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Inclusão digital |
Escrito por Olga Cristina Braga Goulart |
Qua, 04 de Outubro de 2006 21:00 |
ANTONIO MENDES DA SILVA FILHO, Professor do Departamento de Informática da UEM, Doutor em Ciência da Computação, afirma que "Nos últimos anos, tem sido apregoado aos quatro cantos do Brasil a necessidade de se fazer a inclusão digital para aqueles indivÃduos que não têm acesso à s tecnologias de informação e comunicação ou simplesmente TIC's, como são mais comumente conhecidas. Três pilares formam um tripé fundamental para que a inclusão digital aconteça: TIC's, renda e educação. Não é difÃcil vaticinar que sem qualquer um desses pilares, não importa qual combinação seja feita, qualquer ação está fadada ao insucesso. Atualmente, segundo o Mapa de Exclusão Digital divulgado no inÃcio de Abril/2003 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) juntamente com outras entidades, aproximadamente 12% dos brasileiros têm computador em suas residências e pouco mais de 8% encontram-se conectados à Internet. Até quando continuará a inépcia do governo brasileiro? (se é que 'ele' tem qualquer real intenção de promover a inclusão digital). Ações de inclusão digital devem estimular parcerias entre governos (nas esferas federal, estadual e municipal), empresas privadas, organizações não governamentais (ONGs), escolas e universidades. Governos e empresas privadas devem atuar prioritariamente na melhoria de renda, suporte à educação bem como tornar disponÃveis equipamentos à população. Algumas ações que podem ser promovidas pelos governos e empresas privadas incluem: * Disponibilizar acesso a terminais de computadores e correio eletrônico a toda a população; * Oferecer tarifas reduzidas para uso dos sistemas de telecomunicações; * Criar mecanismos de isenção fiscal, sem muita burocracia, para o recebimento de doações de computadores e equipamentos de infra-estrutura". Com base nos dados fornecidos pelo Professor Antonio e em estudos posteriores, afirmo que muita gente vem confundindo inclusão digital com, simplesmente, a entrega de um monte de PCs a uma instituição, conectados à Internet. Como é que as pessoas vão usar, como vão fazer a manutenção, como vão poder tirar proveito disso - bem, aà é uma outra história. A exclusão sócio-econômica desencadeia a exclusão digital ao mesmo tempo em que a exclusão digital aprofunda a exclusão sócio-econômica. A inclusão digital deveria ser fruto de uma polÃtica pública com destinação orçamentária a fim de que ações promovam a inclusão e equiparação de oportunidades a todos os cidadãos. Neste contexto, é preciso levar em conta indivÃduos com baixa escolaridade, baixa renda, com limitações fÃsicas e os idosos. Uma ação prioritária deveria ser voltada à s crianças e jovens, pois constituem a próxima geração. Como muita coisa no Brasil, 'inclusão digital' virou moda, virou jargão, algo politicamente correto em que é de "bom tom" investir. Empresas de todo o tipo e o Governo, em suas várias instâncias, querem ter o seu programa de inclusão digital. Claro, isto é muito positivo, embora o brasileiro possa dispor desse recurso e facilidade. Caso esse indivÃduo faça um uso modesto da linha telefônica para ter acesso a Internet, além de algumas ligações telefônicas ao longo do mês, tal uso resultará numa conta telefônica com valor mensal entre R$ 40,00 e R$ 50,00. Isto tudo considerando que ele tenha acesso a Internet através de algum provedor gratuito, dentre vários existentes. Adicionalmente, se o indivÃduo quiser ter acesso a Internet, ele precisa dispor de um computador pessoal o qual tem um custo de, aproximadamente, R$ 1.300,00. Se o indivÃduo optar por financiar a compra do computador em 24 pagamentos, ele irá pagar uma prestação com valor médio de R$ 95,00, resultando num custo total de R$ 2.280,00 (o qual compreende aproximadamente 10 salários mÃnimo). Incluir digitalmente um grupo de pessoas significa, principalmente, utilizar a tecnologia para melhorar as condições de vida dessas pessoas. Não basta "alfabetizar" a pessoa em informática. É preciso mostrar como essa pessoa pode ganhar dinheiro e melhorar de vida através daquilo, de forma direta ou indireta. E é aà que a coisa pega, achar que aula de internet é inclusão social é um erro comum. Há casos de escolas, em todo o paÃs, que recebem lotes de computadores que acabam nunca utilizados, seja porque não têm conexão com a internet, ou porque os professores não foram treinados, ou porque não há sequer quem instale as máquinas. Claro, há iniciativas de sucesso em todo o Brasil. Mas elas ainda são minoria, frente à quantidade de computadores doados à tôa, paÃs a fora. A preocupação com a democratização do acesso é extremamente louvável. O problema é que, normalmente, não há um plano de ação por trás do projeto, não há critérios e, muito menos, indicadores, para que todo o esforço e dinheiro gastos não sejam mal aproveitados. O mundo é movido à informação. Quanto mais subdesenvolvido o paÃs, menor o acesso das populações ao conhecimento que, por outro lado, enriquece os paÃses desenvolvidos. O Brasil, eternamente em desenvolvimento, perde espaço a cada ano em que não investe em projetos consistentes de inclusão social. Um parceiro importante à inclusão digital é a educação. A inclusão digital deve ser parte do processo de ensino de forma a promover a educação continuada. Note que educação é um processo e a inclusão digital é elemento essencial deste processo. Embora a ação governamental seja de suma importância, ela deve ter a participação de toda sociedade face a necessidade premente que se tem de acesso a educação e redistribuição de renda permitindo assim acesso as TIC's. É ainda necessário o desenvolvimento de redes públicas que possibilitem a oferta de meios de produção e difusão de conhecimento. As escolas e universidades constituem também componentes essenciais à inclusão digital uma vez que diversos protagonistas (professores, alunos, especialistas membros da comunidade) atuam em conjunto para o processo de construção de conhecimento. Fica evidente que os três pilares do tripé da inclusão digital devem existir em conjunto para que ela ocorra de fato. De nada adianta acesso à s tecnologias e renda se não houver acesso à educação. Isto porque o indivÃduo deixa de ter um mero papel 'passivo' de consumidor de informações, bens e serviços, e então passa também a atuar como um produtor (de conhecimentos, bens e serviços). É também imperativo que a inclusão digital esteja integrada aos conteúdos curriculares e isto requer uma reformulação do projeto pedagógico e matriz curricular atuais de ensino fundamental e médio e EJA. Deveria ser pré-requisito também na formação de profissionais dos cursos de Pedagogia, Licenciaturas e similares. O Brasil tem condições de superar esse atraso e as vicissitudes existentes. Todavia, para que isso de fato ocorra, é preciso começar a fazê-lo hoje, ou melhor, ontem. Do contrário, as gerações vindouras continuarão com elevado Ãndice de excluÃdos da era digital. A inclusão digital tem um tripé que compreende acesso a educação, renda e TIC's. A ausência de qualquer um desses pilares significa deixar quase 90% da população brasileira permanecendo na condição de mera aspirante a inclusão digital. Dentro deste contexto, considera-se que a inclusão digital é necessária a fim de possibilitar a toda a população, por exemplo, o usufruto dos mais variados serviços prestados via Internet. Hoje em dia, ter acesso a Internet significa acesso a um vasto banco de informações e serviços. Este imenso repositório de conteúdo e serviços merece e deve ser utilizado por toda população brasileira. É preciso que o governo, como principal protagonista, assuma o papel de coordenador e atue em conjunto com sociedade civil organizada a fim de assegurar o tripé da inclusão digital. |
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