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A Educação a Distância (EAD) no CEDERJ: O desenho didático e a mediação docente na visão dos alunos de final de curso PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Eleison Diettrich de São Christovão   
Ter, 22 de Novembro de 2011 15:43

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA – EAD - CEDERJ

A EaD (educação a distância) no CEDERJ: O desenho didático e a mediação docente na visão dos alunos de final de curso

 

Nome do aluno: Eleison Diettrich de São Christovão

Orientador: Dr. Marco Silva

 

Rio de Janeiro

2011

 

ELEISON DIETTRICH DE SÃO CHRISTOVÃO


 

 

A EaD (educação a distância) no CEDERJ: O desenho didático e a mediação docente na visão dos alunos de final de curso

 

 

 

Monografia de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.

 

 

 

 

 

Orientador: Dr. Marco Silva

 

 

 

 

 

 

Rio de Janeiro

2011

 

ELEISON DIETTRICH DE SÃO CHRISTOVÃO

 

 

 

 

 

 

A Educação a Distância (EAD) no CEDERJ: O desenho didático e a mediação docente na visão dos alunos de final de curso

 

 

 

Monografia de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.

COMISSÃO EXAMINADORA:

 

Prof. _____________________________

 

Prof. _____________________________

 

 

 

 

 

Rio de Janeiro, ___________ de dezembro de 2011.

Dedica-se ao meu mestre Dr.MarcoSilva que junto com  Pierre Lévy e muitos outros  estudiosos da cibercultura me  inspiraram em fazer esse trabalho.


AGRADECIMENTOS

Tenho que agradecer ao meu companheiro José do Rosário Silva pela compreensão e pela paciência nos meus momentos mais difíceis para conseguir conciliar tempo de trabalho, com tempo de estudo e lazer. Não foi uma tarefa fácil, mas sem sua ajuda, teria sido impossível. Também tenho que agradecer a meu colega de trabalho Robson Souza de Azevedo por trocar dias de trabalho comigo, sem o qual não conseguiria ter chegado até aqui.

 

 

Por que me impões o que sabes,

se eu quero aprender o desconhecido

e ser fonte em minha própria descoberta?

Não quero a verdade,

Dá-me o desconhecido.

Como estar no novo sem abandonar o presente?

Deixa que o novo seja o novo

e que o trânsito seja a negação do presente;

deixa que o conhecido seja minha libertação

não minha escravidão.

(H. Maturana. El sentido de lo humano, 1996).

RESUMO

As novas tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) colaboraram para transformar o paradigma da educação, da pura transmissão para a bidirecionalidade, por esse motivo, devemos qualificar tanto o corpo docente como o discente, dotando-os de competência para participar nessa era digital, na cibercultura, na sociedade da informação e do conhecimento Silva (2005). Esse trabalho tem como objetivo investigar o desenho didático e a mediação docente de uma dessas instituições, o CEDERJ, um consórcio formado por diversas universidades públicas, para o atendimento educacional no nível superior, na modalidade semipresencial. A análise abrangerá o desenho didático de seu curso de Licenciatura em Pedagogia bem como a mediação docente. Esta análise será baseada em pressupostos teóricos de autores especialistas nessa área de estudo, através de uma pesquisa bibliográfica para fundamentar o trabalho. Como referencial teórico, foram utilizados os autores que tratam da cibercultura (Lévy, Lemos) e da interatividade (Silva e Santos), articulado com uma pesquisa de campo qualitativa, através de questionários abertos construídos a partir dos objetivos desse trabalho, aplicados a alunos do último período do citado curso, como também de observação participante por parte do autor do trabalho, que também é aluno do curso em estudo. Seus resultados indicaram a necessidade de formação de professores e tutores do CEDERJ, que desenvolvam práticas de mediação em sintonia com um desenho didático, cujo atual necessita uma revisão para contemplar mais interfaces interativas, que potencializa a interatividade todos-todos na construção da comunicação e do conhecimento.

 

 

Palavras-chaves: Cibercultura; Internet; Interatividade; Sócio-Interacionismo; Desenho didático; Mediação docente.

SUMÁRIO

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

I.1 Histórico da EAD no CEDERJ.............................................   09

I.2 Aprendizagem na EAD........................................................   10

I.3 Justificativa..............…………………………........................   12

I.4 Objetivos geral e específicos...….…………………......…....   13

I.5 Metodologia do trabalho......................................................         13

 

CAPÍTULO II - O DESENHO DIDÁTICO e o CEDERJ

II.1 Definição.............................................................................           15

II.2 Análise do desenho didático da plataforma do CEDERJ...   18

II.3 Análise de dados do desenho didático (resultados)............  21

CAPÍTULO III – A MEDIAÇÃO DOCENTE e o CEDERJ

III.1 Definição............................................................................. 23

III.2 Análise da mediação docente do CEDERJ........................ 25

III.3 Análise de dados da mediação docente (resultados)......... 26

CAPÍTULO IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS

IV.1 Conclusão............................................................................ 27

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 28

APÊNDICES........................................................................................... 32

Capitulo 1 - INTRODUÇÃO

I.1 – Histórico da EAD no CEDERJ

 

Com o advento das novas tecnologias da informação e da comunicação, utilizamos cada vez mais novos aparatos tecnológicos que começam a ser incorporados no nosso dia-a-dia. Assim foi com a invenção do livro, do rádio, da televisão, e agora com o computador, que desde a sua invenção, tem se desenvolvido cada vez mais rapidamente. Porém, foi com o desenvolvimento da Internet, que essas ferramentas tomaram outro significado, dando início a uma nova era: a sociedade da informação e do conhecimento.

