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Pedagogo: formação, identidades e práticas |
Escrito por Maria da Assunção Calderano |
Qua, 19 de Maio de 2004 21:00 |
São muitas as perguntas atuais em torno do curso de Pedagogia: O que acontece com o curso de pedagogia, que, diferente do que ocorre em outras áreas, os alunos, que chegam para fazê-lo, não têm - em sua grande maioria - clareza quanto à sua identidade, quanto à s suas possibilidades de atuação profissional? Pedagogia habilita o ser docente? Não fazendo o Magistério de 2o grau, ao cursar Pedagogia, o aluno sai docente? Quem não fez o Magistério de 2º Grau, avalia que o curso de pedagogia supre suas deficiências em termos de formação para atuar como professor? Em que medida o estágio, realizado na Pedagogia, qualifica o aluno para a prática docente - distinguindo-o daquele que só fez o Magistério de 2º grau? Qual é o campo do pedagogo bacharel - ele vai trabalhar em quê? Se a pesquisa é a marca da habilitação do bacharelado, não é pouco pensar em apenas uma ou outra disciplina de pesquisa em todo o curso? Se a pesquisa é importante ao bacharel, ela também não o é para as outras áreas de atuação do Pedagogo? Por que a pesquisa é identificada como a caracterÃstica da formação do bacharel? Ela também não deveria ser a marca do profissional da educação, independente do seu campo especÃfico de atuação? Sabe-se que a licenciatura em Pedagogia está inscrita na modalidade de Pedagogia Escolar, mas ela não esgota o campo de ação pedagógica. Se o Pedagogo sai habilitado - legalmente - para atuar como supervisor, orientador, inspetor e diretor, é suficiente o processo de formação que lhe é oferecido durante o curso de Pedagogia? Percebe-se também uma certa desvalorização profissional do Pedagogo. Sua atuação e sua qualificação muitas vezes são colocadas em xeque. Qual é a especificidade de sua atuação educacional que o distingue do professor? Como fazer para recuperar a credibilidade do Curso sem voltar ao passado de especialidades estanques, fragmentadas e isoladas? Como tratar das diferentes áreas de atuação do Pedagogo Escolar, sem subestimar sua capacidade universitária de compreender princÃpios orientadores da gestão, superando os rituais esvaziados relativos a "o quê fazer" e "como fazer"? Compreende-se, hoje, que a Pedagogia Escolar não esgota o campo de ação do Pedagogo. Pedagogia hospitalar, empresarial e social também constitui um campo de atuação educacional sem que isso signifique transposição de métodos e técnicas, advindas da Pedagogia escolar. Mais do que fazer apenas adaptações dos processos, a partir da matriz escolar, é necessário construir uma identidade de atuação que supere modelos escolares, cuja validade, colocam em xeque a própria ação especificada. Se é necessário construir uma identidade própria para não se embolar nas diferentes atuações do Pedagogo, por outro lado é necessário que se construa e se estabeleça um fio condutor entre suas diferentes ações, em sua maneira de intervir no mundo, para que este profissional se apresente devidamente como um Pedagogo e não um voluntário social qualificado. Quais as diferenças e semelhanças entre as possibilidades de atuação do Pedagogo em campos de trabalho distintos que os aproximam, entre si e, ao mesmo tempo, os distingue claramente, a ponto de que suas ações estejam circunscritas em campos especÃficos? Como e o quê fazer nesse campo amplo de possibilidade - no sentido de construir a identidade profissional do Pedagogo - se a própria identidade do Pedagogo Escolar está bem fragmentada e mais.... desvalorizada e desconhecida? Que saberes são fundamentais para a constituição de uma identidade própria do Pedagogo, que permite, sem embolação, uma identificação especÃfica a partir de cada campo de atuação e seus saberes especÃficos? Que tipo de saberes e de competências fundamentais são necessários ao processo de formação do pedagogo? Se a docência pode e deve ser a base da formação do Pedagogo Escolar, o mesmo se pode dizer quando se refere ao pedagogo hospitalar, social ou empresarial? A docência, também aqui, pode ou deveria ser vista como um requisito fundamental? A insegurança profissional do aluno de Pedagogia manifestada, por muitos, ao final do curso é algo que reporta ao aluno em si? ao curso como um todo? à s mudanças do mercado - onde suas competências estão sendo sempre avaliadas? à s polÃticas públicas que desvalorizam o profissional? aos objetivos e fins da educação e à s dificuldades operacionais de se dar consta deles? ou a um conjunto desses fatores? A qualificação de Pedagogo, seja ela escolar, empresarial ou social - o processo de formação é algo que se conquista na própria graduação - ou em um nÃvel de especialização, ou mesmo no mestrado? Se tal qualificação vem em um nÃvel de pós-graduação, quem é, ou quem deveria ser o público-alvo dessa qualificação? Não constituiria uma demarcação de território, julgarmos que só pode ser Pedagogo aquele que obtiver a licenciatura do magistério de 1ª à 4ª série? Em outras palavras: qualquer licenciatura não constituiria - num certo sentido - um pré-requisito para que seja estabelecido o processo de formação do pedagogo? No que se refere à s práticas, aos saberes relativos à Pedagogia - sabe-se de uma fragilidade conceitual e epistemológica do curso. Como então buscar uma identidade do Pedagogo, vendo-o dentro de um campo de atuação muito mais amplo que o universo escolar? Como pensar em construir uma identidade do Pedagogo escolar, hospitalar, empresarial e social, sem fortalecer ainda mais, as crÃticas quanto à sua generalidade de formação e sua fragilidade teórica? O que é possÃvel refletir, fazer, propor, investigar e encaminhar dentro e para além desse conjunto de fatores? |
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