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Escrito por Robspierre Miconi Costa   
Qua, 07 de Junho de 2006 21:00

O célebre Baiano Ruy Barbosa, advogado, jornalista, jurista, político, diplomata, ensaísta, orador e membro fundador da Academia Brasileira de Letras, disse em um de seus célebres discursos no Senado Federal que dia chegaria em que: "...De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto...".

E o dia chegou, hoje só se ouve falar no sucesso dos maus, na apologia ao vilanismo, em injustiças e escândalos políticos, em desvio de dinheiro público, fisiologismo, corporativismo, CPI´s e pizzas, estas últimas, temperadas fortemente com "impunidade", e ao contrário da iguaria Italiana são indigestas a ponto de causar náuseas em ratazanas e outras criaturas habituadas as mais fétidas e pútridas "sujeiras".

Recentemente o Brasil ficou indignado com o desfecho de dois julgamentos distintos, o primeiro referente a um crime cometido por um ex Senador da República que dilapidou o erário em milhões de reais em detrimento a população, e outro, cometido por um assassino confesso e célebre jornalista que a sangue frio e covardemente, matou pelas costas e sem chance de defesa uma jovem por motivo fútil e vil.

No primeiro crime foram vitimadas milhões de vidas, pessoas pobres e sem instrução, que morrem diariamente nos casebres humildes de fome, nos hospitais sem medicamentos e médicos para atendê-los ou ainda assassinados em becos escuros nas favelas onde são obrigados a se amontoar, e isto tudo porquê aqueles mais de trezentos e cinqüenta milhões de reais desviados por um político inescrupuloso e um juiz "lalau", foram utilizados para atender a ganância extremada de poucos indivíduos, ao invés de atenderem ao Interesse Público, matando de forma lenta e cruel pessoas carentes de quase tudo.

Este tipo de crime é muito comum em nossos dias, anormal é o fato de não nos indignarmos com eles, de aceitarmos com uma passividade resignada que estes chacais inescrupulosos permaneçam onde estão, ocupando cargos públicos com polpudos vencimentos contando com a complacência de seus pares, covardemente escondidos atrás de um repugnante "voto secreto", ou seja, que me perdoem os homens e mulheres de bem que habitam hoje nosso Congresso Nacional (que não devem superar uma dezena de indivíduos), mas o cesto está repleto de frutas podres e deve ser esvaziado.

Enquanto o dinheiro do erário for encarado como sendo "de ninguém", "da viúva" que se pode gastar sem remorsos, e de maneira prazerosa por ter sido conquistado sem nenhum esforço, e que não vai fazer falta a seu dono que já morreu, e ainda o clássico "todo mundo faz, deixa de ser Caxias", este panorama repugnante persistirá, ou pior, irá se agravar.

Dinheiro Público é sagrado, dele dependem milhões de vidas, que a bem da verdade delas ele também depende, vez que, é do povo, das indústrias e do comércio que ele provem, se utilizado para outra finalidade que não o Interesse Público caracteriza malversação, utilização indevida, furto, apropriação indébita, enfim, crime e neste passo, vale perguntar: É correto utilizar o telefone de uma repartição pública para fins particulares?

Esta pergunta poderia se estender a diversos outros bens e serviços pagos com o dinheiro público que nós enquanto Servidores Públicos costumamos, não somente a usar na medida do necessário e razoável, mas a abusar, pensando "que diferença irá fazer no meio da gigantesca conta mensal? E diante dos escândalos atuais então?", mas são estes valores que infelizmente ao final, totalizam milhares de reais, ano passado para se ter uma idéia foram gostos no pagamento de diárias, estadias e passagens aéreas mais de 1 bilhão de reais, enquanto o gasto com segurança não alcançou 500 milhões, cabendo aqui outras perguntas: tal gasto foi realmente necessário e benéfico ao Interesse Público? Resultou em benefício direto a população?