A educação a distância (EAD) surgiu com o objetivo principal de dar oportunidades para que pessoas excluídas dos processos educacionais tradicionais pudessem voltar a estudar, virtualmente diminuindo distâncias geográficas, e de uma forma mais ampla, proporcionando transformações sociais e econômicas, como destaca Silva (2010, p.52),  “[...] a internet é um uma rede telemática ou ciberespacial que, potencialmente, tem mostrado eficiência comunicacional, interativa na perspectiva da inclusão digital e da cibercidadania [...]”.

Foi nesse contexto da EAD no Brasil, que em 1999 surgiu o CEDERJ, um consórcio das universidades públicas (UFF, UNIRIO, UFRJ, UFRRJ, UERJ, UENF), no Estado do Rio de Janeiro que junto com o governo federal pela Universidade Aberta do Brasil (UAB) e o apoio das prefeituras municipais, hoje conta com mais de 26.000 alunos matriculados nos seus 10 cursos de graduação. (MORAIS, 2007).

Sua metodologia é composta de três principais elementos: material didático, interatividade e avaliação. Este trabalho será focalizado na interatividade, ou seja, nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA’S) e na mediação dos professores e tutores nesses ambientes.

A legislação em EAD no Brasil é executada pelo Ministério da Educação (MEC), e por meio da Secretaria de Educação a Distância (SEED), que através do decreto n° 5.622 de 19/12/2005. (MEC, 2005), desconsidera esses ambientes interativos como de maior peso nas avaliações nesses cursos, reforçando assim a mera transcrição de um curso presencial para um curso on-line. Assim diz essa lei:

A avaliação do desempenho do estudante para fins de promoção, conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo, mediante:

I – cumprimento das atividades programadas; e

II – realização de exames presenciais.

§2° Os resultados dos exames citados no inciso II deverão prevalecer sobre os demais resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância. (MEC, 2005).

 

Isso nos mostra que essa legislação é no mínimo, anacrônica, uma vez que a educação a distância tem fundamento na interatividade, e essa é possível de ocorrer nesses ambientes virtuais de aprendizagem, através do uso de várias interfaces síncronas e assíncronas, como fóruns, chats, wikis e blogs.

 

I.2 – Aprendizagem na EAD

O processo de construção do conhecimento em EAD vai ao encontro dos preceitos do construtivismo de Piaget e do sócio-construtivismo de Vygotsky, uma vez que a EAD tem como fundamento os princípios da atividade, participação e colaboração do sujeito na construção do conhecimento através das interações entre seus pares (P2P)[1], entre  professor/tutor/aluno e entre os alunos e o material didático. Segundo Becker:

 

Construtivismo [...] significa a idéia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado – é sempre um leque de possibilidades que podem ou não ser realizadas. É constituído pela interação do indivíduo com o meio físico [...]. (2001, p.72).

 

 

Segundo Vygotsky (1998, p.75), a aprendizagem é um fenômeno que ocorre na interação com o outro, através da internalização, processos internos de desenvolvimento mental, que ocorrem a partir desse processo anterior quando o sujeito interage com objetos e sujeitos em cooperação. A partir daí, vão se consolidando aquisições do desenvolvimento, onde se conclui que um processo interpessoal se transforma num processo intrapessoal. Ainda segundo esse autor, existem dois níveis de desenvolvimento; o real e o potencial. No real, o sujeito é capaz de por si só realizar tarefas, uma vez que está num nível de desenvolvimento consolidado. No potencial, o sujeito só é capaz de realizar algumas tarefas com a ajuda do outro, considerando-se assim outra etapa do desenvolvimento de sua capacidade de aprendizagem. Assim define Vygotsky essa etapa:

 

 

Ela é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (VYGOTSKY, 1998, p.112).

 

 

O processo de aprendizagem estaria focalizado exatamente nesta zona de desenvolvimento proximal, onde o sujeito, diante de situações problema, que provocariam a construção de conhecimentos e conceitos, em relação aos conhecimentos de outros sujeitos, num processo interativo, provocariam a desestabilização dos conhecimentos já consolidados, contribuindo assim para a formação de novos conceitos e conhecimentos. (VYGOTSKY, 1998).

Visto que a EAD tem como estrutura básica comum, o corpo discente, um ambiente de práticas educacionais colaborativas, ambiente esse denominado AVA’S (ambientes virtuais de aprendizagem) e mediados por um corpo docente formado por professores, coordenadores e tutores, tem como pressuposto básico, a práxis das teorias de aprendizagem construtivista e sócio-interacionista, é imprescindível também nos aprofundarmos no conceito de interatividade.

Ao falarmos em interatividade, devemos nos remeter direto ao seu conceito múltiplo, segundo Silva (2010):

 

Computadores, laptops, celulares e tablets conectados em rede mundial favorecem e potencializam a mediação docente interativa inspirada nas sugestões: a) propiciar oportunidades de múltiplas experimentações, múltiplas expressões; b) disponibilizar uma montagem de conexões em rede que permita múltiplas ocorrências; c) provocar situações de inquietação criadora; d) arquitetar colaborativamente percursos hipertextuais e e) mobilizar a experiência do conhecimento. (SILVA, 2010).

