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Revista
143 O Ead e as Contradiçòes da Geração Orkut
| O Ead e as Contradiçòes da Geração Orkut |
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| Escrito por Inácio José Feitosa Neto |
| Qua, 17 de Outubro de 2007 21:00 |
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O Ead e as Contradiçòes da Geração Orkut
Sentado em meu escritório, vejo minha máquina de escrever de cor preta, da marca "Remington Rand - Model 1", herança dos meus antepassados da década de 40. Suas teclas de ferro pretas com letras em dourado, acompanhadas de duas carretilhas, na qual a fita de tinta preta passa no momento em que datilografo algo, contrapõem-se nesse instante às teclas silenciosas de um Toshiba, Sempro, com processador e wireless. Paro, então, para pensar nos instantes de mudança de Lewin (1965) - falarei mais adiante - em relação à resistência que os jovens universitários, da geração Orkut, possuem em relação às aulas semipresenciais dentro de cursos de graduação, ditos tradicionais (por estes serem realizados somente em sala de aula, sem recursos tecnológicos do ensino a distância - Ead). Vejo que o Ministério da Educação, por meio da Portaria n. 4.059/2004, autoriza as instituições de ensino superior a ministrarem até 20% da carga curricular de seus cursos reconhecidos pelo sistema de Ead. Justamente como forma de incrementar a formação dos futuros egressos para o mercado de trabalho e para a vida. O Ead com a metodologia adequada à realidade do seu público auxilia o docente em suas atividades acadêmicas; expande a relação ensino/ aprendizagem para fora dos limites de uma sala de aula; pode solucionar a questão das dependências para os universitários que dispõem somente de um horário para estudo e outro para trabalho; fomenta a interatividade da comunidade acadêmica em fóruns, chats; fortalece o surgimento de bibliotecas virtuais; facilita a existência de teleconferências com palestrantes de diversas localidades ao mesmo tempo; interioriza o conhecimento pelos grotões desse país e combate a exclusão educacional. Ouvi de alunos 'Orkutenses', que passam boa parte do seu tempo em salas de "desaprendizagem virtual", a seguinte afirmativa: "eu pago para ter aula, vendo o professor passar para mim o que ele sabe, no quadro com giz e não um computador dando aula para mim". Todavia, estarrecedor são os depoimentos dos docentes mais resistentes, que sempre são favoráveis ao Ead, mas nas disciplinas dos outros. Jamais nas que eles lecionam... Desconhecem que o Ead é um novo campo profissional com diversas oportunidades para os docentes. Quando narrei esses casos em um Seminário realizado para empresários interessados em contratar estagiários e funcionários para suas empresas, eles ficaram simplesmente surpresos ao saber que em pleno século 21, em um país de analfabetos, seus universitários possuem tantas resistências em relação ao Ead, principalmente na época do Teletrabalho. Daí, concluímos o quanto é difícil encontrarmos "cabeças bem feitas" (como diz Morim) para atender as necessidades de um país que precisa cada vez mais de técnica e de tecnologia. Retomando a teoria de Lewin, devemos lembrar que ela estabelece os "instantes de mudança", sendo divididos em três fases: ruptura do estado estável inicial; depois um período de turbulência com probabilidade de adaptação e, finalmente, um período de consolidação da mudança em uma nova circunstância de estabilidade. Sinceramente, ao momento em que teclo minha "Remington", curtindo o som de suas teclas (nada silenciosas), espero que a geração Orkut consolide a nova realidade educacional mundial, reconhecendo a importância do Ead para a educação e para o país. INÁCIO FEITOSA É ASSESSOR JURÍDICO DA ABRAFI E SIESPE, SUPERINTENDENTE ACADÊMICO DA FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU E MESTRE EM POLÍTICA EDUCACIONAL PELA UFPE. |
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