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Edições Anteriores 108 A educação on-line no ensino superior
A educação on-line no ensino superior PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Eurípides Silva   
Qua, 16 de Agosto de 2006 21:00

É necessário desenvolver um método de ensino em que os professores lecionem menos, para que os alunos aprendam mais (Comenius, 1592-1670).

Ante a celeridade das transformações que caracterizam a era do conhecimento, uma questão recorrente na academia é o temor de parte dos professores de que as novas tecnologias acabem por desempregá-los. Temor inútil aos que se dedicam a aprender técnicas e desenvolver habilidades novas, ampliando suas experiências com a educação on-line e aperfeiçoando sua atuação por meio da Internet com o fim de incrementar a comunicação, o acesso à informação e a colaboração entre discentes e docentes.

A "webização" da educação não veio para eliminar profissões. Veio, entre outros aspectos, para otimizar e modernizar as formas de atuação no magistério, tendo na base de tudo o comprometimento dos docentes (orientadores do processo) e das instituições (responsáveis pelas políticas de reorientação pedagógica e apoio aos envolvidos). Ignorar isso é colocar em risco não empregos, mas a sobrevivência das próprias instituições. Afinal, estamos diante de um dos mais impactantes e irreversíveis desafios da história recente da educação em escala mundial.

Pelas circunstâncias vale a pena comparar os temores em relação à educação on-line com os surgidos quando Gutemberg criou a prensa móvel, há 550 anos. Os copistas, que se imaginaram desempregados, logo se engajaram nas novas profissões de tipógrafos e revisores que surgiram com a disseminação do livro impresso (a Europa tinha 50 milhões de habitantes, só 20% deles alfabetizados).

Na milenar Universidade de Oxford os professores, apreensivos com a vulgarização e barateamento do livro, imaginaram que as pessoas aprenderiam por si mesmas. Mas logo descobriram as infindáveis vantagens da impressão em escala, como a abertura de escolas e a formação de novos mestres ante o interesse por obras religiosas (a Bíblia, copiada e ilustrada à mão, só era acessível aos ricos) e obras científicas (textos gregos ou romanos clássicos e relatórios sobre a exploração dos novos continentes, então inacessíveis).

A própria Igreja temeu pelo enfraquecimento de seu monopólio sobre o pensamento das elites e a deterioração dos costumes. Vale recordar a célebre cena narrada por Victor Hugo, em O Corcunda de Notre-Dame, quando o arcediago Claude Frollo, exibindo um livro ao amigo e médico de Luis XI, apontou para as torres de Notre-Dame, em Paris, e sentenciou: "Ceci tuera cela" (Isto - o livro -,matará aquilo - a Igreja).

As reações às inovações científico-tecnológicas, compreensivelmente, guardam relação direta com a velocidade com que influenciam as sociedades. Como em tudo, porém, é preciso muita sensatez. O entusiasmo extremado leva aos excessos, mas a prevalência da hostilidade gratuita nos recuaria ao telégrafo de Morse.


Dados dos autores: * Eurípides A. Silva, doutor em Matemática pela USP, ex-diretor da UNESP/Rio Preto e Assessor Acadêmico da UNIRP;

* Wilson Maurício Tadini, doutor em Matemática pela USP, ex-diretor da UNESP/Rio Preto, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e Assessor Acadêmico da UNIRP.

 
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