 

Ainda de acordo com esse mesmo autor, os fundamentos da interatividade seriam: participação-intervenção onde “participar não é apenas responder a ‘sim’ ou ‘não’, ou escolher uma opção dada, significa modificar a mensagem”; bidirecionalidade-hibridação, “onde a comunicação é co-criada pela emissão e recepção, os dois pólos codificam e decodificam” e permutabilidade-potencialidade onde “o educador interativo constrói uma rede e sugere meios de explorá-la com vistas à construção colaborativa do conhecimento” (SILVA, 2006), muito bem ilustradas na figura abaixo:

 

 

Figura 1:  D’après Escher. Fundamentos da interatividade imbricados[2]

 

 

 

I.3 – Justificativa

Sabemos que com o desenvolvimento das novas tecnologias da informação e comunicação, muitos cursos de educação a distâncias surgiram no mercado, seja por modismo ou por uma visão mercadológica capitalista de lucro rápido. Por isso mesmo é comum encontrarmos cursos que se dizem on-line, porém são estruturados exatamente pela lógica da transmissão, da pedagogia tradicional presencial, onde o professor é o transmissor e o aluno o receptor passivo. O simples fato de termos acesso a uma plataforma de educação a distância, não garante a qualidade educacional, comunicacional e tecnológica em educação on-line (SANTOS, 2002).

Pensando neste aspecto da educação on-line, assim afirmam Santos e Silva (2009) sobre o desenho didático:

 

O desenho didático pode lançar mão de proposições e de interfaces para a cocriação da comunicação e da aprendizagem em sua sala de aula on-line. Elas deverão favorecer bidirecionalidade, sentimento de pertença, trocas, crítica e autocrítica, discussões temáticas, elaboração colaborativa, exploração, experimentação, simulação e descoberta, elementos essenciais à prática educativa sintonizada com espírito do nosso tempo sociotécnico e com a formação cidadã. Para garantir qualidade em sua autoria, o professor precisará contar não apenas com o computador on-line, mas com um desenho didático que favoreça a expressão do diálogo, do compartilhamento e da autoria criativa e colaborativa.

 

 

 

 

I.4 – Objetivos geral e específicos

Este trabalho tem como objetivo analisar no ensino a distância do CEDERJ, o desenho didático e a mediação do corpo docente em sua plataforma de ensino on-line. Os objetivos específicos são: (a) destacar abordagens teóricas sobre cibercultura, interatividade, mediação docente e desenho didático na educação online ; (b) mapear as críticas dos cursistas ao curso de Pedagogia; (c) acompanhar a dinâmica da mediação docente e do desenho didático.

I.5 – Metodologia do Trabalho

 

Embora alguns pesquisadores das áreas de Ciências Sociais e Humanas e da Educação não concordem com a afirmação de que existe uma complementaridade entre as abordagens quantitativa e qualitativa, para os autores como Minayo (1997) e Thiollent (1992), os dados qualitativos e quantitativos não se opõem necessariamente. Na verdade elas se complementam sendo possível “articular os aspectos qualitativos e quantitativos do conhecimento dando conta do real” (THIOLLENT, 1992, p.74).

 

Alguns pesquisadores têm sugerido que a complementaridade deve ser reconhecida tendo em vista os vários e distintos desideratos da pesquisa educacional cujos propósitos não podem ser alcançados por um único paradigma (SANTOS FILHO, 2000, p.47).

 

O presente trabalho adota a pesquisa bibliográfica para recolher e analisar as principais contribuições teóricas de diversos autores com relação ao ensino a distância, on-line, seu desenho didático e mediação docente. Adota também a observação participante, enquanto pesquisador imerso também como cursista da Pedagogia do consórcio CEDERJ (Centro de educação superior a distância do Estado do Rio de Janeiro), para investigação do desenho didático e da mediação docente de seu curso semipresencial de Licenciatura em Pedagogia.

Triviños (1992, p.90) define que: “observação direta ou participante é obtida por meio do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado, para recolher as ações dos atores em seu contexto natural, a partir de suas perspectivas e seus pontos de vista.". Segundo Queiroz et al:

 

A observação constitui elemento fundamental para a pesquisa, principalmente com enfoque qualitativo, porque está presente desde a formulação do problema, passando pela construção de hipóteses, coleta, análise e interpretação dos dados, ou seja, ela desempenha papel imprescindível no processo de pesquisa (QUEIROZ ET AL, 2007).

 

Sendo essa observação participativa realizada em uma instituição de ensino superior, cuja abordagem é em sua maior parte, qualitativa, ou seja, supõe-se um contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação da investigação, um dos instrumentos mais apropriados para a coleta de dados é a entrevista, que nesse caso será estruturada com questões do tipo abertas.

Ademais, para a realização desse trabalho, foram aplicados questionários on-line estruturados que estimulam os alunos do CEDERJ a avaliar o desenho didático na sua plataforma de aprendizagem, bem como a mediação docente. O questionário e a observação participante verificam se na plataforma CEDERJ o desenho didático e a mediação docente proporcionam momentos de interatividade (colaboração, co-criação, compartilhamento).

 

 

Capitulo 2- O DESENHO DIDÁTICO E O CEDERJ

II.1 – Definição

O desenho didático segundo Filatro (2009) é uma atividade interdisciplinar que engloba os campos de conhecimento referentes às ciências humanas, ciências da informação, e às ciências da administração, complementado pela definição de Barreto (2007), onde o desenho didático é uma “boa idéia que encontrou caminhos para fazer diferença na vida de alguém que está tentando aprender alguma coisa”. A figura abaixo representa bem essas idéias referentes ao design didático:

 

Figura 2:Representação gráfica da integração entre diversas áreas que integram o design didático[3].

 

Com relação às ciências humanas, podemos citar o fato de o desenho didático proporcionar uma interatividade entre os participantes de um curso on-line, segundo os pressupostos sócio-interacionistas (VYGOTSKY, 2008), onde o conhecimento é construído de forma coletiva, pautado pela história e cultura das comunidades. Esta interatividade tem um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo do indivíduo, onde o seu desenvolvimento aparece primeiro no nível social para então aparecer no nível individual.

