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Ler é Sublinhar com a Voz as Palavras Essenciais PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Clóvis Roberto Benedetti Lourenço   
Qua, 13 de Agosto de 2008 21:00
Não sabemos, até o momento, se há um estudo científico que comprove efetivamente, que o jovem não gosta de ler. Segundo a percepção de muitos educadores e pais, sim. E, em se tratando de livros clássicos, então, nem pensar. O pior é que ainda usamos como argumento para leitura desses livros ameaças como: "se não ler não passará no vestibular", ou "tem que ler" e dessa forma trava-se uma batalha entre professores, pais, alunos e, claro, com os livros.

Por que será que alguns alunos não fazem esse tipo de leitura? Há múltiplas explicações, e todas convergem a um único ponto: a informação rápida e fácil que encontramos em gibis, Internet, revistas, pois vivemos, atualmente, num mundo em que se privilegia a imagem e a rapidez das informações. A tevê, o fax, telefone, microcomputador; não cedem espaço à leitura do verbal nem ao estudo da literatura. Sendo assim, o jovem dispensa a leitura dos clássicos por seu um ato puramente reflexivo e com certeza despenderá grande esforço. Entre os vários meios de comunicação que dispomos esse é o mais trabalhoso, então o que podemos fazer? A resposta é simples, precisamos modernizar a forma de incluir a leitura de livros clássicos em sala de aula. Como? Criando mecanismos que aproximem o educando a essa prática tão distante dele, e nossa também, com palavras já esquecidas ou não usuais em nosso cotidiano.

O mais importante crítico literário, o americano Harold Bloon, disse à revista VEJA, em entrevista: "A informação está cada vez mais ao nosso alcance, mas a sabedoria, que é o tipo mais precioso de conhecimento, só pode ser encontrada nos grandes autores da literatura".

O bombardeio de informações é estonteante, embora elas se determinem pela qualidade e não pela quantidade. Às vezes, temos a sensação de vivermos todos imersos em uma sociedade caótica em que, os prazeres intelectuais, as diversões e a espiritualidade ficam em plano secundários ou até mesmo esquecidos.

O americano Mark Edmundson, professor de Língua Inglesa da Universidade de Virgínia e autor do livro Why Read? (Por que ler?), desenvolve a tese de que leitura "é a segunda chance que a vida oferece para o nosso crescimento pessoal". (Edmundson, 2001). Durante a infância e adolescência, segundo ele, passamos por um processo de socialização, quando aprendemos o que é certo e o que é errado com nossos pais e professores e passamos a agir de acordo com o senso comum. Depois é a leitura que nos permite desenvolver idéias próprias, conceitos e valores.

Pensando assim, é preciso incutir nos jovens dessa faixa etária a idéia de que os livros estão a sua espera, pois eles poderão ajudá-los a encontrar respostas para suas perguntas e indicar soluções.Os próprios estudantes precisam descobrir o que um livro tem para dizer-lhes a respeito de sua vida, de seus problemas e de suas perguntas. É claro que eles precisam dessa ajuda mais do que em qualquer outra fase do seu desenvolvimento, porque as várias crises desse período os tornam inseguros.Para isso, torna-se necessária a intervenção do professor na escolha de alguns livros, cujos textos auxiliem na solução de problemas existenciais próprios dessa fase de suas vidas. È importante também que os meninos ou meninas não percebam essa ajuda externa.

Não podemos estigmatizar a criança e o jovem como uma geração que não lê ou que não gosta de ler, a prática acompanhada e mediada nos mostra outra faceta. Não devemos recriminar sua maneira de vestir ou a música que ouve, se agirmos dessa forma estaremos criando barreiras, ou seja, dividindo o mundo dos clássicos e o mundo moderno como se fosse ou estivesse em outra esfera, inacessível para nós e para eles.

Existem versões de clássicos em quadrinhos, Internet, filmes, enfim, para cativar ou estimular os alunos é preciso conhecer, opinar ou tecer comentários daquilo que conhecemos e para conhecer é necessário ver, folhear, ler. Quem sabe essa não seja a nossa missão!

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Autor deste artigo: Clóvis Roberto Benedetti Lourenço - participante desde Ter, 10 de Maio de 2005.

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