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Revista
115 Salvem nossas crianças!
| Salvem nossas crianças! |
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| Escrito por Renata Correa Marcondes |
| Qua, 04 de Outubro de 2006 21:00 |
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Uma nova Lei é sancionada por nosso presidente em 2005, que na verdade já estava contemplada pela LDB desde 1996. Com ela vem a necessidade de matricular no Ensino Fundamental as crianças de 6 anos. Para nós, do estado de São Paulo, como a maioria das crianças já cursa a Educação Infantil, seria apenas alterar a nomenclatura de nossos cursos de "Pré-Escola" para Ensino Fundamental, passando a delegá-los à s escolas autorizadas para esse fim. Com a chegada do ano 2006, surge uma grande incógnita: Pode ou não pode matricular uma criança com menos de 6 anos completos no Ensino Fundamental que atende agora um ciclo de 9 anos de estudo? O que quero questionar aqui, é porque devemos ficar a mercê das interpretações de cada um que lê essas leis? Enquanto educadora, comprometida com o desenvolvimento infantil, vou apontar alguns pontos para uma reflexão: Não será a infância o perÃodo destinado a brincar? Qual a razão de "adiantar" a criança de fase fazendo-a perder o que de mais precioso podemos ter para nosso desenvolvimento? De onde ainda vem a idéia de que escola é só a partir do Ensino Fundamental? Por que nossos cursos de Educação Infantil não recebem o devido valor dado ao desenvolvimento e a aprendizagem infantil? Para que levar uma criança antes dos 6 anos ao Ensino Fundamental? Qual a necessidade de queimar etapas? São tantas perguntas que ficam "martelando" minha cabeça (como se diz popularmente) e, me fazem buscar incessantemente uma resposta... se é que ela pode existir! Penso sempre que a criança tem em primeiro lugar direito de ser criança e não mini-adulto. Será que estamos ainda tão presos à essa educação do século XX? Argumentam sempre os pais: "Meu filho é tão esperto, inteligente, já lê, escreve..." mas, não será esse o perfil da maioria das crianças do século XXI, que envolvidos em avanços tecnológicos tão rápidos e dinâmicos contribuÃram para que quase TODAS as crianças, ou a maioria delas, mudassem seu perfil comportamental? É, senhores, muitas pessoas acabam desconsiderando o SER em função do TER e estão fazendo com nossas crianças "monstruosidades" em nome de um capitalismo selvagem, que não serve mais para nossa sociedade futura e não é garantia de sobrevivência á ninguém. Pensemos melhor o que é certo e o que é errado ou, pelo menos, o que fazer ou não fazer neste momento. Deixemos nossas crianças serem apenas Crianças, pois como educadora há 19 anos, percebo, estudo, pesquiso e acompanho o desenvolvimento infantil e posso afirmar aqui, que PERDA DE TEMPO é tirar da criança seu direito a infância feliz, onde sua única responsabilidade seria apenas de ser criança, de BRINCAR. Deixem os conhecimentos serem naturais, acontecerem pela descoberta, pela vivência... Quantos de nós, inteligentes, alfabetizados, dinâmicos, capazes de se adaptar a novas situações e isso, aprendemos no quintal de casa, no relacionamento com os outros, nas brincadeiras de rua, na construção do pensamento infantil vivenciado situações diversas e não dentro de uma sala de aula tradicional. Está na hora de pais e educadores darem um basta nisso e atribuir a cada idade sua fase de desenvolvimento adequada. Do que vale aqui estudar, se graduar, pesquisar e não considerar nada do que nos traz os grandes mestres: Jesus, em primeiro lugar, e mais: Vygotsky, Wallon, Piaget, EmÃlia Ferreiro? Podemos e devemos sim, dar aos nossos educandos o que de mais moderno e novo pode existir, mas nossa responsabilidade sobre eles deve ser de gente grande, que teve oportunidade de aprender e viver um pouquinho mais. Por favor, salvem nossas crianças! |
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