As ciências da informação relacionam os meios de comunicação e tudo que está relacionado às interfaces para a recuperação da informação e as ciências da administração, está ligada à gestão de processos, onde projetos complexos podem ser subdivididos em projetos menores, que podem ser conduzidos por uma equipe de especialistas (COSTA e MARINS, 2011).

O desenho didático de um curso on-line deve favorecer a expressão do diálogo, do compartilhamento e da autoria criativa e colaborativa (SILVA e SANTOS, 2009), para que não subutilizem o potencial interativo das tecnologias digitais.

Além disso, o desenho didático e também a mediação docente, devem prezar pela autonomia do aluno. As transformações técnicas, econômicas e culturais têm gerado novas maneiras de perceber e compreender o mundo. As novas gerações já estão desenvolvendo modos sintéticos e “gestaltianos” em contraposição aos analíticos, lineares e seqüenciais que encontramos nas escolas. Esses modos são mais autônomos e assistemáticos, o que podemos chamar de (“autodidaxia”), resultando na construção do conhecimento conectado com a experiência concreta, ao invés da transmissão “bancária” Freire (1996), de conhecimentos abstratos como nas escolas tradicionais. Por isso a escola moderna, deve se adaptar a esse novo modelo de comunicação, para não perder o contato com as novas gerações que ela deve educar (BELLONI, 2002).

Nos referenciais de qualidade de cursos a distância (MEC, 2007), afirma-se que “um dos pilares para garantir a qualidade de um curso a distância é a interatividade entre professores, tutores e estudantes. Hoje um processo muito facilitado pelo avanço das TIC’s (tecnologias de informação e comunicação)”.

Costa e Franco (2005) afirmam que os aspectos mais importantes de um AVA (ambiente virtual de aprendizagem), são a autonomia do aluno, a interatividade e a aprendizagem colaborativa. A autonomia refere-se aos estudantes serem responsáveis por seu próprio estudo, controlando quando realizarão suas tarefas e quanto tempo irão despender para isso.  A interatividade está relacionada ao preparo dos materiais de auto-aprendizagem pedagogicamente válidos e a orientação dos tutores e professores. Esses materiais devem conter as atividades que desafiem os alunos e principalmente favoreçam o diálogo. Quanto aos tutores e professores devem motivar o aluno a fortalecer sua auto-aprendizagem e principalmente colaborar com os outros alunos, ampliando assim o compromisso pedagógico. (SILVA e SILVA, 2008).

 

Uma sala de aula on-line não é apenas o conjunto de ferramentas infotécnicas, mas um ambiente que se auto-organiza nas relações estabelecidas pelos sujeitos com os objetos técnicos que interagem e afetam-se mutuamente ao longo do processo de construção do conhecimento. Neste sentido, é preciso que o desenho didático contemple uma intencionalidade pedagógica que garanta a educação on-line como obra aberta, plástica, fluida, hipertextual e interativa. Caso contrário, repetirá          práticas próprias da pedagogia da transmissão. (SILVA, 2008).

 

 

Quanto à aprendizagem colaborativa, acredita-se na criação de redes de aprendizagem onde os alunos possam compartilhar suas idéias através das interfaces síncronas e assíncronas tais quais, fóruns, chats, listas de discussão, etc. Pallof e Pratt (2002,p.38) afirmam:

 

É por meio dos relacionamentos e da interação que o conhecimento é fundamentalmente produzido na sala de aula on-line. A comunidade de aprendizagem toma uma nova proporção em tal ambiente e como conseqüência, deve ser estimulada e desenvolvida a fim de ser um veículo eficaz para a educação.

 

 

Todas as interfaces computacionais utilizadas em AVA’s sejam de comunicação, informação, armazenamento e interação, têm chances de simular um ambiente real de aprendizagem, mas que por si mesmas, não garantem que o AVA seja realmente interativo. Por isso os professores e tutores devem conhecer profundamente essas ferramentas para sua utilização plena, visando sempre a interatividade e consequentemente uma aprendizagem significativa. (SILVA e SILVA, 2008).

 

O desenho didático pode apresentar-se como rede e não como rota. Pode oferecer um conjunto de territórios a explorar. Não uma história a ouvir, mas um conjunto intrincado, labiríntico hipertextual de territórios abertos à navegação e dispostos a interferências, a modificações. Dispõe entrelaçados os fios da teia como múltiplos percursos para conexões e expressões com os quais os docentes e os cursistas possam contar no ato de manipular as informações e construir colaborativamente o conhecimento. (SILVA, 2008).

 

 

 

 

 

II.2 – Análise do desenho didático da plataforma CEDERJ

Uma vez estabelecidos os fundamentos de um desenho didático apropriado para um aprendizado significativo on-line, analisaremos a plataforma do CEDERJ de acordo com esses parâmetros teóricos da cibercultura. Observando as figura 3 e 4, abaixo, nota-se que a interface dessa plataforma não privilegia uma interação entre seus usuários. O fórum, instrumento essencial do ambiente virtual de aprendizagem (AVA), não expõe uma grande quantidade de interações ao mesmo tempo, nem fornece ao aluno o número de postagens adicionais após sua última visita, deixando-o sem uma base da quantidade de interações que estão ocorrendo ao longo do desenvolvimento da disciplina.

 

 

Figura 3: página inicial do fórum.

 

 

 

 

Figura 4: Fórum: página secundária do fórum da plataforma CEDERJ.

Como forma de ilustração (figura 5), fazendo-se uma comparação com a plataforma de outro curso on-line, que utiliza o Moodle, programa mais utilizado mundialmente.

