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"Professora, a sua aula é uma palestra!" |
Escrito por Marinilse Netto Carminatti |
Qua, 24 de Outubro de 2007 21:00 |
"Professora, a sua aula é uma palestra!"
Marinilse Netto Noite dessas, no término de uma aula sobre patrimônio cultural, no corredor, ouvi de uma aluna do curso de turismo o seguinte: "Professora, a sua aula é uma palestra!" Recebi a fala da aluna com surpresa e imediatamente agradeci. Minutos depois, veio a dúvida: aquilo era um elogio ou uma reclamação? Qual era o sentimento que motivara aquela fala? Ainda cheia de dúvidas quanto à exclamação da aluna, me propus a buscar os diferentes conceitos que giram em torno da palavra palestra, refletindo também minhas estratégias de atuação educacional. Do Latim palaestra e do grego palaÃstra, o dicionário Aurélio traz o conceito de palestra como conversação, conferência ou discussão sobre um assunto cultural. Para os povos gregos e romanos o conceito original era o de lugar onde se fazem exercÃcios ginásticos. Temos aà duas questões a serem explicitadas: Na primeira delas a idéia de conferência ou discussão nos possibilita pensar na prática da conversação entre pessoas a fim de confabular interesses comuns. Tradicionalmente, o ato de educar é visto como o exercÃcio de adentrar ao mundo do saber (e do conhecimento) pelo acesso à instituição escolar, tal pensamento descarta a possibilidade de se pensar em troca de saberes fora do ambiente escolar, no convÃvio, onde as experiências são vividas, sentidas. A manutenção dessa concepção coloca a escola como principal centro responsável pela vida e pelo futuro dos jovens.Crescem as responsabilidades para os gestores educacionais na criação de espaços acadêmicos 'em sintonia' com os novos tempos, que tem na velocidade das idéias, na diversidade de imagens, criações emergentes e seus significados, as interpretações desse mundo. Se para o educador desse tempo, crescem os desafios para transformar o espaço de aprendência num lugar atrativo e instigador como o "mundo lá fora", para o aluno a universidade significa ainda um percurso de atualização e formação, ainda em que pesem as controvérsias e dificuldades em desempenhar esse papel. Penso que o educador deve ser autônomo nos espaços de ensinagem e que autonomia significa apreender o conteúdo ou temática explorada junto aos alunos numa comunhão de saberes e competências, onde o campo cientÃfico encontra meios de adentrar no campo vivido, numa troca de experiências sentidas, que podem ser traduzidas em conhecimento. Diante disso, surgem os seguintes questionamentos: Qual é o percentual de informações processadas nas atividades docentes que se transformam em conhecimento para os alunos? Qual é o teor de significância desses conhecimentos? Ou seja, estão relacionados à alguma coisa existente no "mundo real"? A noção de palestra como atividade fÃsica traz a conotação de dinamismo na atuação. Este dinamismo pode ser definido pela interação promovida atualmente nesses exercÃcios em que a platéia é chamada à participação. Atividades de interação e envolvimento são propostas como força de "agarrar" o espectador e transformá-lo num partÃcipe, tirando deste contexto a separação em nÃveis de ensino onde o professor repassa um conteúdo, um saber esperando que o aluno como espectador o receba. A máxima hoje na área do marketing é a de que "bons palestrantes falam com o coração", talvez esteja aà o segredo. Falar com sentimento é sempre um ato de provocação ao outro, independentemente do assunto em pauta, ministrar aulas com autonomia, competência e emoção podem significar meios efetivos de interação com os alunos, formas de sentir o apreender, transformando as informações em conhecimento e as aulas em experiências vividas. Mestre em Educação. Docente da Celer Faculdades - XAXIM (SC). |
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