As respostas podem ser as mais tristes possíveis, encobrindo passeios ao argumento de treinamento profissional necessário ao aperfeiçoamento da Máquina Estatal, como aconteceu recentemente com alguns Vereadores flagrados em uma Cidade litorânea se divertindo, quando deveriam estar participando de um evento pago pelo Poder Público Municipal, onde fica patente que o Dinheiro Público regado pelo suor de todos, e que deveria ser a fonte fecunda donde sairia casas populares, saneamento básico, esgotamento sanitário e empregos, dando condições a todos de ter o que comer diariamente em suas mesas, ao invés de cestas básicas e cartões e bolsas esmola que apenas humilham, entorpecem iniciativas e sufocam talentos.

É inquestionável que o pobre está morrendo de fome é hoje, ou seja, é necessário fazer algo imediatamente, porém, também é inegável que este problema não começou ontem, assim, não será com o manejo de varinhas de condão assistencialistas e eleitoreiras que chegaremos a seu termo, quando se trata de saúde e segurança públicas então é que a coisa fica feia, semana passada, dia 15 de maio, o Brasil viu estarrecido sua maior Capital ser evacuada às 16:00 horas temendo mais um ataque de bandidos, que àquela altura já ultrapassavam duas centenas, com dezenas de mortos.

O pior é que tudo isto foi causado por um técnico de som que prestando serviços em Brasília, a Capital Nacional em corrupção (será? De repente estarei sendo injusto com outras cidades), viu sua chance de entrar no mundo da corrupção e infelizmente não a perdeu. Vendeu gravações sigilosas de uma importante CPI por R$200,00, que significam pouco mais que 11% de seu salário de R$1.800,00, o qual classificou como baixo, ignorando os milhões que ganham apenas o salário mínimo, ou seja, menos de 20% do que ele ganha para dois advogados (com "a" minúsculo mesmo), que fizeram tais gravações chegarem as mãos (obviamente mediante a polpudo "pagamento") de um tal "Marcola", ou melhor, Dr.Marcola (sob pena de eu também virar alvo de terroristas), ilustre preso em São Paulo que ordenou a barbárie verificada.

É... realmente estou com vergonha de ser honesto, desanimado por ter estudado e insistir em continuar estudando (no próximo fim de semana inicio outra pós latu sensu) e infligir em meus filhos este mesmo destino (afinal algumas vezes a Ignorância é uma benção), e rindo-me de ser honrado, quando ao redor só se vê imperar a desonra o poder nas mãos dos maus (felizmente há exceções, cada vez mais raras, mas ainda há), porém, como diz o slogan governamental: Eu sou Brasileiro, eu não desisto nunca .

Porém, saibam vocês pequenos e grandes corruptos que eu quando adentro em minha residência (onde tudo foi comprado com o suor de meu rosto e com nota fiscal), eu fico tranqüilo, olho minha mulher e filhos nos olhos e durmo em paz (eu ainda cultivo a idéia, quiçá a ilusão, de que estes facínoras têm consciência, insônia e alguma noção de família - célula máter da sociedade nos dizeres de Ruy Barbosa).

O técnico de som realmente pode ser responsabilizado pela morte de algumas dezenas de pessoas no episódio Paulista, inclusive de Bombeiros (os quais apesar de serem Policiais Militares, apenas salvam vidas e mesmo assim não foram poupados), entretanto, os outros corruptos podem ser responsabilizados pela morte de milhões diariamente, nos cabe lembrá-los disso, dando-lhes uma resposta à altura em outubro, em nome de um povo que só cometeu um erro: não saber escolher!

Para construirmos o Brasil que queremos, as empresas têm de estar sujeitas a uma política fiscal justa, onde o governo não seja seu sócio ou patrão de seus funcionários. Para se ter uma idéia existem em nosso País atualmente mais de 76 tributos, entre impostos, taxas, contribuições sociais e de melhoria, que arrecadam somas astronômicas que de nada valem, aliás, minto, servem para satisfazer os desejos sórdidos de milhares de corruptos e ainda, pagar dentre outras coisas uma convocação extraordinária (e bota ordinária nisto) de nosso congresso nacional.

 

Autor deste artigo: Robspierre Miconi Costa - participante desde Dom, 23 de Abril de 2006.

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