 

Figura 5: Fórum do curso on-line de pós-graduação do LANTE/UFF em planejamento, implementação e gestão de curso a distância (PIGEAD).

 

Nota-se que esse segundo fórum privilegia o diálogo entre os seus usuários, e, além disso, ele fornece o número de mensagens não-lidas no fórum, chamando atenção assim dos seus usuários quanto a sua freqüência no mesmo. Também é possível nesta, o envio de emails para os usuários toda vez que uma mensagem é postada, facilitando assim a comunicação. O fórum do CEDERJ ainda disponibiliza uma disposição do mesmo denominada: “fórum expandido” (figura 6), porém, o usuário ao abri-lo, visualiza de uma só vez apenas no máximo duas postagens.

 

 

 

Figura 6: Fórum: página  do fórum no modo “expandido” da plataforma CEDERJ.

 

 

II.3 – Análise de dados do desenho didático (resultados)[4]

A maioria dos alunos que respondeu à pesquisa na questão que se relacionava com a interface da plataforma do CEDERJ, tais quais, fóruns blogs, wikis, salas de conferência e salas de tutoria, respondeu que conheciam apenas o fórum e as salas de tutoria, onde as salas de tutoria funcionavam na relação tutor-cursista para responder às dúvidas dos alunos e os fóruns muitos disseram que o utilizaram quando era solicitado. Estas respostas corroboram com a minha observação participante, onde confirmo que a sala de conferência foi utilizada apenas em uma disciplina nesses quatro anos de curso, e mesmo assim, como não pude participar, os colegas que o fizeram, disseram que não conseguiram interação nenhuma. O blog na disciplina Imagem, tecnologia e educação, foi utilizado como parte de uma avaliação a distância, que apesar do layout do blog não ter ajudado, já que com o número excessivo de postagens, ficou impossível conseguir ler todas as postagens, mas pelo menos fomos colocados em contato com essa interface. Os fóruns em poucas disciplinas foram exigidos e em algumas, nos foi avisado que seria considerado na avaliação. Uma vez mais o layout da plataforma não estimula uma boa interatividade nem com o tutor nem com os demais alunos.

Na pergunta sobre as disciplinas que mais utilizaram essas interfaces da plataforma, a disciplina educação a distância foi a disciplina mais escolhida pelos alunos, onde destaca-se essa fala de um dos entrevistados: “Na disciplina de Educação a Distância acredito que foi o momento em que a proposta do CEDERJ realmente foi concretizada”. Na minha observação participante eu também tenho que concordar com meus colegas, pois os tutores da disciplina educação a distância eram bem ativos, mostrando que conheciam as interfaces que a plataforma tinha para oferecer, nos estimulando o tempo todo para responder aos fóruns, disponibilizaram vários hipertextos e vídeos, e acima de tudo fizeram todo o esforço para responder às nossas dúvidas em um tempo preciso.

Sobre a plataforma do CEDERJ e seus conteúdos disponibilizarem hipertextos, hiperlinks, articulação de textos, áudios, vídeos e imagens, os alunos em sua maioria responderam simplesmente que não. Alguns ainda explanaram suas opiniões com relação a isso, onde destaco essa: “poucas disciplinas utilizaram esses recursos na transmissão de conteúdos curriculares. Acho importante a utilização desses recursos, principalmente num curso à distância, objetivando a qualidade do processo ensino-aprendizagem”. Quanto a minha observação participante, a disciplina educação a distância utilizou e muito dessas ferramentas, onde em cada nova unidade, novos textos e hiperlinks eram disponíveis, bem como também vídeos de excelente qualidade e contextualizados.

Na questão sobre os trabalhos colaborativos, a resposta da maioria foi simplesmente um não, onde destaco: “acredito que a aprendizagem adquire um caráter significativo, quando ocorrem as interações interpessoais”. Uma resposta muito significativa foi uma que destacou a importância de um dos seminários realizados presencialmente, que foi um trabalho feito nos pólos em grupo, com dinâmicas, etc.

A questão da inclusão digital foi relacionada com a pergunta sobre o conhecimento técnico sobre internet, as TIC’s (tecnologias da informação e comunicação), as ferramentas de edição de textos, planilhas, Power-point, etc. Suas preocupações foram em torno das disciplinas de informática do curso, que segundo eles não os capacita para a utilização de todas essas ferramentas. Na minha observação, penso que esse conhecimento deveria ser básico e já virem conhecidos desde o ensino básico. Essa será uma questão para uma pesquisa em relação à inclusão digital no ensino básico, que certamente vai influenciar no ensino superior.

Quanto à atuação nos polos presenciais, a maioria não encontrou muitos problemas nos seus polos, porém a variação é grande dependendo do pólo analisado. Destacou-se a importância dos polos possuírem sede própria ao invés de prédios do CIEP, da UERJ, etc. Em minha observação participante, os polos que visitei, que não foram muitos, precisam ser mais destacados, com placas, avisando aos visitantes que ali funciona um polo do CEDERJ, sua secretaria, etc. O pólo que estudei, situado no município de Paracambi-RJ,  precisa melhorar a infraestrutura da sala de informática pois muitos computadores não funcionam, e muitas vezes alunos têm que esperar para utilizá-los, embora essa demanda só observei em dias de provas presenciais, dias esses de maior fluxo de alunos nos polos.

