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Nada Será Como Antes |
Escrito por Magno de Aguiar Maranhao |
Qua, 14 de Novembro de 2007 21:00 |
Nada Será Como Antes
Magno de Aguiar Maranhão * De uma maneira ou outra, a sociedade sempre força a abertura de caminhos, por mais que se tente pôr rédeas em setores e grupos que apostam no novo. Prova disso é o aumento do número de opções de carreiras e modalidades de cursos que vêm marcando a polêmica expansão do ensino superior no Brasil. Enquanto boa parte do meio acadêmico e autoridades da área gastam um tempo precioso debatendo a obrigatória indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão (importada pela reforma universitária de 1968), lutando para que universidades calcadas sobre o antigo paradigma não respirem novos ares, temendo que isso implique na perda de prestÃgio diante de outras formas de ensino pós-secundário, ou tentando manter a tradição dos currÃculos fechados e bacharelados tradicionais com duração mÃnima de quatro anos, o sistema de educação superior aproveita as brechas possÃveis para se diversificar, respondendo à pluralidade de interesses dos estudantes e à s expectativas de um paÃs que reclama, urgentemente, renovação e identidade própria - inclusive, ou sobretudo, no que diz respeito aos rumos da educação. Seja no formato da conhecida graduação, ou dos cursos tecnológicos e seqüenciais de formação especÃfica, de duração menor, o número de cursos preparatórios para novas carreiras cresceu 350 por cento entre 1991 e 2003. E não são apenas aquelas ligadas à s tecnologias da informação que se multiplicam: ao que tudo indica, a maioria dos setores está em busca de profissionais mais qualificados para ocupações que se sofisticaram ou adquiriram maior grau de complexidade, e deste bolo não escaparam nem a moda, a gastronomia ou a cosmetologia. Este movimento rumo à diversificação não pode ser desprezado ou interrompido. Ao contrário: se há a intenção de zelar pela qualidade destes cursos, deve-se levar em conta, nos processos de avaliação do ensino superior, a nova realidade para a qual eles sinalizam. Embora haja o temor de que o surgimento de tantas carreiras em nÃvel superior, por vezes tão inusitadas, não passe de modismo, ou submissão das instituições de ensino ao mercado (e, em alguns casos, seria ingenuidade negar isso), o que se verifica é uma adequação, mais ou menos lenta, das IES ao novo mundo do trabalho, bem distinto e muito menos confortável que aquele ao qual os formandos eram apresentados há algumas décadas. Hoje, nossos recém-formados defrontam-se com desafios para os quais não são convenientemente preparados. O mercado é ingrato, a estabilidade dos empregos formais tornou-se um sonho que não se concretiza com o diploma e as relações entre empregadores e trabalhadores não estão bem definidas. Nada será como antes. Neste panorama, é natural que muitos jovens elejam ocupações em alta para sua formação profissional, ainda que, algumas vezes, isso só seja possÃvel em cursos que, no Brasil são tidos como "menores", enquanto nos paÃses desenvolvidos são responsáveis pelos altos Ãndices de escolarização superior. * Educador e Presidente da Associação de Ensino Superior do Rio de Janeiro |
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