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Escrito por Jorge da Silva   
Qua, 07 de Junho de 2006 21:00

A insatisfação com os programas educacionais existentes, bem como a resposta a novos sistemas educacionais, fez com que nos Estados Unidos a partir de 1950, surgissem projetos de desenvolvimento do ensino e currículos.

Grobman (1970:4) citado por Saul (1988:33) coloca que "o trabalho de um grupo para produzir algum novo tipo de currículo, testando experimentalmente os materiais preliminares e buscando evidências dessa testagem para o aperfeiçoamento do currículo antes de sua distribuição ao público" isto era o que significava em 1950 os projetos de ensino e currículo no EUA.

A expansão das atividades de desenvolvimento de currículo acentuou a necessidade de avaliar os programas educacionais.
As informações levantadas estavam relacionadas à relevância do novo programa para as necessidades da sociedade e do aluno, à significância e validade científica dos novos materiais de estudo, à capacidade de o programa eliciar certos comportamentos dos professores e alunos e os resultados reais obtidos.

A avaliação de currículo surge, então como um campo de estudo independente.

No Brasil, a avaliação de currículo, segue o caminho da produção americana, com uma defasagem de 20 anos, visto que começou a surgir a partir de 1970, com o aparecimento dos projetos de currículo.


AVALIAÇÃO DE CURRÍCULO
Para podermos desenvolver um estudo teórico sobre avaliação de currículo, se faz necessário inicialmente definir avaliação.

Segundo Messik (1980:61) "avaliação é a coleta e uso da informação para tomar decisões sobre um programa educacional". O programa pode ser um conjunto de materiais de ensino distribuído para uso em âmbito nacional, às atividades de ensino de uma única escola ou as experiências educativas de um só aluno.

Um dos tipos de decisão onde a avaliação é usada, é sem dúvida no aperfeiçoamento de cursos, para decidir quais os materiais e métodos de ensino que são satisfatórios e diagnosticar onde há necessidade de mudança.

No período anterior a 1935, o aluno era examinado quanto a conhecimentos factuais e ao domínio de certas habilidades fundamentais.

Pesquisas e trabalhos realizados por Tyler, despertam a atenção para o fato de que processos mentais superiores não são ativados por simples testes factuais e que o ensino que estimula o conhecimento factual pode não dar oportunidades à consecução de outros resultados educacionais.

Assim, um aluno só pode se preparar para um teste factual com um CURSO que inclua os fatos a serem testados, ao passo que vários cursos diferentes podem estimular as mesmas atitudes e a mesma compreensão geral.

Portanto, ao avaliar os novos currículos hoje, será de grande importância estimar o crescimento educacional geral do aluno, considerado como mais importante do que o domínio de tópicos específicos estudados em aula, pelos elaboradores de currículo.

Quando avaliação é levada a efeito tendo em vista o aprimoramento de um curso, o objetivo principal é verificar os efeitos que o curso produz, que mudança ele provoca nos alunos. Os resultados do ensino são multidimensionais e uma investigação válida, delineará os efeitos do curso.

O maior serviço que a avaliação pode prestar é identificar aspectos do curso em que se faz sentir a necessidade de revisão.

A avaliação deveria ser usada para esclarecer como um curso produz seus efeitos e quais os parâmetros que afetam sua eficiência.

É importante, que os estudos sobre a avaliação não se limitem a ser relatórios a cerca deste ou aquele curso, mas que, de fato fornecem os elementos que ajudem a compreender melhor o processo de aprendizagem na educação.

Para que se possa exercer alguma influência sobre o aprimoramento dos cursos, as evidências devem estar à disposição no decorrer da elaboração do curso, e não quando o elaborador de currículo se torna relutante em mudar a sistemática em relação a um conjunto de materiais e técnicas tidos como já bem refinados. A avaliação usada para aprimorar um curso durante o seu desenvolvimento, contribui mais para a melhoria da educação do que a avaliação usada para apreciar o produto final.

COMO AVALIAR
Ao julgar um curso, interpretações satisfatórias podem ser feitas através dos dados coletados, tomando por base uma amostra, sem a pretensão de medir a totalidade dos resultados. O mesmo pode ser dito com relação a aplicação de testes para tomada de decisão relativa ao indivíduo. Um teste pessoal deve possuir uma amplitude suficiente de modo a fornecer um escore fidedigno para cada pessoa.
Durante as fases experimentais da elaboração do currículo, os relatórios dos professores relativos ao desempenho dos alunos são considerados válidos, entretanto a observação sistemática acarreta uma defasagem entre o momento do ensino e o conhecimento dos resultados. Daí a observação sistemática não deve ser a única fonte de prova para a avaliação de currículos.