Quanto à avaliação, muitas foram as críticas à forma de correção das provas, que segundo a pesquisa, primam mais pela memorização de conteúdos. A maioria concorda que as avaliações a distância deveriam valer mais pontos, uma vez que parte de um trabalho de pesquisa do corpo discente, atividade que deve ser muito estimulada no ensino superior, e que também estimula o trabalho em grupo. Destaca-se a fala de um aluno: “acredito que as Ad’s (avaliações a distância) deveriam ter peso maior, já que se constituem na maior oportunidade de o aluno demonstrar sua capacidade de dirigir seus estudos, com autonomia e responsabilidade. AP’s (avaliações presenciais) costumam ser baseadas nos velhos paradigmas educacionais, decoreba não avalia o saber construído pelo aluno”. Como participante do curso, também corroboro com alguns de que as avaliações a distância deveriam ser enviadas por email ou plataforma, contemplando assim a parte on-line do curso semipresencial, e também uma maior pontuação nas mesmas. Acredito na evolução da possibilidade de provas feitas on-line, mas isso também poderá ser um trabalho futuro de pesquisa.

 

Capitulo 3 – A MEDIAÇÃO DOCENTE E O CEDERJ

III.1 – Definição

A análise da mediação docente no CEDERJ visa a verificar se a atuação dos seus tutores e professores está sendo de uma maneira que facilite a co-criação dos seus conteúdos, característica essa das mídias digitais na cibercultura, porque muitas das vezes em vários cursos a distância hoje existentes, que adotam teorias e práticas da EaD tradicional, estruturadas pela razão instrumental e pelas mídias de massa, adotam pedagogias da transmissão travestidas de “tutoria”. (SANTOS, 2005, 2006, 2010).

O professor-tutor utilizando-se das novas tecnologias da informação e comunicação através de diversas interfaces existentes nos ambientes virtuais de aprendizagem não mais se comporta como transmissor de conhecimentos, e sim como arquiteto de percursos, apresentador de rotas, mobilizador das inteligências múltiplas e coletivas experimentadas pela co-criação do saber (SILVA, 2010). O desenho didático deve favorecer a expressão do diálogo, do compartilhamento e da autoria criativa e colaborativa (SILVA, 2010).

 

No processo de mediação pedagógica, os papeis de professor e alunos podem se fundir para se auto-construírem, na medida em que se auto-organizam à luz das aprendizagens emergentes. Desta relação se constituem parcerias, nas quais todos aprendem a trabalhar colaborativamente. Nos ambientes de aprendizagem on-line, a colaboração e a parceria são fundamentais o que incita-nos a buscar formas cada vez mais ousadas de mediação. Nessa direção, proponho a mediação partilhada, que traz a possibilidade de materialização da parceria entre professor e alunos. A mediação partilhada abre espaço para que produção do conhecimento seja co-construída. (SILVA, 2008).

 

 

Isso significa também a transformação gradativa do modelo da sala de aula tradicional de “um-todos” para o modelo sala de aula interativa de “todos-para-todos” (SILVA, 2010), “construtor de teias de territórios abertos a navegações e dispostos a interferências” (SILVA, 2010). “O docente on-line não perde sua autoria enquanto mestre. De polo transmissor ele passa a agente provocador de situações, arquiteto de percursos, mobilizador da inteligência coletiva”. (SILVA, 2004).

 

O uso de recursos diversos e o desenvolvimento de plataformas que suportem integração multimidiática não assegura a aprendizagem. Todas as ferramentas tecnológicas devem refletir coerência didático-pedagógica. A abordagem estar junto virtual propõe situações em que a relação entre professor-aluno e alunos-alunos deve ser co-construída por via do acompanhamento, da intervenção, da orientação, da colaboração e da integração, objetivando a aprendizagem. Estes aspectos são fulcrais para um desenho didático convergente com a aprendizagem do adulto e interferem em dois outros elementos fundamentais da educação on-line: a interação e a mediação. (BRUNO, 2008).

 

 

 

 

III.2 – Análise da mediação docente do CEDERJ:

O sistema de ensino CEDERJ conta com tutores presenciais e tutores a distância. Os tutores presenciais comparecem aos seus pólos de acordo com o cronograma e sua função é responder a quaisquer dúvidas dos alunos quanto ao estudo do conteúdo. Os tutores a distância também auxiliam nas dúvidas dos alunos, porém sua função principal é de atuar como mediadores do processo ensino-aprendizagem. A figura 6 ilustra a forma com que o CEDERJ instrumentaliza essa interface, através de um link denominado sala de tutoria onde as dúvidas dos alunos podem ser resolvidas. Os tutores a distância também são responsáveis pela mediação nos fóruns temáticos, sendo essa a sua função principal num curso a distância que preza pela interatividade.

 

 

 

Figura 6: página da sala de tutoria do curso do CEDERJ.

 

III.3 – Análise de dados da mediação docente (resultados)[5]

 

 

Nas respostas ao questionário às questões referentes ao sistema de tutoria, foram quase unânimes as críticas ao mesmo, principalmente à tutoria a distância, onde destaco: “ Alguns tutores presenciais e a distância nem sempre respondem da maneira que gostaríamos e em determinados momentos ficamos realmente solitários neste processo. Porém, em algumas disciplinas realmente foi muito difícil conviver com o silêncio do tutor a distância. Aliás, muitas vezes a culpa acabou sendo atribuída aos problemas técnicos da plataforma CEDERJ”.

Várias sugestões no sentido de se utilizar mais as interfaces existentes na plataforma, proporcionando maior interatividade de todos-todos, o que certamente diminuiria essa procura intensa pelos tutores a distância, pois num fórum, por exemplo, muitos dos alunos podem sanar suas dúvidas, através das respostas às dúvidas dos outros.

Essas atividades podem ser incrementadas não só pelos fóruns, mas também pelas salas de conferência e também pelos chats, que apareceu no questionário como sugestão de alunos, porém a plataforma atual ainda não contempla essa interface.

