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O Papel do Professor Universitário em Termos da Didática, Frente aos Novos Desafios da Sociedade Contemporânea PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Daniella Basso Batista Pinto   
Sex, 25 de Abril de 2008 21:00
O Papel do Professor Universitário em Termos da Didática, Frente aos Novos Desafios da Sociedade Contemporânea
Por Daniella Basso Batista Pinto

RESUMO

Com o presente texto, objetivou-se mostrar o papel do professor universitário, em termos da didática frente aos novos desafios da sociedade contemporânea. Foi realizado por meio de uma revisão bibliográfica referente aos conteúdos trabalhados e discutidos em sala de aula na disciplina de Didática do Ensino Superior; para buscar idéias inovadoras de autores pertinentes ao assunto, bem como uma reflexão da teoria e mobilização da prática desses profissionais da educação.

PALAVRAS-CHAVE: Professor universitário, didática, desafios, sociedade, teoria, prática e mobilização.

O artigo traz uma reflexão sobre o papel do professor universitário, em termos da didática frente aos novos desafios da sociedade contemporânea.

Não basta apenas o professor tomar conhecimento da teoria que cerca o seu trabalho, refletir sobre a sua prática sem haver uma mobilização de sua ação consciente de acordo com os novos desafios propostos.

Faz-se necessário que o profissional passe constantemente pelo processo de formação, o qual se dá por meio de um processo contínuo de reflexão-ação-reflexão. Deve ter em mente a importância das implicações do ofício de docente no que se diz respeito às suas competências, planejamento, avaliação, às dificuldades do corpo discente, ou seja, da sua identidade para que o processo ensino-aprendizagem ocorra por meio de conteúdos significativos, reflexíveis com postura flexível e utilização de avaliações diversificadas.

Além disso, depende para que ocorram mudanças à metodologia utilizada pelo professor universitário em sala de aula. Mas faz-se também necessário que ele coloque em prática os quatro pilares da educação, a fim de "ser" um professor marcante positivamente para os alunos, construindo e vivenciando com eles, atividades pedagógicas no cotidiano da sala de aula universitária.

Nesse sentido, a aprendizagem do professor deve ser sempre atualizada, devido aos impactos das novas tecnologias na sociedade e na educação.

A Didática é a procura de escolha de procedimentos para que o aluno aprenda. São os métodos, recursos, posturas, utilizados pelos docentes, visando à aprendizagem do aluno.
O professor universitário que não tem didática, só pensa na transmissão do conteúdo trabalhado sem se importar com o desempenho dos alunos, ou melhor, sem se preocupar com a formação integral do sujeito que quer formar para a vida.
"Conteúdo não se repassa, embora grande parte dos professores ainda acredite nisso. O cérebro humano não aceita repasse, porque possui uma dinâmica interpretativa, reconstrutiva. É preciso respeitar esta característica da aprendizagem, para não continuar insistindo no instrucionismo. É preciso reconstruir os conteúdos, não engoli-los. O papel do professor é cuidar que os alunos pesquisem e elaborem, para, com isso, dar conta dos conteúdos e principalmente saber refazer os conteúdos" (DEMO, 2005).

No entanto, é de extrema importância que o professor universitário tenha consciência do sentido do Ensino como sendo o ato de se organizar, articular e apresentar o conteúdo, criando situações para que os alunos interajam entre si e com os conteúdos de ensino e desperte, assim, sua curiosidade.

Para tanto, é necessário prever e organizar o espaço e o tempo, considerando os avanços alcançados como alavanca para novas aprendizagens. O professor deve se utilizar da avaliação como atividade contínua e diagnóstica.

Diante desses aspectos, tem-se que considerar a importância da base intelectual do profissional. A formação do professor se dá por meio de um processo contínuo de reflexão. Para que isso ocorra, deve haver um embasamento teórico e prático de didática. O professor não deve ficar amarrado só às questões cognitivas, mas, também, à função do ensino.

Aprende-se a ser professor com a prática reflexiva, a qual leva à transformação de sua ação.

"[...] a reflexão não é um processo mecânico e solitário, nem um simples exercício de criação ou construção de novas idéias, que pode ser imposto ao fazer docente, mas uma prática que expressa a tomada de decisões e as concepções que temos acerca de nossa ação pedagógica" (ISAIAS, 2004).

