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Escrito por Rosane Maria Pimentel   
Qua, 05 de Abril de 2006 21:00

A globalização tornou ainda mais urgente o questionamento sobre o mundo que queremos construir. Refletir sobre os comportamentos humanos, nossas escolhas e sobre nossa qualidade de vida é essencial frente à crise de valores e da insegurança dos indivíduos ao tomar decisões diante das transformações sociais, culturais e tecnológicas do mundo globalizado. Esse processo de mudança e sua variabilidade podem reforçar o individualismo na vida em sociedade refletindo no processo educacional.

Nesse contexto, no dia 15 março, celebra-se o dia da escola. Um momento para pensarmos as conquistas e as necessidades sociais do nosso tempo no espaço que vivemos. Esse texto não pretende analisar a escola como instituição pública ou privada, nem seus históricos compromissos ideológicos, seus equívocos ou mazelas, aspectos importantíssimos na história da escola. O objetivo nesse dia é valorizar a autonomia das escolas e dos educadores na tomada de decisões e organização de ações (ato político) que favoreçam a alfabetização emocional dos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

Em decorrência, a afetividade nas relações interpessoais ganha outro status, fundamental para cultivar a confiança, melhorar a qualidade de vida e da aprendizagem no espaço escolar, que também é palco de tensões e conflitos a ser transformado.

Desde a Grécia Antiga, inúmeros pensadores debatem sobre razão e sentimento e os mantêm separados. Essa dicotomia não oportuniza ao ser humano o desenvolvimento de todas as suas potencialidades e a razão/cognição é priorizada no desenvolvimento do indivíduo como algo superior quando comparada à "irracionalidade" dos sentimentos, campo da afetividade.

No século XX, Piaget, Vygotsky e Wallon realizaram estudos diferenciados sobre o desenvolvimento humano mas, em comum, trazem o reconhecimento do papel fundamental das emoções e sentimentos para o equilíbrio da personalidade. E a prática educativa tem revelado excelentes resultados aos professores que atuam como mediadores na produção do conhecimento, por meio de uma abordagem que une cognição e afetividade.

A escola existe em função do educando. Alguns exemplos, recolhidos na prática pedagógica, demonstram como razão e sentimento caminham juntos no processo ensino-aprendizagem: um aluno de 12 anos, ao final de um seminário sobre a história dos negros no Brasil afirmou que gostava das aulas onde se podia falar e debater sobre assuntos que lhe interessavam; outro de 13 anos, em uma aula sobre o iluminismo, o relacionou com aspectos da cultura grega e do renascimento cultural; um outro de 14 anos, quando estudava sobre a inquisição, afirmou diante dos colegas, que no tempo em que viveu em um orfanato recebeu maus tratos; uma aluna de 15 anos, agradeceu aos professores o acolhimento e valorização que lhe deram confiança no momento de mudança de escola e, finalmente, outra aluna de 11 anos, em uma dinâmica de grupo sobre a emoção do primeiro dia de aula, partilhou o sofrimento pelo recente falecimento de seus pais.

As vivências enriquecedoras dos alunos e educadores, intra e extra muros da escola, são pretextos e pré-textos para estimular o crescimento de ambos em um ambiente acolhedor onde se tem gosto em ser e estar, descobrindo limites e novos caminhos na humanização.


 

Autor deste artigo: Rosane Maria Pimentel - participante desde Sáb, 11 de Março de 2006.

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