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A DESCENTRALIZAÇÃO DO ENSINO NO BRASIL |
Escrito por Maria da Gloria Barbosa |
Seg, 03 de Junho de 2013 00:00 |
A reforma da educação básica integra na agenda brasileira uma série de reformas institucionais, tendo por meta a sua universalização com eqüidade, o incremento da qualidade e a melhoria da eficácia. Entre os vetores de mudança, a descentralização do sistema e dos programas sociais ganhou centralidade na pauta federal. As medidas de caráter nacional datam de 1995, quando o governo federal desencadeia um conjunto significativo de ações inovadoras, induzindo mudanças na sistemática de alocação de verbas, no plano de estudos dos estados e municÃpios, e radicalizando o processo da descentralização dos seus programas de apoio ao ensino fundamental. Com isto, o governo visa a fortalecer financeiramente a educação básica e as próprias escolas; melhorar as capacidades dos estados e municÃpios, bem como as unidades escolares para a qualificação do corpo docente; reforçar os programas da alimentação escolar e da distribuição de material e livros didáticos. Segundo o relatório do (MEC,1999), na descentralização dos sistemas educacionais federativos, a estadualização, a municipalização e a autonomização daunidade escolar constituem as opções seguidas de estratégias governamentais.
Outro fator das tendências mundiais descentralizadoras é o fenômeno da globalização, presente no panorama mundial. Na globalização, o palco das mudanças concentra-se em torno de uma nova ordem econômica, dos desafios da integração competitiva e das avançadas inovações tecnológicas de comunicações. Com a descentralização, os atores são as comunidades participativas, os excluÃdos do sistema, e a cidade como ponto de referência local.
A partir da década de 90, a descentralização entra em cena como um novo paradigma que veio fortalecer a democracia e a participação social. Todavia, ela deve ser entendida como uma aprendizagem para ambas as partes envolvidas: o governo e a sociedade. Decerto, a descentralização administrativa não resolve todos os problemas sociais, pois são muitas as resistências que a ela se antepõem como, por exemplo, as polÃticas de clientelismo, sendo importante mencionar que a descentralização acontece ainda com uma exÃgua participação social.
A municipalização como polÃtica descentralizante pode apresentar efeitos imprevisÃveis que repercutem na cultura polÃtica multissecular que sufocara o municÃpio e a iniciativa comunitária. Por outro lado, ela pode se dar sem alterar a conduta de uso privado da coisa pública, descentralizando a corrupção e o desperdÃcio. Nos dias atuais, a municipalização verificada é fruto de determinações de polÃticas locais. O desafio está em implementar uma polÃtica de descentralização que envolva cada setor das polÃticas sociais, levando em conta o grau de centralismo histórico na cultura polÃtica. Com a municipalização, transfere-se para mais perto do cidadão a maior quantidade possÃvel de atribuições nas questões que lhe dizem respeito, sem que haja uma necessidade de participação ou interferência de outras esferas de poder. Na medida em que aumentam as possibilidades de maior participação do cidadão nas questões polÃtico-administrativas, provoca-se maior engajamento deste e, conseqüentemente, despertam-lhe o interesse e uma constante participação na vida do PaÃs, através de canais amplos de comunicação entre os cidadãos e as instituições públicas e privadas.
Cabe mencionar que o ritmo da descentralização é diferenciado de acordo com a polÃtica local, somada à mobilização de organizações não governamentais e das comunidades organizadas municipais. Mas é preciso dizer que o sucesso de uma descentralização não está associado à criação de programas, e sim à decisão de implantação de regras que sejam operacionalizadas com efetividade pelos governos. Pesquisas mostram que o desenho e o modo efetivo de implementação das estratégias de induzir a de gestão de polÃticas públicas são decisivas no percurso da descentralização.
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