As abordagens de avaliação incluem estudos de processo, medidas de proficiência, medidas de atitudes e estudos de acompanhamento. Um estudo de processo preocupa-se com os acontecimentos que ocorrem em sala de aula.

O enfoque avaliativo de Tyler, caracterizado e conhecido como "AVALIAÇÃO POR OBJETIVOS", foi gradualmente sistematizado.

O processo avaliativo consiste basicamente, na determinação de quantos objetivos educacionais estão sendo atingidos por programas curriculares, pois, os objetivos educacionais expressam mudanças em seres humanos e os objetivos visados traduzem certas mudanças desejáveis no comportamento do aluno; sendo a avaliação o processo destinado a verificar o grau em que essas mudanças estão ocorrendo. A avaliação deve julgar o comportamento dos alunos, pois o que se pretende em educação é justamente modificar tais comportamentos.

A avaliação da aprendizagem, na proposta de Tyler, está integrada a seu modelo para elaboração de currículo, que assume um caráter de controle do planejamento, analogamente ao que ocorre no processo de produção industrial.


PRINCIPAIS CATEGORIAS DE AVALIAÇÃO DE CURRÍCULO
1) Enfoque - define a proposta de avaliação do autor e pela qual ela é conhecida;

2) Definição - forma pela qual cada autor define o processo de avaliação;

3) Objetivo - identificação do alvo que o autor concebe dentro da sua proposta de avaliação e o que deve ser atingido uma vez implementado o modelo;

4) Papel do avaliador - como o autor concebe o papel do avaliador no contexto de sua proposta;

5) Implicações para o projeto de avaliação - sugestões do autor para elaboração e desenvolvimento dos planos de avaliação, no que concerne a procedimentos, estrutura e conteúdo do processo;

6) Limitações registradas na Literatura - principais questionamentos em relação à proposta de avaliação;

7) Contribuições - destaque das contribuições mais importantes de cada um dos enfoques de avaliação.


AVALIAÇÃO DE CURRÍCULO NO BRASIL
O modelo mais utilizado e divulgado oficialmente pelo MEC e o primeiro documento de avaliação de currículo no Brasil, foi o de STUFFAEBEAM, cujo enfoque é a tomada de decisão, ocorrendo em 1973.

A primeira tentativa de mudança ocorreu em 1978 de modo tímido, mas publicações acadêmicas nas propostas de avaliação, numa abordagem quantitativa e em 1980 e 1981 um conjunto de autores brasileiros criticam a avaliação quantitativa e apresentaram como sugestão alternativa a abordagem qualitativa.

A abordagem quantitativa de forte influência positivista, considera a educação como um processo tecnicista, diferencia nitidamente fatos e valores, determinando fins e objetivos da educação, tendo como preocupação única a comprovação do grau em que os objetivos estabelecidos foram alcançados.

O enfoque qualitativo considera a avaliação como sendo sempre relativa, não podendo ser considerada como objeto central ou prioritário.

A avaliação qualitativa incorpora, pois, o conjunto de técnicas, orientações da metodologia da investigação de campo.


CONCLUSÕES

Na avaliação do currículo de um curso, necessitamos nos preocupar menos com instrumentos de medidas que se ajustem ao currículo.

Uma avaliação ideal deverá incluir medidas de todos os tipos de eficácia que se possa esperar na área em estudo e não apenas resultados selecionados para os quais um currículo dá atenção direta. Se você deseja apenas saber até que ponto o currículo está atendendo os objetivos a que se propôs, deve ajustar o teste ao currículo; mas se quer saber até que ponto o currículo está sendo de utilidade para o interesse nacional, deve medir todos os resultados que justifiquem os esforços.


BIBLIOGRAFIA
MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa. Currículos e Programas no Brasil. Campinas, S.P: Papirus, 1990.

TYLER, Ralph W. Tradução de Leonel Vallandro. Princípios Básicos de Currículo e Ensino. 4ª Ed. Porto Alegre: Globo, 1977.

MESSIK, Rosemary Graves; PAIXÃO,Lyra; BASTOS, Lilia da Rocha. Currículo: análise e debate. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar,1988.

SAUL, Ana Maria. Avaliação Emancipatória: Desafio à Teoria e à Prática de Avaliação e Reformulação de Currículo. S. Paulo: Cortez: 1988.

 
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