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Escrito por Gabriel Perissé   
Qua, 09 de Junho de 2004 21:00

Sou fruto do ensino público.

Aprendi a ler e a escrever com Tia Tereza, na Escola Lauro Sodré, no Rio de Janeiro. Lauro Sodré foi um político e militar paraense, ilustre maçom, cujas relações com a educação desconheço totalmente.

Mais tarde estudei no Colégio Eurico Vilela, que ficava dentro de um conjunto habitacional. Dr. Eurico Vilela foi professor e trabalhou como pesquisador na equipe de Carlos Chagas.

Fiz meu primeiro ano do ginásio na Escola Orozimbo Nonato. O nome, meio assustador, era de um professor de Economia que lecionou na faculdade de Direito da PUC do antigo Distrito Federal. Na década de 60, integrou uma comissão de juristas incumbida da revisão da Constituição para incorporação dos preceitos dos Atos Institucionais pós-64.

Terminei o ginásio no Colégio D. João VI, monarca que dispensa apresentações.

Cursei meu 2 º grau, com direito ao fracassado ensino profissionalizante do ministro Jarbas Passarinho, no Colégio Central do Brasil. Lá, conheci professores bons e ruins, como em toda parte. Lá, como em todo o meu percurso de estudante, tive um desempenho um pouco melhor do que o da maioria. Sem ilusões. Sabia que nos colégios particulares o ensino era mais "puxado". Se eu não estudasse sozinho, teria dificuldades para prosseguir.

Passei no vestibular. Letras, UFRJ. Quatro anos em contato com excelentes mestres, sem pagar um centavo. Ainda na década de 80, concluí o mestrado em Literatura Brasileira, na USP, e na mesma USP, recentemente, terminei o doutorado.

O pequeno currículo de um brasileiro que se beneficiou do ensino gratuito. Tenho gratidão por aqueles que, servidores públicos, me formaram, afinal.

Hoje, na pauta, a reserva de 50% das vagas das universidades federais para estudantes de escolas públicas e o Programa Universidade para Todos, que prevê bolsas de estudo em faculdades privadas para estudantes que fizeram todo o ensino médio na rede pública e venham de famílias carentes.

Por que a polêmica? Teme-se que essas medidas afetem a qualidade do ensino nessas instituições, com o aumento da repetência e da evasão.

Universidade, para mim, não será a solução para nossas carências educacionais. Seremos realmente justos com cada brasileiro, se começarmos a formá-los melhor desde o primeiro ano. Se apoiarmos outras "Tias" Terezas. Se cuidarmos de outros pequenos gabriéis, desde o início.

 

Autor deste artigo: Gabriel Perissé - participante desde Qua, 02 de Junho de 2004.

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