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Edições Anteriores 84 Aguçar os sentidos e ampliar a visão de mundo - Sobre JK e outras histórias
Aguçar os sentidos e ampliar a visão de mundo - Sobre JK e outras histórias PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Rosane Pimentel   
Qua, 22 de Fevereiro de 2006 21:00

A indústria cultural, no Brasil e fora dele, tem produzido entretenimento e despertado o interesse do público por personagens e temas, sendo muitos deles históricos. Os historiadores-educadores são constantemente abordados para dialogar sobre um novo filme, novela ou minissérie, por exemplo. Por isso mesmo essas linguagens são tratadas por tais profissionais como fontes históricas em sala de aula.

Nesse início de ano, milhões de brasileiros têm acesso pela televisão à narrativa da escritora Maria Adelaide Amaral sobre Juscelino Kubitschek de Oliveira. As revistas semanais e especializadas dedicam páginas ao assunto, ampliando o quadro informativo e a discussão. A teledramaturgia, como já afirmou Maria Adelaide, não é um documentário. O objetivo da minissérie é o entretenimento, sendo uma recriação para a linguagem televisiva a partir de pesquisa, seleção e utilização de fontes históricas escritas e não escritas.

Os meios de comunicação de massa podem colaborar com a ampliação da visão de mundo do público consumidor, na medida em que desmistificam temas e personagens, possibilitando o debate. A divulgação de informações históricas, carregadas de contradições e parcialidades, favorece a superação do senso comum sobre assuntos variados.

O público, por sua vez, não deve entender a produção divulgada por estes meios de comunicação como a verdade absoluta do que acontece ou aconteceu, mas como uma abordagem possível sobre um assunto. Não é interessante, por exemplo, assistir ao mesmo telejornal diariamente, pois embora o fato seja único, possui enfoques e possibilidades de análise diversas. A própria ciência histórica coloca questões que não consegue responder e que há inúmeras interpretações possíveis sobre os fatos históricos.

Há cinqüenta anos Juscelino tomava posse como presidente do Brasil e há trinta falecia num acidente automobilístico. Os artigos e outros produtos culturais divulgados sobre o assunto, assim como a minissérie, servem como estímulo para problematizar o passado e o presente, superar preconceitos e mitos, sendo uma riquíssima possibilidade educativa. Nesse sentido é possível levantar inúmeros questionamentos como:
"por que uma determinada imagem de JK é utilizada até hoje no marketing político?"
"A 'Era JK' teve aspectos positivos e negativos? Quais são eles?"
"O governo desse ex-presidente esteve vinculado ao populismo e à internacionalização da economia. Como são percebidos esses fenômenos no Brasil e no mundo atualmente?"
"Em quais circunstâncias decidiu-se pela construção de Brasília? JK construiu Brasília? Quem eram os 'candangos'? Qual o custo de sua construção e de sua manutenção? As críticas de Millôr Fernandes de que Brasília provocou concentração de poder e a exclusão física do povo são válidas?"
"O incentivo ao setor industrial em detrimento das transformações sociais rendeu a JK ganhos de imagem e poder. Quais os resultados do seu Plano de Metas no que se refere à alimentação e à educação?"
"Quais devem ser as prioridades de um governo? A modernização de um país pode ocorrer desvinculada de transformações sociais que assegurem qualidade de vida para a maioria da população?"
"É justo um governante realizar grandes obras e programas para transmitir uma imagem de governante empreendedor e deixar uma 'bomba-relógio' para seus sucessores?"
"Os eleitores que têm acesso à informação são co-responsáveis desse processo na medida em que se deixam impressionar pelas 'obras realizadas' sem avaliar os custos econômicos e o impacto ambiental e social que recaem sobre toda a sociedade?"
"Repensar o período 1956-1961 através de letras de música da época possibilita diferentes análises por meio da comparação entre elas. Como exemplos, podemos citar as músicas 'O barquinho', de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, que retrata o otimismo dos anos dourados no Brasil e 'Presidente bossa nova', do compositor e humorista Juca Chaves, que inicialmente, foi proibida pela censura de JK pelas críticas sutis ao estilo do presidente."

A partir das mensagens que chegam com os meios de comunicação de massa, é possível buscar pistas e outras informações, avaliar, dialogar, debater e estabelecer relações na construção e ampliação do conhecimento, em um processo ativo, participativo e constante de assimilação seletiva da informação.
* A autora, Rosane Pimentel, é professora do Colégio Fênix de Bauru e é graduada em História.


 

Autor deste artigo: Rosane Pimentel - participante desde Seg, 16 de Janeiro de 2006.

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