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Sombras E Esperanças Para As Faculdades Isoladas PDF Imprimir E-mail
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Escrito por João Carlos Almeida   
Qua, 03 de Outubro de 2007 21:00
Sombras E Esperanças Para As Faculdades Isoladas
A Educação Superior é exercida por Universidades, Centros Universitários e Faculdades Isoladas. Sou o diretor geral de uma destas faculdades no interior do estado de São Paulo, na cidade de Taubaté. Olhando a história da educação em nosso país nos últimos anos reconheço sobras e sinais de esperança para estes pequenos núcleos que nasceram da incapacidade das Universidades de ir até aonde o povo está. Na história da universidades encontramos um grande dilema. Para reunir o "conhecimento universal" seria necessário uma grande infra-estrutura, com professores titulados, corpo técnico-administrativo competente em questões específicas como registro acadêmico, além de uma grande e cara biblioteca. Sem isso é difícil conceber uma universidade. Resultado: não era possível colocar estas grandes estruturas no interior das nações. Os alunos tradicionalmente deslocaram-se até os centros de estudo formando até mesmo uma cultura de campus.

Apoiada no limite das grandes universidades surgiu a figura da "Faculdade Isolada". Como o próprio nome diz, é isolada de uma Universidade, que seria um conjunto de faculdade reunidas, ou integradas. Hoje temos até mesmo a figura intermediária do Centro Universitário, que não é faculdade nem universidade e se caracteriza na lei pela autonomia parcial. A Universidade tem autonomia quase total e a faculdade isolada não tem autonomia para criar cursos nem para registrar diplomas. Nos últimos 50 anos surgiram centenas de faculdades isoladas no interior do Brasil, democratizando o acesso ao saber.

Mas agora uma sombra coloca em risco a existência das faculdade isoladas: é a Educação a Distância (EaD). Com uma tecnologia relativamente econômica, as grandes universidades e até mesmo os Centros Universitários multiplicam seus pólos pelos mais remotos rincões do país. Ao lado da nossa faculdade que oferece teologia há 85 anos, aparece um pólo de uma Universidade do Paraná, que não nos conhece e oferece em uma escola de ensino profissionalizante nada mais nada menos do que "Teologia" a Distância. Não está suficientemente claro na legislação educacional como estes pólos serão avaliados. esta universidade tem 5.000 pólos. O próprio MEC não sabe dar a resposta. A faculdade presencial morrerá? A EaD matará a velha faculdade de bairro?

A segunda sombra é o fato de que os grandes capitais internacionais descobriram o "grande negócio" da educação. Algumas universidades aparentemente brasileiras avnçam com uma concorrência predatória sobre as "isoladas". Oferecem cursos a preços impossíveis de serem praticados por quem não tem dinheiro para perder agora e ganhar depois. Morta a concorrencia elas reinam soberanas.

A esperança para as Faculdade Isoladas é uma só: investir na qualidade esperando a queda do mito do diploma. Ele pouco adiantará para a empregabilidade dos egressos de cursos de administração. Não contrato um técnico em informática sem verificar se ele sabe realmente manipular o computador. O futuro será dos competentes e não dos titulados. Quem viver verá. Mas viveremos? Espero!!!

João Carlos Almeida - Doutor em Educação pela USP


 

Autor deste artigo: João Carlos Almeida - participante desde Ter, 11 de Setembro de 2007.

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