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Escrito por José Muriel Cardoso   
Qua, 15 de Fevereiro de 2006 21:00

Fala-se muito (está na moda) em "desqualificação" da escola superior particular.

Levantamentos de todos os tipos são feitos. Índices apurados, demonstrações negativas projetadas, providências contra as instituições particulares tomadas - por decretos, resoluções, portarias, pareceres, etc -, tudo levando a crer que encasteladas ali estariam todas as mazelas da educação superior brasileira.

O mantenedor da instituição de ensino superior particular é visto como alguém que, obrigado ao exercício de um sacerdócio não remunerado (só agora, no Decreto 2.207/97, se falou de escola como empresa, se aceitou como tal), vende as hóstias (já por si elaboradas com farinha de quinta categoria, na escala de qualidade), locupleta-se com a ignorância social, vende gato por lebre, aninha-se num nicho de onde suga toda a seiva de uma sociedade despreparada, miseravelmente pobre de recursos e de noção e consciência de cidadania. Enche as burras fraudulentamente, arrostando a lei e o direito de seus consumidores.

Não se fala, nunca, da irresponsabilidade dos administradores públicos - que constroem viadutos em meio a matas (e os deixam perdidos e pendurados no vácuo), em projetos sem seguimento, abandonados, que iniciam e não concluem rodovias ditas de integração nacional, abandonam equipamentos no meio das estradas, tratores daqui e dali, caríssimos, enferrujando à vista de quem passa. E nem se está falando aqui nos desvios de verba genocidas, do esgrimir de interesses escusos, claramente irresponsáveis para com a Nação brasileira, gritantemente perniciosos a que se encontrem soluções, pelo menos, para o socorro da diuturna fome, dessa dor física angustiantes, frente a esse escárnio chamado SUS, dessa miserabilidade sem Previdência Social. E sobre tudo isto, a ganância tributária, a inviabilizar iniciativas, a impedir crescimentos, a quebrar continuidades, a falir esperanças e promessas muitas.

E a informação desencontrada, a verdade posta à disposição da moeda, da condição tilintante das burras, confundindo tudo e deixando-nos sem saber efetivamente o que é e o que não é de interesse nacional.

De qualquer forma, procura-se formar a consciência de que o "particular" é o grande vilão social - onde quer que atue. Grupos encastelados "demonstram", por a + b, o lucro solto, a sonegação desenfreada, a necessidade de mais e mais servidores fiscais no Serviço Público, pois que são incontáveis os ladrões e cumpre fazê-los pagar até que ponham a língua de fora, até que se exauram as forças de resistir. E indignando-se (como desvio de atenção, certamente), com determinados setores para os quais já se voltou o ódio das famílias (por desqualificados mesmo, embora oficiais). E fica a pergunta: o que é pior? Um grupo de policiais (sobreviventes de remuneração de indigente) que mata, assalta, humilha, ou a autoridade que desvia verbas da saúde para satisfazer interesses inconfessáveis (e nunca levantados, nunca discutidos em público, como se discute o que interessa discutir)? Milhões. Que poderiam estar a equipar e qualificar creches, hospitais, escolas, centros de saúde. A melhorar o país, a dar comida ao povo.

E daí? Daí, que o que somos, efetivamente, é um país pobre e confuso. Desamparado. Com "gatos" soltos, ávidos, sorrateiros (tanto no particular quanto no Ofício) em todas as áreas. Um país que insufla e garante audiência na luta do pobre contra o pobre. Ou seria diferente a Polícia contra o favelado? São dois tipos de habitantes de favela. Um país que faz levantamentos demonstrativos, convincentes, em todos os setores, e conforme o interesse da demonstração. Onde indivíduos capazes da mesma hedionzidade se horrorizam com a hedionzidade alheia. Oh! E viram o rosto para fingir seriedade.

Ah, Brasil! Até quando?

Em tudo, devo confessar, não vi ainda um levantamento que gostaria de propagar: a diferença, se existe, entre o que o Poder Executivo gasta com o ensino superior oficial e o montante da contribuição escolar dos alunos da escola particular superior. E quanto custa, efetivamente, um aluno da escola pública e um da particular? E quantas vezes, se for o caso, o da escola pública é melhor do que o da particular? Onde estamos jogando dinheiro fora? Seria bom que se esclarecesse também de onde vem o recurso oficial. Não seria da mesma sociedade que paga o ensino particular e financia, com impostos escorchantes e não transformados em benefício social, o ensino público, dito "gratuito"? E paga assim duas vezes: pelo seu filho, que está matriculado na escola particular e, indiretamente, pelos filhos dos ricos (que se provou isto), que estudam na escola oficial?

Se é ruim a escola particular é porque tomou-se como boa a escola pública, para estabelecerem-se parâmetros? Sabe-se que são duas mentiras, se tomadas no sentido absoluto, a gerar uma convicção - o que seria o quê, a partir de tais postulados fajutos?

Verdadeira ou mentirosa? Sobre isto, meu amigo, você decide.
 

Autor deste artigo: José Muriel Cardoso - participante desde Qua, 15 de Fevereiro de 2006.

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