Com a expansão alucinante da oferta educacional no segmento de ensino superior no Brasil nos últimos cinco anos, muitos mantenedores / investidores, iludidos a princípio com a possibilidade do lucro fácil e imediato, já estão tratando de fazer o caminho de volta. A dúvida está entre a venda pura e simples de seus estabelecimentos ou a fusão com grandes organizações educacionais.

No cenário atual, diante da necessidade de aplicar um sistema de gerenciamento capaz de resolver problemas complexos num ambiente em que a concorrência se apresenta intensa e pouco preparada, encara-se com naturalidade o comportamento de quem investiu num nicho de mercado que hoje representa um grande problema para os que não se adaptaram às especificidades do setor.

Os indicadores educacionais mostram que a expansão da oferta de vagas ocorreu numa escala proporcionalmente superior ao crescimento do poder aquisitivo da população brasileira. Nessas circunstâncias, muitos mantenedores não sabem "o que fazer" com suas Instituições de Ensino Superior.

Mas como vender uma Instituição de Ensino Superior?
No que diz respeito aos aspectos burocráticos envolvendo o relacionamento com o MEC, a operação é bem simples. O que torna complicada a operação de aquisição ou venda de IES é o processo de mensuração do valor de mercado de uma organização desse tipo.

Qualquer Instituição de Ensino Superior requer, para sua devida avaliação, a análise de um conjunto extenso de aspectos intangíveis, como: valor da marca, capital humano vinculado ao corpo docente e experiência do quadro de servidores técnico-administrativos. Por outro lado, coexistem no mesmo complexo institucional variáveis tangíveis, comuns a todas as organizações empresariais, como: valor do patrimônio institucional, indicadores financeiros simples e complexos, e compromissos financeiros e políticos assumidos para o futuro.

Para dar conta desse trabalho, é preciso aplicar um sistema de avaliação institucional capaz de mensurar o valor de mercado de uma IES para sua venda ou aquisição. Nesse caso, deve-se analisar seu corpo docente, sua organização didático-pedagógica e sua infra-estrutura física e tecnológica, utilizando-se de parâmetros estabelecidos pelo MEC. É preciso, ainda, analisar os principais aspectos financeiros e políticos, pois eles são capazes de agregar ou diminuir o valor de mercado desta instituição.

Mais um detalhe: é sempre importante lembrar que "cada caso é um caso".