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Escrito por Magno de Aguiar Maranhao   
Qua, 04 de Junho de 2008 21:00
A passagem por instituições estrangeiras é comum até entre estudantes do Primeiro Mundo. Apesar da quantidade de grandes universidades que desenvolvem pesquisas de ponta em todas as áreas do conhecimento, não são raros os casos em que se faz necessário atravessar fronteiras para aprimorar a formação. O troca-troca com os pares em outros cantos do planeta é encarado com naturalidade por americanos e europeus que desejam investir na carreira acadêmica. A experiência de testar o saber num contexto diferente contribui para o amadurecimento profissional e para o fortalecimento de laços com a comunidade científica internacional. O Brasil, por força do fenômeno globalização, está sendo levado a marcar presença no circuito. O que é ótimo, desde que deixemos de lado o velho ranço de colonizados, que procuram fazer o currículo reluzir imprimindo nele um endereço estrangeiro.

Se partirmos desse princípio _ de que os brasileiros têm apenas a aprender com os outros e, de quebra, não perder a chance de arranjar um bom emprego e permanecer lá fora o resto da vida, embolsando salários maiores e desfrutando de melhores condições de trabalho _ ficaremos no ponto em que estamos: com imenso déficit de boas instituições de ensino e pesquisa e poucas probabilidades de controlar a evasão de talentos. A cooperação educacional entre Brasil e demais países ou órgãos internacionais precisa se firmar sobre outro objetivo: a multiplicação de instituições e talentos dentro de nosso território, só possível através de investimentos, parcerias e apostas em projetos a longo prazo.

Já podemos nos orgulhar de alguns centros de excelência na área da saúde e desenvolvimento tecnológico, que nada ficam a dever aos bons do Primeiro Mundo, e entramos também no ranking das cem melhores escolas de negócios do planeta.Eis a diferença: possuímos "alguns" centros de excelência, mas os países desenvolvidos que investiram pesado em educação, no "capital humano", têm dezenas. Nossas boas instituições não têm como acolher todos os jovens pesquisadores e estudantes brasileiros em busca de qualificação. A cooperação educacional, assim, é uma saída, mas que só dará resultados se oferecermos, aos que voltarem, perspectivas e condições decentes de trabalho a fim de que se tornem agentes multiplicadores do conhecimento.

Estimulemos a entrada de nossas universidades na rede global, mas checando os frutos do intercâmbio _ isto é, o salto qualitativo e a expansão de nossas instituições. Nesse sentido, os acordos de cooperação educacional são mais que nunca necessários. Em suma, o caminho a percorrer para o ensino superior de excelência é longo, e a cooperação internacional visando à melhoria da educação brasileira, no sentido amplo da palavra, é bem-vinda. Portanto, cooperação, sim, desde que ela nos ajude a ultrapassar, sobretudo, as fronteiras que separam nosso país do Primeiro Mundo.

* Educador e Presidente da Associação de Ensino Superior do Rio de Janeiro

 
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