Uma reclamação enfática, que se evidencia nas falas dos alunos de se sentirem sozinhos, foi da falta de resposta às suas dúvidas e perguntas em tempo hábil. Muitos reclamaram que muitas vezes foram dias sem retorno, traduzindo-se nesse sentimento de abandono. Como participante do curso em análise, concordo plenamente com os alunos que responderam às perguntas, pois deve existir algum problema de acessibilidade por parte dos tutores para não responderem os alunos rapidamente, o que contribui e muito para o desânimo e muitas vezes talvez isso seja até um motivo de evasão, questão que pode ser elucidada em pesquisa específica.

Quanto à tutoria presencial, a maioria elogiou muito os tutores presenciais, onde destaco: “Sempre que busquei por eles fui bem recebida. Sempre tive um atendimento praticamente individualizado, recebendo sempre muita atenção”.

Quanto a minha observação, sempre que precisei fui muito bem recebido e atendido pelos tutores presenciais, porém, com relação à construção de conhecimento, acredito que possa acontecer totalmente no ambiente virtual de aprendizagem, desde que obedecidos critérios mínimos de participação, principalmente dos tutores a distância, com alguns esporádicos momentos de encontros presenciais para os alunos e demais tutores se conhecerem pessoalmente e desenvolverem atividades de pesquisa científica, como semanas acadêmicas, etc.

 

Capitulo 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

IV.1 – Conclusão

O objetivo maior dessa pesquisa foi analisar o desenho didático bem como a mediação docente do curso de Licenciatura em Pedagogia do CEDERJ. Ao analisar os resultados da pesquisa sugere-se que sua plataforma seja revista, buscando-se facilitar uma maior interação tutor-todos, todos-todos, e todos-conteúdo, enfatizando-se a utilização de hipertextos, variadas formas midiáticas, como áudios, vídeos, aulas na Web, de forma a incentivar e garantir a co-autoria e co-criação dos seus alunos, dispondo os conteúdos de aprendizagem e as propostas de atividade levando em conta uma facilitação da interatividade no ambiente virtual, sintonizando a mediação docente com esses elementos integrantes do desenho didático (conteúdos, atividades, estratégias, interfaces), extrapolando assim os limites de seu conteúdo programático, que hoje se baseia no material didático impresso, através de módulos distribuídos gratuitamente aos cursistas, visando a uma aprendizagem significativa, de acordo com as teorias construtivistas e sócio-interacionistas. Sugere-se a utilização da plataforma Moodle muito utilizada ultimamente em vários cursos on-line e que possui essas características.

Também seria importante que na formação dos seus tutores a distância, fosse exigida uma resposta aos seus alunos no menor tempo possível, diminuindo a sensação de abandono e solidão que os alunos expuseram nos seus questionários, contribuindo para diminuir a evasão em EaD.

O grande número de abstinência em nossa pesquisa, uma vez que o curso em análise possui aproximadamente 500 alunos e apenas 41 alunos responderam ao questionário, ou seja, 8,20 % pode demonstrar a falta de maturidade do aluno de curso superior a distância com relação à importância da pesquisa científica para o seu desenvolvimento e o desenvolvimento das ciências de nosso país, fica uma sugestão para o CEDERJ de utilizar em seu site, um teste utilizado por Pallof et Pratt em seus cursos on-line para saber se o usuário atende a um perfil básico para poder fazer um curso on-line. Esse texto está disponibilizado em anexo[6], mas como está na língua original em Inglês, disponibilizei uma tradução feita por mim do mesmo[7].

Conclui-se com esse trabalho que o CEDERJ necessita focalizar na formação de professores e tutores, para que desenvolvam práticas de mediação em sintonia com um desenho didático que potencializa a interatividade de todos-todos na construção da comunicação e do conhecimento.

Referências bibliográficas:

 

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BARRETO, Nelma V. Paes. Os desafios da educação: a cibercultura na educação e a docência online. VÉRTICES, Campos dos Goytacazes/RJ, v. 12, n. 3, p. 149-164, set./dez. 2010. Disponível em: http://www.essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/vertices/article/viewFile/780/615 . Acesso em: 19 de abril de 2011.

 

BECKER, F. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre:Artmed Editora, 2001.

 

BELLONI, Maria L. Ensaio sobre a educação a distância no Brasil. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v23n78/a08v2378.pdf . Acesso em 01 de setembro de 2011.

 

 

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COSTA, Rosa Maria E. M. da; MARINS, Vânia. Aula 1 – Design Didático. Texto base. Disponível em: http://www.lanteuff.org/moodle/course/view.php?id=333. Acesso em 5 de setembro de 2011.

 

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. Coleção Leitura.

 

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_________________________________. Referenciais de qualidade para EaD, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=289&Itemid=356 Acessado em 07 de setembro de 2011.

 

MORAIS, Lenira de A. P. L .Educação a distância: uma alternativa de formação continuada para professores. Fundação Cecierj. Disponível em: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/suavoz/0095.html. Acesso em 01 de julho de 2011.

 

MORAN, José Manuel. A Educação que desejamos. 3º ed. Campinas, SP: Papirus, 2007.

 

MORIN, Edgar. Educação e complexidade: Os sete saberes e outros ensaios. 5º ed. São Paulo: Cortez, 2009.

 

PALLOFF, R.M., PRATT, K. Construindo comunidades de aprendizagem no ciberespaço. Porto alegre: Artmed, 2002.  PortoAlegre: Artmed, 2002.

 

____________________________. Building learning communities in cyberspace: effective strategies for the online classroom. 1 st. ed.San Francisco (CA). Jossey-Bass Publishers, 1999.

