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Escrito por Magno de Aguiar Maranhao   
Qua, 02 de Maio de 2007 21:00

Magno de Aguiar Maranhão *

Em sua última pesquisa sobre a educação nacional, "Eqüidade, eficiência e educação: motivações e metas", a Fundação Getúlio Vargas apresenta como a maior causa do abondono dos estudos pelos jovens com faixa etária entre 15 e 17 anos o total desinteresse pela escola. Segundo os dados revelados pela pesquisa, 45,1% dos jovens que largaram os estudos dizem que não consideram a escola atual atraente.


É óbvio que nossas escolas não são atraentes, principalmente quando nos referimos às das redes públicas, em todos os níveis. Mas lembro que desse total de jovens, 23% abandoram os estudos para, de alguma forma, gerar, melhorar, aumentar a renda da família. Esse é, a meu ver, o ponto principal da questão: a necessidade de gerar renda para a família. E não é dando "um dinheirinho" para esses jovens que as coisas serão resolvidas num estalo, da noite para o dia. É claro que o auxílio financeiro sempre será muito bem-vindo para as famílias carentes, mas, e daí? Vamos comprar a presença desses jovens na sala de aula?


Precisamos ter o entendimento de que, inicialmente, além dessa bolsa, será necessário ter uma boa escola. E como é que se faz uma boa escola, atraente? É mais do que claro que precisa ser num imóvel agradável, em local acessível, com espaço adequado para a prática de esportes, alimentação -, com ambiente limpo, iluminação e circulação de ar adequadas, computadores, internet, além disso, e principalmente, a boa escola precisa, obrigatoriamente, ter bons professores.


São eles, que atraem e prendem os alunos nas salas de aula. Ai que saudades daqueles ontens. Sem saudosismo, mas há muito pouco tempo era assim. Os professores - na maioria mulheres - formadas pelos Institutos de Educação. Chegavam, então, às classes com embasamento para dar as tão esperadas aulas. Eram respeitadas e ganhavam razoavelmente bem.
É necessário, por tudo isso, mudar toda essa estrutura. A profissão, que é das mais nobres que existem precisa ser nova e realmente valorizada para atrair pessoas que, além da vocação, possam ganhar o suficiente para se sustentar e se aprimorar na carreira que escolheram. Com isso, naturalmente, voltarão a procurar a profissão pessoas que terão tido um melhor preparo e, logicamente, formaremos um ciclo vicioso do bem: melhores professores = melhor escola = melhores alunos = melhores profissionais. É difícil fazer isso? Claro que é, mas é preciso vontade política, pois essa é a saída.


Se os governos não conseguem enxergar esse mínimo, como teimam em fazer discursos de escolas em tempo integral? Não se consegue um mínimo de estrutura para oferecer quatro horas diárias de aula. A situação é preocupante, porque, segundo os estudos da FGV, utilizando os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005 (Pnad), há 10,7 milhões de adolescentes entre 15 e 17 anos no Brasil, sendo que, desse total, 18%, ou seja, cerca de dois milhões de jovens estão fora da escola, número que tem crescido nos últimos tempos .
Esses dados alertam que é preciso acelerar o ritmo na solução dos problemas. O governo federal "ameaça" que deste mês de abril não passa e o PDE começa a funcionar. Meu receio é que na pressa para dar o pontapé inicial as coisas já comecem tortas.

 


Presidente da Comissão de Legislação e Normas do
Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro
www.magnomaranhao.pro.br

 
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