Isaias (2004) completa o seu pensamento, afirmando que:


"A construção do papel do de ser professor é coletiva, se faz na prática de sala de aula e no exercício de atuação cotidiana seja na escola seja na universidade. É uma conquista social, compartilhada, pois implica em trocas e representações. Assim, as formas mais úteis de representação das idéias, as analogias, ilustrações, exemplos, explicações, e demonstrações, a maneira de representar e formular a matéria, para torná-la compreensível, revela a compreensão do processo de ensinar e de aprender pelo professor. O domínio desses aspectos é fundamental na construção do conhecimento pedagógico pelo professor".

Nesse sentido, o professor ideal é aquele que cria situações para desenvolver o olhar crítico e o pensamento reflexivo. Não permanece preso a livros, vai além da transmissão de conteúdos. Permite a troca, tem o olhar além do que é óbvio, aceita a aproximação com o aluno (afetividade), demonstra preocupação por ele e o orienta. Valoriza e propicia situações que aumenta a auto-estima. Motiva as aulas. Procura conhecer o aluno. Não fica preso a uma única estratégia. Está constantemente se atualizando. Educa para a vida, como cidadão crítico. Valoriza, assim, o diálogo e permite a integração do grupo. Ama a profissão.

O professor universitário, então, deve se preocupar com a realização pessoal do aluno em sua totalidade, com o objetivo de formar o homem total, aquele que aprende a conhecer, aprende a fazer, aprende a viver com os outros e aprende a ser, ou seja, desenvolve os quatro pilares, os quais a educação se baseia ao longo de toda a vida.

Para tanto, a Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI afirma em seu relatório para a UNESCO (1999):

"A educação deve organizar-se em torno de quatro pilares fundamentais que serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes".

Enfim, o professor ideal é aquele que marca positivamente seus alunos. É o chamado professor inesquecível, ou seja, aquele que ensina bem, conhece bem a área, aquele que não dá apenas aulas expositivas, por melhores que sejam, aquele que alia características positivas do domínio afetivo às do domínio cognitivo, aquele que planeja suas aulas, usa em sua prática, pressupostos da teoria interassionista, articula as posições teóricas na disciplina que ensina com postura política clara.
"O professor é um artesão numa prática pessoal, integrando as várias contribuições das várias disciplinas, capaz de auto-observação, auto-avaliação e auto-regulação. Ensina a caminhar com passos firmes e também ensina o fascínio do ousar. Ensina trilhas e desenvolve o atrevimento de sair das trilhas aprendidas". (CASTANHO, 2001)


Castanho conclui ainda que o professor: "[...] amplia os horizontes próprios e dos alunos, faz-se seguro e incute segurança, busca a verdade a despeito de todas as dificuldades e contingências... tem anseios, dúvidas, sonhos, esperanças..."
E por falar no professor universitário, é de grande importância trabalhar com as atividades pedagógicas diversificadas, as quais devem se eficientes e eficazes para colaborar com a aprendizagem dos alunos e melhorar a qualidade dos cursos.
Nesse sentido, Masetto (2003) contribui dizendo que: "[...] sempre que desenvolvemos atividades pedagógicas com a preocupação de criar melhores condições para a aprendizagem dos alunos, conseguimos motivá-los para o estudo das disciplinas, envolvê-los com sua formação profissional e tornar significativo para eles o curso de graduação..."

Vale ressaltar que há uma atividade pedagógica que é fundamental que o professor universitário desenvolva: A avaliação. Esta é capaz de motivar os alunos para desenvolverem seu processo de aprendizagem. Por isso, deve ser formativa, contínua e processual, a fim de levar à reflexão e buscar informações para mobilizar o processo de aprendizagem e adquirir percepções que ajudarão por toda a vida.

Enfim, não é uma atividade que tem como objetivo apenas medir e controlar, verificar e fazer julgamentos, mas uma atividade que permite diagnosticar o que foi aprendido, detectar as dificuldades durante o processo, a fim de levar o aluno a progredir e realizar com amais segurança as atividades futuras.

Educar é a atividade humana que consiste em cultivar, habilitar, ensinar, formar e elevar o indivíduo e o gênero humano.