 

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QUEIROZ, Danielle T. ET AL. Observação participante na pesquisa qualitativa: conceitos e aplicações na área da saúde. Disponível em: http://www.facenf.uerj.br/v15n2/v15n2a19.pdf . Acesso em 18 de outubro de 2011.

 

SÃO CHRISTOVÃO, Eleison D.. Por uma Ead Autônoma, Crítica e de Qualidade: A avaliação da aprendizagem em EAD. Trabalho final de conclusão de curso. Lante/UFF. Rio de Janeiro, 2010.

 

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_____________. Sala de aula interativa. 5° Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2010.

 

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TRIVIÑOS, A. N. S. (1992). Introdução a pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. S. Paulo: Ed. Atlas.

 

VAZ, Paulo. “As esperanças democráticas e a evolução da Internet”. In: Revista FAMECOS, Porto Alegre, nº 24, Jun. 2004.

 

VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

 

_______________. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Org: Michael Cole et al; tradução José Cipolla Neto, Luís Silveira.

APêNDICE

Estimado(a) colega,

Sou Eleison Diettrich, aluno do curso de licenciatura em Pedagogia a distância do CEDERJ/UERJ, pólo Paracambi-RJ, 8º período. Conto com a sua colaboração preciosa para eu finalizar minha monografia de final de curso. Por favor, responda este breve questionário. Suas respostas me ajudarão a dar conta do meu tema de pesquisa, cujo título é “Pedagogia no CEDERJ: o desenho didático e a mediação docente na visão dos alunos de final de curso”.

Muito obrigado!

E-mail: Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.

Rio de janeiro, 18 de outubro de 2011.

 

Para responder ao questionário on-line basta acessá-lo através desse link abaixo:

https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dF9yeDNzWE45Z3l4MlZxMkR2NERicHc6MQ

 

 

 

1 – Na plataforma do CEDERJ podemos encontrar as seguintes interfaces de comunicação professor-cursista, tutor-cursista e cursista-cursista: fóruns, blogs, wikis, salas de conferência e salas de tutoria. Quais você conhece? Com que freqüência utilizou cada uma ao longo do seu curso?

R:

2 – Houve disciplina(s) do seu curso de Pedagogia que você destaca por ter utilizado essas interfaces de forma construtiva e criativa? Em caso afirmativo, descreva seus usos ou como favoreceram o seu processo de aprendizagem.

R:

3 – Ainda sobre a plataforma do CEDERJ, os conteúdos de aprendizagem dispostos nela contemplam hipertextos ou hiperlinks que articulam textos, áudios, vídeos e imagens?

R:

4 – As atividades de aprendizagem promoveram oportunidades de trabalhos em grupos colaborativos, facilitando a participação livre, o diálogo e a troca de experiências através de interfaces de comunicação? Como você descreve as atividades de aprendizagem mais significativas?

R:

5 – Você acredita que para ser aluno de Pedagogia na modalidade a distância é preciso possuir um conhecimento técnico específico sobre o uso dos computadores e da internet (Ex. saber usar planilhas, editar documentos, carregar fotos, utilizar o power-point, podcast, wikis, blogs, redes sociais, construir sites etc.)?

R:

6 – Sabemos que o curso de pedagogia no CEDERJ é semipresencial, ou seja, supõe trabalhos via internet e trabalhos presenciais nos pólos. Quais têm sido suas atuações nos pólos? E como você avalia a infraestrutura do polo que frequenta?

R:

7 – Qual a crítica que você faz ao sistema de provas adotado pelo CEDERJ? Você acredita que as Ad’s (avaliações a distância) podem ter o mesmo valor que as Ap’s (avaliações presenciais)?

R:

8 – Com relação ao sistema de tutoria do CEDERJ, você se sente acompanhado pelos tutores, sempre que precisa? Ou na maior parte do tempo sente-se solitário no processo de ensino-aprendizagem? Normalmente os tutores a distância levam quanto tempo para responder às suas postagens?

R:

9 – Qual têm sido as atuações dos seus tutores presenciais? Que sugestões de melhoria você daria a eles?

R:

10 – Quais têm sido as atuações dos seus tutores a distância? Que sugestões de melhoria você daria a eles?

R:

 


[1] Glossário: (P2P) – peer-to-peer – tradução: parceiro à parceiro. Disponível em: http://dictionary.reference.com/browse/peer . Acesso em: 4 de julho de 2011.

[2] SILVA, Marco. Formação de professores para a docência on-line. Disponível em: http://www.educacion.udc.es/grupos/gipdae/congreso/Xcongreso/pdfs/cc/cc2.pdf. Acesso em 05 de setembro de 2011.

 

[3] COSTA, Rosa Maria E. M. da; MARINS, Vânia. Aula 1 – Design Didático. Texto base. Disponível em: http://www.lanteuff.org/moodle/course/view.php?id=333. Acesso em 5 de setembro de 2011.

 

[4] As respostas ao questionário estão disponíveis em: https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0AkhViId_ju2KdF9yeDNzWE45Z3l4MlZxMkR2NERicHc

[5] As respostas ao questionário estão disponíveis em: https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0AkhViId_ju2KdF9yeDNzWE45Z3l4MlZxMkR2NERicHc

[6] Teste disponível em: http://www.ccsf.edu/NEW/dam/ccsf/documents/Distance_Education/self_eval.htm#new . Acesso em 26 de outubro de 2011.

 

[7] Teste traduzido por Eleison Diettrich em:

https://docs.google.com/document/d/1MMfMBJJ_GOYh7HsfKcya7Oc16wM67qRil_6uEwb8Tb0/edit

 
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