Toda Criança Alfabetizada Até os Oito Anos de Idade? Imprimir
Avaliação do Usuário: / 5
PiorMelhor 
Escrito por Marlucia Machado de Miranda   
Sex, 20 de Junho de 2008 21:00
Marlucia Machado de Miranda

Neste contexto atual, tem sido divulgado e discutido no cenário educativo, a meta da Educação Fundamental de nove anos, de alfabetizar toda criança até os oito anos de idade.

Este assunto desperta em nós, professor, grandes aflições e questionamentos, por acharmos que é uma meta educacional bastante ousada e fora da realidade do ensino, pois desde o Brasil Colônia de Portugal, o analfabetismo faz parte de nossa cultura.

Atualmente, a universalização do ensino está sobre controle, mas os resultados obtidos em avaliações sistêmicas apontam que existem vagas, mas a qualidade está longe dos patamares desejados.

Conforme recentes notícias na mídia, apenas 4,8% das crianças, que estão na 4ª série do Ensino Fundamental estão alfabetizadas, ou seja, aprenderam a ler e escrever na escola, depois de quatro anos de escolarização.

O que estaria acontecendo então? Como excluir o analfabetismo que existe hoje dentro da escola?

No entanto, este momento importante nos leva a pensar, que se quisermos mudar profundamente os rumos da Educação, precisamos lutar por políticas educacionais mais claras e definidas, voltadas à valorização do trabalho docente e a melhoria do trabalho pedagógico, bem como apoio e acompanhamento às demandas educativas.

Frente a essa realidade tão triste e complexa, nós restamos apenas a esperança de contornar esses desafios, alcançando a melhoria da qualidade da Educação.

Como é possível não relacionarmos a decadência do ensino público às precárias instalações das escolas, a falta de incentivo na formação docente, ao baixo salário e péssimas condições de trabalho?

É muito fácil, atribuir toda a responsabilidade ao trabalho que o professor exerce, sem levar em conta que, estando sozinho, não é capaz de realizar tantas mudanças.

Ser professor, atualmente, é um grande desafio, pois vivemos na cultura do isolamento. Onde ele próprio é responsável por buscar soluções, formação continuada e capacitação em serviço. Não é oferecido nem o direito de estudar, cursar cursos superiores como Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado.

Inúmeras perguntas poderão ser levantadas sem esgotar totalmente este assunto.

O que fica claro para nós, professores do Ensino Fundamental, o desejo e expectativa de que com urgência sejamos reconhecidos e valorizados plenamente.

Somando forças e ações, todos nós, teremos condições de alfabetizar toda criança independente de idade, e garantir cada vez mais uma educação cidadã, inclusiva e humanitária.


 

Autor deste artigo: Marlucia Machado de Miranda - participante desde Sáb, 24 de Novembro de 2007.

Veja outros artigos deste autor:

Please register or login to add your comments to this article.

Revista Gestão Universitária - www.gestaouniversitaria.com.br