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Escrito por Magno de Aguiar Maranhao   
Qui, 24 de Maio de 2007 21:00
Ao trabalho


Magno de Aguiar Maranhão *

A sorte está lançada. O governo federal, finalmente, apresentou de maneira integral o ousado Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que tem diversos pontos positivos, principalmente no que diz respeito à prioridade à educação básica, por sua qualidade, passando pela valorização do professor. Isso sem falar na criação das novas escolas técnicas e na ampliação das vagas no ensino superior. A equipe que elaborou o PDE procurou, de alguma forma, atacar todos os pontos necessários, mas algumas coisas ainda deveriam merecer uma atenção maior, uma explicação mais pormenorizada, para que saibamos como as coisas vão acontecer, até mesmo porque o presidente quer que toda a sociedade participe do plano.
Era fundamental que se procurasse valorizar o professor. Por isso, a fixação de um salário mínimo para a categoria era primordial, e já é um ponto de partida, mas, decididamente, R$ 850,00 ainda é muito pouco para esse profissional. E, além disso, tenho preocupação quanto ao pagamento, uma vez que muitas prefeituras e vários estados não terão condição de fazê-lo. Até porque o dinheiro do Fundeb, que não pode ser a solução para tudo nem um poço sem fundo, não será suficiente. Outros cuidados que se deve ter quanto à valorização do professor são a sua formação e a sua qualificação. Como isso vai acontecer? O ensino a distância não é nem pode ser a única solução.
A preocupação com a educação de base me parece o mais importante. Atualmente, temos uma escola com ensino de má qualidade e com altas taxas de evasão e repetência, o que nos leva a um dos maiores índices de analfabetismo de todo o mundo. Cerca de metade dos alunos que terminam o ensino básico ainda são semi-analfabetos. Por isso, a urgência no lançamento do PDE. É preciso mudar já, mas sempre com os dois pés no chão, sem sonhos mirabolantes. O ministro da Educação afirmou que o governo já teria adquirido todos os laboratórios de informática para toda a rede de ensino. Isso é ótimo, mas temos visto escolas sem aula por falta de professor, por falta de telhado, por falta de luz, etc...
Em todo caso, agora resolveram arregaçar as mangas e trabalhar. Já não era sem tempo. Estão anunciadas novas 150 escolas técnicas, o que é muito bom, uma vez que temos jovens que optam por não ingressar nas universidades e eles já teriam uma profissão. Já poderiam ingressar no mercado de trabalho em condições superiores as que acontecem nos dias de hoje. Outros pontos altamente positivos são o aumento do número de vagas nas universidades federais - a previsão é de mais 680 mil estudantes -, de preferência no turno da noite, e a autonomia dessas instituições de ensino superior, que poderão contratar nos próximos anos cerca de 20 mil professores.
Sabemos que é necessário muito mais dinheiro para colocar as coisas em andamento, até mesmo porque esse repasse de R$ 1 bilhão anunciado pelo governo para as mil cidades com os piores indicadores educacionais vai beneficiar apenas 4,3 milhões de alunos de escolas municipais, ou seja, apenas 10% do total de 42 milhões de alunos matriculados na rede pública de educação básica em todo o país, mas é preciso o engajamento de todos. Vai o exemplo de uma cidadezinha que me falha o nome, onde depois de três, apenas três faltas de um aluno, o Conselho Tutelar é acionado para ver o que está acontecendo, com o objetivo de fazer com que o estudante volte às aulas. Isso é um belo exemplo de vontade política, de participação da sociedade.
A sorte está lançada. Agora é trabalhar com muita vontade, porque o caminho é árduo. Mas era preciso começar. O ousado plano do governo federal prevê que dentro de alguns anos teremos uma das melhores educação de todo o mundo. Para tanto, o país também estará investindo em creches e pré-escolas, no transporte escolar e até nas bolsas pós-doutorado. Enfim, é chegada a hora de virar a mesa e, para isso, será preciso muito trabalho. Agora, mais que nunca, é necessário pararmos com os discursos espetaculosos de grandes lançamentos e arregaçarmos de verdade as mangas. Ao trabalho!!!

Presidente da Comissão de Legislação e Normas do
Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro

www.magnomaranhao.pro.br

 
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