Login

Sugestões

Faça o login e visualize as sugestões

Usuários on line

Nós temos 2702 webespectadores online

Revista

Gestão Universitária

Edições Anteriores 130 E a Educação...
E a Educação... PDF Imprimir E-mail
Avaliação do Usuário: / 1
PiorMelhor 
Escrito por Magno de Aguiar Maranhao   
Seg, 21 de Maio de 2007 21:00

Magno de Aguiar Maranhão *


É lamentável estarmos no fim do mês de abril, o quarto do ano, e tomarmos conhecimento de que milhares de alunos em todo o Brasil, muito embora regularmente matriculados, estejam sem aula, simplesmente por falta de professores. Isso mesmo. Falta de profissionais adequadamente preparados para transmitir ensinamentos ao futuro do país. E podemos dizer, sem qualquer medo de errar, que a causa disso é a desvalorização do professor: salários baixos, falta de possibilidade de ascensão e ausência de incentivo para especialização, entre outros motivos. Então, não temos professores de matemática, física, química e biologia.


O presidente e o ministro da Educação anunciaram o PDE, mas não sabem o que se passa em lugar algum deste imenso país. Poderíamos compactuar com o discurso "desculposo", de que a educação básica é da responsabilidade de estados e municípios, mas não podemos ser hipócritas a esse ponto. A responsabilidade é de todos, e todos têm de participar. Ou toda a população tem consciência real de que a responsabilidade é de todos, ou vamos, nós, ficar trancados em nossas casas, cercados por jaulas, enquanto os que não têm qualquer oportunidade para estudar escolhem seus destinos ao Deus dará.


A situação é cada vez mais grave, tempos atrás, alguém falaria que é difícil ser professor no interior do Piauí, por exemplo, mas o Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa, considerada por muitos ainda a capital cultural do país, também tem alunos que estão com falta de professores. Em todo o estado calcula-se que o déficit de docentes já atinja a assustadora marca de 26 mil.Em Alagoas, 50 mil dos 350 mil alunos ainda estão sem aula em 2007 e cerca de 120 mil alunos vão terminar o ensino médio sem ter estudado matemática, física, química e biologia. E a coisa piora muito no sertão e no agreste, onde faltam funcionários, carteiras e equipamentos de laboratório, além dos professores.


Em vários estados desse imenso país, os professores, "por conta própria e de acordo com a direção da escola", muitos com o conhecimento das secretarias de Educação, estão fazendo rodízio para que todos os alunos tenham aulas de todas as disciplinas, não importando a que custo. Há alunos que ficam na escola duas horas por dia. E o governo federal ainda vem depois dizendo que vai liberar uma verba para isso aqui, outra para isso ali. As coisas não são assim. E ainda aparecem pesquisas para mostrar que o aluno quer uma escola mais atraente. Acho que a primeira coisa é ter uma escola. E volto a repetir que tenho medo desse repasse de recursos, porque não há controle nem fiscalização. E não sei nem mesmo se há interesse em que isso exista.


Outro grave exemplo disso é o Programa Brasil Alfabetizado, uma das meninas dos olhos do Planalto. Dia desses saiu na imprensa que o programa está recheado de turmas e alunos-fantasmas. Muito embora seus dirigentes neguem, "os alunos" listados confirmam que não se inscreveram e que nunca assistiram às aulas. E esse programa já consumiu, desde 2003, cerca de R$ 700 milhões, para alfabetizar 7 milhões de pessoas. Agora, cientes das falhas, vão mudar o programa, com uma previsão, só para este ano, de mais R$ 315 milhões, para alfabetizar 1,5 milhão. O pior é que ninguém dá qualquer tipo de explicação a respeito dessas distorções.

 


Presidente da Comissão de Legislação e Normas do
Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro
www.magnomaranhao.pro.br

 
Please register or login to add your comments to this article.

Copyright © 2013 REDEMEBOX - Todos os direitos reservados

eXTReMe Tracker