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Parâmetros Sociais Da Educação Superior Brasileira PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Decio Correa Lima   
Qua, 14 de Novembro de 2007 21:00
Parâmetros Sociais Da Educação Superior Brasileira


Do descobrimento aos dias atuais o Brasil não produziu tecido social homogêneo. Em não o fazendo deu à luz a um arquipélago de classes sociais. Na metáfora do tecido, o Brasil é um brocado. Onde cada broca (relevo em ouro ou prata) é uma ilha, um conjunto de profissionais, uma classe social, uma corporis. Os fios que unem as brocas são os fora da escola, miseráveis deseducados, que padecendo esta condição, não tem capacidade de organizar ou de participar de uma ilha ou corporis pré-existente, enfim, de tornar-se broca, de ganhar relevo.

Este cenário, preservativo da concepção de sentimentos de nacionalidade e patriotismo, não permite a geração da solidariedade e da fraternidade na massa brasileira e inibe a confecção de tecido social mais homogêneo, minimizador de desigualdades. Ao contrário, incentiva a prática da nociva individualidade.

Neste ambiente instala-se um circulo vicioso. As corporis encasteladas, educadas, habituadas ao melhor, insensíveis, esquecidas do fundamental, ostentam e vivem em estado permanente de superficialidade e, a plebe ignorante as imitam, lutando, igualmente, pelo superficial em detrimento do fundamental, às escuras.

As corporis estabelecidas, modo geral, e as corporis universitárias, modo particular, devem preocupar-se com a construção de uma nova ordem social onde o fundamento recalque-se, prioritariamente, na freqüência à escola e depois na qualidade da educação.

Embora o social e o educacional sejam imbricados, trata-se de priorizar a realização do parâmetro social, incluindo toda a população jovem na escola de tempo integral e, depois, educá-la com parâmetros educacionais de qualidade e não o inverso, como está posto hoje.

Uma rápida passada por institutos legais que asseguram tempo à criança e ao adolescente para brincar e os impede para o trabalho na menoridade, nos remete à desconfiança de que à autoridade faltou o complemento: a escola básica de tempo integral.

Uma ilação, cabível, pode indicar que este tempo livre assegurado ao menor, ao pobre especialmente, não tem a melhor destinação e se esgote na prática de ilícitos ou crimes, tais como os assistimos cotidianamente na televisão, e uma indagação então se impõe, não seria mais prudente que o tempo assegurado fosse dispendido no ambiente da escola? No mundo desenvolvido assegura-se o fundamento, assegura-se o básico em tempo integral.

Propostas de políticas de qualidade em ambiente de escassez de quantidade, não podem e não devem impedir a implantação da escola básica de tempo integral, com urgência. Este diversionismo (qualidade) é apenas uma desculpa de bom efeito acústico, para não mudar coisa alguma na caótica educação básica e fugir ao real embate da inclusão social por meio da inclusão educacional.

Quem reclama mais qualidade são as corporis, aliás por mero exibicionismo, pois seus filhos estudam em escolas básicas de qualidade e se beneficiam das gratuidades nas universidades públicas, esta é a regra.

Há de se repensar a educação básica pública, desde o ponto de vista da inclusão social, e redimensionar a distribuição de recursos a ela destinados. Há de haver um grito orçamentário para a educação nos seus diversos níveis e, inegociavelmente, ter o nível da educação básica, de tempo integral, como prioridade.

Para realizar esta mudança, adotar esta nova política não será difícil; desde já a autoridade conta com o respaldo da existente e competente rede de instituições particulares de ensino superior, aberta à recepção dos jovens oriundos da educação básica. Uma PPP já instalada, pronta para ser usada.


Décio Corrêa Lima
Mantenedor da Faculdade de Iporá - FAI
Mantenedor da Faculdade de Inhumas - FACMAIS


 

Autor deste artigo: Decio Correa Lima - participante desde Seg, 30 de Julho de 2007.

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