Os valores humanos são essenciais para a formação do aluno, pois é por meio deles que se formam cidadãos conscientes de que o respeito e a solidariedade são os pilares da sociedade. E com a transmissão desses valores que o professor universitário deve se preocupar ao formar seus alunos para a vida.

Ao ensinar, o professor está participando de um processo de autoconhecimento e autotransformação. Nesse sentido, a aula deve ser transformada em palco de discursos e práticas direcionadas para a autonomia e liberdade, onde as inteligências são somadas, onde cada professor aprende a ter amor por aquilo que realiza e estimule as capacidades e as inteligências dos alunos. Somente, assim, haverá transformação tão sonhada por todos.

Infelizmente, o aluno como pessoa não é preocupação para muitos professores. Para eles o conteúdo é mais importante e, se está atrasado e precisa ser atualizado, passa a ser cerne das suas relações com os alunos. Assim, os dias passam, os alunos passam e os professores vão passando rapidamente por esses dias sem deixarem marcas profundas naquilo que realizam.

Os professores têm que repensar o seu papel. Precisam desenvolver as competências de criar, estruturar, dinamizar situações de aprendizagem e estimular a aprendizagem e a autoconfiança nas capacidades individuais.

O educador precisa agir na mesma lógica das capacidades e das atitudes que pretende ajudar a desenvolver nos alunos. Enfim, tem de se considerar num constante processo de auto-formação e identificação profissional.

O grande desafio para os professores vai ser ajudar a desenvolver nos alunos a capacidades de trabalho cooperativo e também o espírito crítico. Mas este, não se desenvolve por meio de monólogos expositivos e sim no diálogo, no confronto de idéias e práticas, na capacidade de ouvir o outro, a si próprio.

Contudo, o professor universitário deve estar a todo o momento se reciclando, se questionando para que haja mobilização em sua prática, buscando caminhos a fim de aprimorar e aprofundar seus conhecimentos, suas habilidades para se tornar marcante, ideal, fascinante a cada dia no processo ensino-aprendizagem.

Para tanto, deve repensar em sua postura didático-pedagógica, considerando a noção de professor reflexivo que se baseia na consciência da capacidade de pensamento e reflexão que caracteriza o ser humano como criativo e não como mero reprodutor de idéias e práticas que lhe são exteriores.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTANHO, S (org). Temas e textos em metodologia do Ensino Superior. 3ª Ed. São Paulo: Papirus, 2001.


DEMO, Pedro. O novo papel dos professores. Suplemento-Folha Dirigida. São Paulo, ano X, n. 1017, 17 a 23 out 2003.


ISAIA, S.M. & ET AL. Formação do professor do Ensino Superior: um processo que se aprende? Edição 2004, v.29, n..2.

MASETTO, Marcos T. Competência pedagógica do professor universitário. S.Paulo:
Summus, 2003.


PERRENOULD, Philippe. Construir as competências desde a Escola. Porto Alegre, Artmed, 1999.

Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI. Educação: um tesouro a descobrir. 2ª ed. Cortez, 1999.
Sobre a autora:

Daniella Basso Batista Pinto
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Graduada em Pedagogia com ênfase em Administração Escolar pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1997), especialista em Psicopedagogia pela Universidade Paulista - UNIP (2002), especialista em MBA-Gestão Educacional pelo Centro de Pesquisa e Pós-Graduação - CPPG da UniFMU (2007). Mestranda em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (término previsto em 2009). Integrante do Grupo de Pesquisa Educação, Gestão e Sociedade vinculado ao CNPq e do Grupo Educação, Tecnologia e Hipermídia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Tem experiência na área de Educação com ênfase em Gestão Educacional, cuja atuação se enquadra nos temas: liderança, interdisciplinaridade, formação continuada, trabalho em equipe e prática pedagógica. Leciomou em instituições escolares privadas na Educação Básica: Educação Infantil (1995-2000), Ensino Fundamental I (2002-2006), Ensino Fundamental II e Ensino Médio (1998-2002), Curso de Suplência (1998-2000). Foi professora do curso de Educação de Jovens e Adultos - Alfabetização (1994). Atuou como Coordenadora de Área do Ensino Fundamental I (2002-2006).

 

Autor deste artigo: Daniella Basso Batista Pinto - participante desde Sex, 06 de Julho de 2007.

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