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Os caminhos da educação: a informação e a formação do alunado |
Escrito por Isabel Cristina Miziara |
Qua, 24 de Maio de 2006 21:00 |
O ofÃcio de professor, assim como o mundo, tem passado por constantes transformações. Parece contraditório deixar isto claro, entretanto há que se fazer uma ressalva, na verdade, em sua essência, todo professor não pode perder de vista sua vertente profissional e manter a proposta básica de proporcionar ao cidadão situações que o auxiliem a entrar em contato com as informações e transformá-las em conhecimento que o acompanharão pela vida afora. Este contato com o saber acumulado historicamente pela humanidade, sempre fez e sempre fará parte da função do professor, sendo indiscutÃvel a obrigatoriedade que todo profissional da educação tem de saber, com muita propriedade, os conteúdos com os quais trabalha ao longo do ano com seus alunos, sendo esta, na verdade, sua obrigação mÃnima. Entretanto, a esta função, digamos, informativa, foram somando-se, ao longo dos anos, novas obrigações ao fazer educacional, que por força das mudanças advindas de um mundo neoliberal globalizado, adentraram à escola. Isto é tido como algo normal e natural, uma vez que a escola existe enquanto instituição social para satisfazer as necessidades e anseios da sociedade; não podemos olvidar que é a escola que existe em função da sociedade e não o contrário. Se analisarmos a conjuntura social atual, veremos que há uma série de inversões de valores, quando o ter passa a valer mais que o ser. Os pais, no afã de possuir, pela necessidade de, na maioria das vezes, conseguirem manter um sustento básico de sua famÃlia, precisam dedicar muitas horas de seu dia ao trabalho, voltando para casa exauridos pelo cansaço e pelas preocupações, esquecendo-se de que educar os filhos faz parte se seu rol de responsabilidades. Assim, a formação básica da criança, do adolescente, do jovem e, porque não dizer, dos "adultos" - vale ressaltar que estes tais "adultos" estão demorando cada vez mais para assumirem suas responsabilidades enquanto cidadãos, por faltar-lhes, dentre outras coisas, compromisso com o seu fazer social, haja vista que a formação que receberam dos pais não lhes possibilitou a aquisição da autonomia - foi delegada à escola e, por conseguinte, ao professor. Contudo, questiona-se "como dar conta da informação e da formação dos alunos?" A práxis pedagógica possui muitos caminhos que conduzem à construção do saber e do conhecimento. O educador pode valer-se de vários teóricos e estudiosos para amparar sua prática, aproveitando, com discernimento, o que há de bom em cada um deles, sem cair numa "salada mista", num fazer "sem eira nem beira", mas por ser sabedor de que nenhuma teoria é tão ruim que possa ser descartada por completo e que nenhuma é tão boa que não possa ser questionada ou modificada. A sapiência é requisito fundamental nesta situação. Referenciais teóricos para esta prática são encontrados em abundância, uma vez que eles datam da Grécia Antiga, desde o perÃodo Aristotélico, passando por Sócrates, Platão, Comenius, Rousseau, Durkeim, Bordieu Descartes, Kant, Marx, e, se pensarmos em âmbito nacional atual, depararnos-emos com AnÃsio Teixeira, Paulo Freire, Gadotti, Saviani, Luckesi, dentre outros. Todavia, a educação ainda engatinha quando se trata de literatura especÃfica para a formação de valores junto aos educandos. Temos diversos autores que abordam questões pertinentes a esta área, entretanto, como trabalhar a formação do ser humano conforme previsto na legislação e, conseqüentemente, nos projetos polÃticos pedagógicos das escolas? Trata-se de tentar homogeneizar tanto quanto possÃvel o que é, por sua própria natureza, heterogêneo, investindo na construção, formação, valorização, na hominização do humano, destacando a importância da solidariedade, do respeito, da convivência saudável, da cidadania consciente, pondo em prática o que nos traz Delors (1998) em Educação: um tesouro a descobrir: o alunado precisa "aprender a ser" e "aprender a conviver". ImprescindÃvel lembrar que não há fórmula mágica para se obter sucesso tanto em uma atividade quanto em outra. Mais uma vez a ponderação, o bom senso, a razoabilidade, a receptividade e o feed back dado pelos alunos são os indicadores primeiros do professor de que está trilhando pelo caminho mais adequado, pois em educação - seja ela escolar ou não - não há livro de receita que nos mostre certeiramente como proceder nesta ou naquela situação. |
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