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Escrito por Alexsandro Rosa Soares   
Qua, 07 de Fevereiro de 2007 21:00

Há uma indagação dentro de mim que pulsa forte, no intuito de descobrir até quando teremos que tolerar arbitrariedades dentro do meio educacional. Falo não somente das arbitrariedades do papel do educador enquanto educador, mas, mais do que isso, do papel do educador enquanto SER social, enquanto individuo que também já freqüentou os bancos escolares, que já passou as mesmas dificuldades, os mesmos anseios, as mesmas aflições. Do ser humano que já teve as experiências de notas baixas, de não saber os conteúdos, de ser julgado de não inteligente, de ser humilhado ao não ser citado como o melhor aluno da classe, enfim do ser vivente dentro de qualquer sala de aula, seja de escola pública ou privada.

Como podemos ter uma gama de professores que ainda valorizam mais a quantidade do que a qualidade, que bloqueiam o fluir da imaginação do aluno? Como agüentamos ainda ter professores que ao ver um aluno dormindo em sua aula, não fale mais baixo para não o acordar, como diz Drummond em uma de suas poesias. Até quando presenciaremos professores despreocupados com a situação de vida dos seus quarenta e cinco alunos, e, no entanto preocupados com o fechamento do semestre e de seus conteúdos.

Quando escrevo, sem qualquer tipo de prepotência, imagino que minha professora de alfabetização deve estar muito alegre com o que lê, pois foi através dela que comecei a sentir o gosto pela leitura de mundo. As horas em que ela passava comigo e com meus colegas de classe eram aproveitadas da melhor forma possível, do jeito que todo aluno gostaria de aproveitar. Preocupada com a situação emocional e social de cada aluno, numa classe multi-seriada de zona rural, ela cuidava de nós como uma verdadeira educadora, que estava ali não somente para transmitir conteúdos, mas para alimentar esperanças e vidas de quem não tinha nenhuma expectativa de crescimento ou evolução. Incentivava-nos a imaginar, criar e que escrevêssemos, da forma que quiséssemos, da maneira escolhida, do que tivéssemos vontade. As vezes nos reunia para que ao invés dela, nós contássemos as histórias de nossas vidas, ou as histórias que gostaríamos de contar, deixava-nos sermos verdadeiramente os protagonistas da nossa sala de aula.

E foi assim que continuei escrevendo apesar dos meus futuros professores não terem ajudado tanto no decorrer desse processo, pois tinha "muitas continhas para resolver", muitos verbos para conjugar e muito... muito tempo para perder com coisas tolas que não me levariam a lugar nenhum.

Até hoje deparamos com professores que se formaram, no sentido integral de formação, para corrigir erros, apontar defeitos, sem analisar que esses erros e esses defeitos também fazem parte do fracasso dele enquanto professor, enquanto profissional, pois se estamos numa sala de aula, onde quarenta e seis pessoas convivem durante algumas horas, numa busca por congregar pensamentos, e se há os erros e defeitos, esses não são somente dos alunos, mas inclusive dos professores que também estão inseridos neste circulo social.

 
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