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Edições Anteriores 176 O Homem Público e A Sociedade

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O Homem Público e A Sociedade PDF Imprimir E-mail
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Qua, 15 de Outubro de 2008 21:00
O brasileiro, de forma geral, é muito bom para sair às ruas quando há jogos de futebol, quando chega o carnaval, mas é incapaz de fazer, no momento, "uma ou duas manifestações" exigindo que a classe política se comporte com o mínimo de decência que a função exige. O pensador Locke afirmava que o povo desconhece que "tem o poder supremo de afastar ou modificar o corpo legislativo, sempre que seus interesses forem desprezados ou contrariados".
Há um senso de que a coisa pública que deveria ser de todos é na verdade de ninguém. Assim, há todo um descrédito com a classe política e com suas ações, o que contribui para que eles - os maus políticos - possam agir de forma tão descomprometida com a causa pública, tal fato leva crer que a sinceridade não faz parte do conjunto de virtudes que explicitam a política.
Esquecem esses atores, que sem seu consentimento não é possível construir uma sociedade e, com esta postura, o que se tem é a construção de uma sociedade doente e anômala. Enquanto não encarar o bem público como algo de todos e não perdoar qualquer atitude contrária, estará, a sociedade, condenada a esse mundo desonesto.

A questão é que a ligação entre o interesse e a manipulação da verdade traz para o seio social conseqüências terríveis, por desacreditar as instituições e pela eterna necessidade de um rearranjo completo de toda trama factual, a criação de outra realidade. Portanto a aceitação da desonestidade na vida política é o maior dos males que a sociedade pode fazer a se mesmo.

O ato de mentir sempre foi considerado como um instrumento necessário e legal, não apenas na profissão de político ou de demagogo, mas inclusive na do homem de estado.
Na política brasileira praticamente não há "homens de bem". Mas nem tudo está perdido, porque fora da política há muitos. Pois se assim não fosse não haveria o clamor por um espaço público honesto e leal. A coletividade estaria conformada e o "estado de natureza" se implantado por completo. Portanto, há solução.

Para Aristóteles a solução passaria pela virtude que está implicitamente ligada à função de cada um. A função da política é à busca do bem comum, portanto não se pode esperar outra atitude do homem público a não ser essa.

Não há dúvida que é necessário resgatar virtudes como trabalho, papel das instituições (Faculdades e Universidades, por exemplo) e acesso à informação. Para isso a sociedade necessita de duas grandes reformas, a da educação e da justiça.

O espaço público não pode ser encarado como um local, unicamente, de interesses individuais, destinado a uma forma fácil de enriquecimento. Se assim continuar estará, à sociedade, sentenciada a um fim trágico. Não é possível aceitar por parte dos políticos a lógica da conseqüência, as chagas sociais estão aí expostas, são elas fruto desse absurdo modo de pensar e agir. A sociedade deve ser mais ativa, deixando de ser complacente com a manipulação dos fatos. Se não ela estará vivendo uma vida de farsa, porque de nada adiantará ensinar valores aos seus filhos.

Netanias Dormundo Dias
Economista. Mestrando em Sociologia Política na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Everaldo da Silva
Sociólogo. Mestre em Desenvolvimento Regional. Doutorando em Sociologia Política na UFSC.
 

Autor deste artigo: - participante desde Sex, 03 de Maio de 2024.

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