ago. 2011. Entrevista.
FISCHER, Tânia. Práticas Responsáveis. In: Jornal A Tarde. Salvador, caderno especial, 4, 13 ago. 2011.
CLIVIO, Sophie. A ISO foi formada com a união de duas organizações: a ISA e a UNSCC.  In: Jornal A Tarde. Salvador, caderno especial, 4, 13 ago. 2011.
SANTOS, Luiz Carlos dos. Responsabilidade Empresarial. Disponível em: >. Acesso em: 13 ago. 2011.

URSINI, Tarcila Reis; BRUNO, Giuliana Ortega. A gestão para a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. Disponível em: >. Acesso em 13 ago. 2011.

 
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